PRÓLOGO.

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Há muitos anos atrás, não se sabem quantos exatamente, um bruxo chamado Arnvid Burke se apaixonava perdidamente por uma bruxa em algum lugar do mundo. Era uma bruxa extremamente bonita e rica. Seus cabelos eram dourados e compostos por cachos modelados, o rosto levemente corado e redondo, os lábios tão rosados que eram quase da cor de um morango e os olhos, por qual todos os homens da época desejavam, eram amarelos e ficavam tão claros diante da luz do sol que era possível ver o reflexo tão nitidamente da pessoa que a observava, que poderiam ser confundidos com pequenos espelhos no lugar de olhos.

A garota amava cores, escrevia lindos poemas sobre elas, as ligando à certos acontecimentos, quase todos envolvendo seu amado, e pintava os mais lindos quadros coloridos, não poderia negar que era muito talentosa. Ela amava principalmente a cor amarela, lembrava felicidade, momentos bons e Arnvid, que sempre usava amarelo.

Mas infelizmente, como nem tudo são flores, Arnvid não poderia tê-la, mesmo que o amor dos dois fosse recíproco. Sua mão havia sido prometida para outro homem, o que fez o mundo dos dois desmoronar. Foram afastados, não podiam mais se ver, e todas as cartas que Burke mandava para sua amada, nunca foram entregues para a mesma.

Então o homem ficou tão irritado e magoado, que decidiu amaldiçoar todo o mundo bruxo. Ninguém nunca mais enxergaria nenhuma cor além do amarelo, a cor da mulher que ele amou perdidamente. Porém, não para sempre, a condição de voltar a ver cores, era encontrar sua alma gêmea e beijá-la. Porque, de toda forma, o homem admirava o sentimento de amor, mais ainda quando se era verdadeiro, por isso, não poderia privar os apaixonados.

E a partir daquele dia, quase todo o mundo bruxo nunca mais enxergou as cores, nada além de preto, branco, cinza e amarelo. Todos ficaram desesperados, principalmente aqueles que perceberam não estarem casados com as pessoas certas, mesmo que não fosse algo raro enxergar tudo de forma triste e sem cor. Talvez um ou dois casais do vilarejo que Arnivd morava continuaram enxergando todas as cores do mundo. Esses que se gabavam, mas é claro que tinham um ótimo motivo para isso.

Aposto que esteja se perguntando se Arnvid continuou podendo ver todas as cores. Sim, infelizmente - ou felizmente -, a mulher loira que ele tanto amava era sua alma gêmea.

Mas essa é só uma das versões que criaram para tentar explicar o motivo por que os trouxas - pessoas não bruxas - veem cores, enquanto a maioria dos bruxos não. Não se sabe se é realmente verdade, pois não existe uma forma de como comprovar isso, porém se sabe que nem sempre o mundo bruxo foi preto, branco, cinza e amarelo.

E agora vem a parte em que eu explico como foi que eu, Harry James Potter, passei a ver muito mais do que quatro cores, da pior forma que eu pudesse imaginar.

Naquela época, é claro.

Almas Coloridas | DRARRY - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora