CAPÍTULO DOIS

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Uma noite longa em frente à tela do computador numa busca sem sucessos por vagas de emprego que pudessem aceitar alguém na minha situação. Alguns copos de café foram a minha companhia nas horas que se passaram, até que nem mesmo a cafeína fosse capaz de me manter acordada.

Ali naquela escrivaninha mesmo, acabei pegando no sono, com minha cabeça apoiada em meu braço sobre a mesa. Ainda estava escuro quando o sono me venceu, e quando bateu, veio cheio de pesadelos. Pesadelos pela preocupação do que eu iria fazer com minha vida nos meses que se seguiriam em um país com a taxa de desempregos altíssimos e com uma criança que requeria cuidados especiais dentro de casa.

Foi no susto que eu acordei sem entender o barulho que eu havia me despertado. Por um instante acreditei ser Diego no quarto, mas quando olhei para o monitor, apesar de ele já estar acordado, estava quieto, ainda deitado, brincando com seu urso de pelúcia e eu mal podia ouvir sua voz. No entanto, agora meu celular, há poucos centímetros de onde minha cabeça antes descansava, começou a vibrar constantemente, com mensagens do grupo do condomínio. Peguei o aparelho, desbloqueei a tela e comecei a ler as mais de trinta mensagens que só surgiam quando algum morador reclamava de algo, mas naquele instante, pelo menos no início das mensagens, não era sobre reclamações.

Por um instante bati meus olhos na hora e então saltei para fora da cadeira, deixando o celular de lado sem terminar de ler tudo o que estava ali

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Por um instante bati meus olhos na hora e então saltei para fora da cadeira, deixando o celular de lado sem terminar de ler tudo o que estava ali. Já passava de dez horas da manhã e Diego ainda estava no berço sem sequer tomar seu leite matinal. Fui rápido até seu quarto e no instante que me viu, ele abriu um sorriso cativante na minha direção.

— Bom dia meu príncipe, perdoa a mamãe pela demora.

— Dia mamãe!  — Ele se levantou, estendendo seu brinquedo na minha direção.

Sem pensar duas vezes eu peguei o ursinho e então o peguei no colo, enchendo-o de beijos enquanto caminhava na direção do trocador.

— O que vamos fazer hoje? O que acha de irmos no parque um pouco?

Ele respondeu com suas palavras emboladas, mas eu entendi que foi uma frase afirmativa e de empolgação. Para minha sorte ou a dele, era sábado e eu tentava aproveitar ao máximo os finais de semana com ele.

Depois de trocá-lo, eu enchi sua mamadeira com leite, coloquei cereal para ele em uma de suas vasilhas e deixei que ele comesse no carrinho mesmo enquanto eu me trocava o mais rápido possível.

O sol do lado de fora já estava quente demais e eu sabia que a tendência era apenas piorar, então, sob o calor escaldante, fomos na direção do parque que ficava a alguns minutos de distância. Era um parque bem grande e que estava sempre cheio, principalmente aos sábados e domingos.

Alguns minutos de caminhada e então estávamos dentro do parque. Diego já tinha comido seu cereal e tomou seu leite mais rápido que o habitual, provavelmente porque estava faminto demais pela demora ao comer de manhã, então deixei que ele descesse do carrinho e caminhasse por si só. Empurrando o carrinho eu comecei a segui-lo, torcendo para que nenhum ciclista fosse sem noção o suficiente para atropelar uma criança daquele tamanho que simplesmente corria feliz, comemorando sua liberdade.

Confiar | VONDY - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora