XXXI.

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- Nada disso faz sentido! - Draco exclamou.

Quando McGonagall liberou os alunos, eu e meus amigos fomos para a comunal da grifinória, incluindo Draco. Precisei explicar cada detalhe das minhas suspeitas para o loiro depois de descobrir que ele não se dava o trabalho de ler o jornal.

- Mas parece que erramos feio, já que Cedric continua aqui e a Luna... - Hermione não terminou sua frase porque, no mesmo instante, Ginny saiu da comunal e subiu para os dormitórios, muito séria.

O rosto de Hermione assumiu uma expressão de pena e arrependimento conforme ela observava sua amiga subir as escadas. Ela suspirou alto e voltou a olhar para nós. Ainda acreditávamos na hipótese de que Luna ser levada não passava de um engano.

- O que faz menos sentido ainda - Draco murmuro, como se nada tivesse acontecido. - Tudo isso está me dando dores de cabeça, acho melhor eu ir dormir.

Ele rapidamente se colocou de pé, abandonando o sofá que sentava. Com um rápido aceno educado na direção de Ron e Hermione, o garoto se despediu, mas, conforme seus passos ficaram mais próximos de mim, vi ele inclinar seu corpo e, na sequência, deixar um beijo breve no topo da minha cabeça. Um rubor subiu pelo meu rosto com aquele gesto repentino, deixando minhas bochechas evidentemente vermelhas por ter sido pego de surpresa. Eu me amaldiçoava mentalmente por não conseguir evitar aquilo.

- Boa noite para vocês - Ele sorriu e me lançou um olhar rápido. No canto de seu sorriso, eu consegui ver que ele tinha se divertido com a minha reação.

Então ele se virou o saiu. Meus olhos intercalaram entre o rosto dos meus melhores amigos sentados diante a mim, eles estavam escondendo um risinho infantil, se segurando para não fazer algum comentário sobre o que tinha acontecido. Eu revirei os olhos, mas não comentei nada. Eles logo caíram em risadas.

- E o que você vai fazer agora? - Ron perguntou, subitamente.

Encolhi os ombros.

- Nada.

- Como assim 'nada'? - Hermione interveio.

- Você tem alguma ideia melhor?

- Você deveria pelo menos ir até a enfermaria.

- É verdade, Harry - Ron concordou.

- E qual explicação eu dou? Porque Cedric é inocente até que provem o contrário, e eu não tenho provas.

- Faz um check-up, pelo menos. Ninguém sabe se essa poção pode deixar sequelas. - Hermione explicou, me olhando com certa esperança.

Eu achava que seria inútil ir até a enfermaria.

- Quais sequelas uma poção dessas poderia deixar? Não vou - Protestei. - Já parou para pensar que eu posso estar ocupando o leito de alguém que realmente precisa?

Ron ficou em silêncio, só observando.

- Harry - Ela me encarou com um olhar ameaçador.

Cruzei os braços e desviei minha atenção para os meus pés. Odiava a forma que Hermione sabia o poder que um olhar daqueles tinha sobre mim. Ela sabia ser assustadora quando queria.

- Amanhã eu vou, então - Falei baixo, em desistência.

Ouvi Ron dar uma risadinha, mas ignorei.

- Ótimo - Ela levantou. - Agora, se me dão licença, preciso dormir.

Ela deu um selinho em Ron e me abraçou antes de subir.

***

No dia seguinte, mesmo que irritado, depois da última aula do dia, caminhei até a enfermaria. Não consegui escapar porque Hermione fez questão de me perguntar sobre isso o dia todo.

Almas Coloridas | DRARRY - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora