CAPÍTULO DEZENOVE

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Christopher apartou-se e eu pude enxergar uma interrogação gigantesca em seu rosto, provavelmente sem entender se eu queria realmente seguir adiante com aquilo e para falar a verdade, conhecendo-me como eu me conhecia, sabia que a possibilidade de eu dar para trás no meio de tudo era grande, mas naquele instante, eu queria simplesmente tentar esquecer tudo e viver a minha vida com o homem que, desde que me conheceu há poucos meses, só tentava me dar carinho.

Dei um passo para trás enquanto o observava parado ali feito uma estátua me olhando duvidoso, então sem pensar muito eu tirei a minha blusa. Christopher arregalou os olhos um tanto assustado com minha ousadia e eu mordisquei meu lábio inferior de maneira sedutora.

— Vai fazer alguma coisa ou vai esperar eu desistir?

— Dulce, eu pensei que...

— Cala a boca, Christopher!  — Levei minha mão ao cós de sua calça e comecei a puxá-lo na direção do quarto.

Tamanho seu desespero, ele começou a tentar falar algo, mas gaguejou tanto que sequer uma palavra saíra completa de sua boca. O que ele esperava de mim? Eu tinha sim os meus traumas, meus medos de voltar a ter os pesadelos que por tanto tempo me atormentaram, mas antes da minha vida desmoronar eu não era nem de perto a mulher santa e bobinha que ele provavelmente me pintava.

— Dulce Maria!  — Exclamou ele quando eu finalmente parei de puxá-lo, já na beirada da cama. Apesar da pouca iluminação que vinha da sala de jantar, eu conseguia ver seu olhar de desespero.

— O que foi? Você não quer?

— Eu quero, é só que você me pegou desprevenido.

Soltei um suspiro enquanto revirava os olhos ao mesmo tempo.  — O meu tesão também me pegou desprevenida, e vai por mim, se está esperando que eu acorde toda meiga querendo fazer amor, meu querido, está muito enganado.  — Bati minha mão contra seu peito, fazendo-o cair deitado na cama, então subi ali, sentando-me sobre seu quadril, com uma perna de cada lado.  — Eu não gosto de fazer amor, eu gosto de foder.

— Meu Deus!

— Não vamos por Deus no meio disso.

Christopher ainda estava assustado com minha reação repentina e eu não queria parar para pensar em como estava agindo. A única coisa que eu sabia que naquele instante, quem estava agindo era a Dulce Maria de pelo menos três anos antes e eu não sabia em quanto tempo ela iria voltar a se esconder.

Curvei-me para a frente e alcancei seus lábios, tomando-os em um beijo fervoroso e ele, óbvio, correspondeu no mesmo instante. Não pude evitar um gemido fraco sentindo seus dedos um pouco mais frios que a minha pele tocando minha cintura. Christopher era forte e grande se comparado a mim que parei de crescer cedo, então ele não teve a menor dificuldade em me agarrar pela cintura e me virar na cama, trocando a posição e ficando em cima de mim. Confesso que quando ele fez isso, deixando-me como a dominada da história, meu estômago deu uma pequena queimada, mas eu não me deixei levar por aquela sensação ruim.

Apartando-se do beijo e com um sorriso safado estampado nos lábios, Christopher tirou sua camiseta e pela primeira vez eu consegui ver seus músculos que ele provavelmente trabalhava diariamente na academia. O desgraçado era lindo e eu conseguia imaginar o porquê de ele ser tão popular com as mulheres na academia.

Novamente nossos lábios se encontraram e embora eu queria que ele permanecesse ali, sua boca começou a descer por minha pele, traçando um caminho entre meus lábios e os meus seios. Eu não sabia explicar como aquele homem que saboreava minha pele conseguia manter um equilíbrio perfeito entre a delicadeza e selvageria ao mesmo tempo, no mesmo instante em que seus dedos desciam sutilmente meu sutiã, seus lábios caprichosos sugavam minha pele ao redor dos meus seios como se eles fossem alguma espécie de doce.

Confiar | VONDY - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora