Nas semanas que se seguiram, as coisas aconteceram tão tumultuadas que no final de cada dia eu sentia que não tinha parado nem para respirar. Pra começar, meu pé só melhorou depois que Christopher me obrigou a ir ao médico fazer um exame para garantir que eu realmente não o havia quebrado e no final ainda levei uma bronca do médico por demorar tanto a ir lá, e aí fui submetida a sessões de fisioterapia para ajudar no processo de cura da torção.Fora isso, Christopher e eu acabamos nos mudando em pouco mais que duas semanas para a casa que ele havia alugado e apesar de não estar podendo caminhar sobre meus pés, eu passava os dias tentando organizar tudo como podia, afinal, eram móveis de dois apartamentos que precisavam ser colocados dentro de uma só casa, que pelo menos era maior que o de morávamos, mesmo assim, muita coisa precisamos decidir se ficaríamos ou se doaríamos porque, por exemplo, não precisávamos de duas mesas de jantar ou dois sofás.
Diego e Luna estavam se sentindo no paraíso, podendo correr entre as caixas enormes de mudança no tempo livre, ou no jardim do fundo quando fazia sol. Confesso que apesar de não me sentir bem por não poder ajudar financeiramente, gostei do local. Era aconchegante e em um bairro consideravelmente seguro.
Christopher estava trabalhando duro na academia, não apenas porque agora tinha mais duas bocas que se dispôs a alimentar e a dar um teto para morar, mas porque seu projeto de mudança para um local maior estava sendo colocado em prática. Dividia-se arduamente entre a academia e à reforma do novo galpão, e muitas das vezes, depois de pegar Diego na creche e deixá-lo em casa, voltava para o trabalho.
Foi assim pelas cinco semanas que se seguiram, e apesar de estar ocupada a maior parte do tempo, eu também tinha apenas a companhia de Luna durante o dia e quando eu não estava falando com ela como se ela fosse capaz de me entender, eu estava perdida em meus pensamentos traiçoeiros. Estava mantendo minha quase consulta com Annie toda semana e aquilo estava me ajudando e muito, mas ainda faltava algo e eu sabia bem o que era.
Era fim de tarde, chovia como na maioria dos outros dias e estava frio também porque o inverno se aproximava. Eu estava jogada no sofá, massageando meu pé que já estava quase completamente recuperado e fazendo os exercícios indicados pela fisioterapeuta quando Christopher chegou com Diego.
— Mamãe!!!!
Diego deixou sua mochila no chão e correu na minha direção, já saltando em meu colo e me abraçando.
— Oi, príncipe. Como foi seu dia?
— Foi bom. Cadê a Luna?
— Deve estar lá pra dentro.
Olhei para Christopher que tinha algumas sacolas em mãos. Ele me ofereceu um sorriso, mas antes mesmo de vir até mim foi na direção da cozinha deixar as coisas lá. Voltou um tempo depois, trazendo consigo uma caixa vermelha.
— Oi pra você também.
— Boa tarde, moça. — Ele se curvou, roubando um beijo curto de mim e depois me entregou a caixa. — Comprei chocolate pra você.
— Chocolate? O que foi que você aprontou?
Christopher deu uma risadinha e se sentou ao meu lado, enquanto Diego tomava a caixa de minhas mãos e tentava abri-la, sem êxito porque estava lacrada.
— Eu só quero te fazer um mimo, não posso?
— Deve! — Christopher ergueu uma de suas sobrancelhas e eu dei uma risadinha. — Como foi o seu dia?
— Bom, e o seu? Quer dizer, parece que você terminou de arrumar tudo.
— Quase, falta algumas coisas pra guardar nos armários.
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Confiar | VONDY - FINALIZADA
FanfictionPegue um chá e sente-se da maneira mais confortável possível. De preferência pegue um lenço, você provavelmente vai precisar. Você pode ver o meu sorriso por fora todos os dias quando eu desejo bom dia no elevador ou na esquina, ou até mesmo no parq...