CAPÍTULO TRINTA

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O zumbido em meu ouvido e a imagem turva não me permitiu seguir meu caminho. Sentei-me na calçada e fiquei ali, permitindo-me chorar enquanto a chuva fraca caía sobre mim. Um grito escapou de minha boca, as pessoas que passavam não ousavam se aproximar e eu preferi assim, precisava daquele momento só meu para colocar aquele sentimento forte para fora.

Quando saí do escritório estava tão fora de mim que não fui capaz nem mesmo de avisar a Annie ou a Christopher que a sessão tinha acabado e embora agora estivesse desabando, antes de sair de lá não consegui derramar uma lágrima sequer, talvez porque eu ainda estava em choque com tanta memória desbloqueada. A doutora Karla até tentou me convencer de chamar alguém, mas eu tinha total direito de sair dali por conta própria e fazer o que me desse na cabeça.

A adrenalina do momento não me permitiu sequer sentir frio e eu fiquei ali por tanto tempo, chorando e gritando que pensei que em algum momento a polícia ou alguma ambulância iria me tirar dali e me levar direto para o hospício. Depois de tanto ignorar o telefone com as notificações, resolvi ver as mensagens.

 Depois de tanto ignorar o telefone com as notificações, resolvi ver as mensagens

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Guardei novamente o telefone, torcendo para que as gotas da chuva não o estragassem porque eu não teria a menor condição de comprar um novo

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Guardei novamente o telefone, torcendo para que as gotas da chuva não o estragassem porque eu não teria a menor condição de comprar um novo. Permaneci ali por pelo menos uma hora antes de conseguir me acalmar um pouco e ir para a casa, porque eu precisava me trocar antes de ir buscar Diego.

No metrô eu andei desnorteada, desviando de algumas pessoas e trombando em outras sem intenção. Sabia que eu não estava dentro do meu juízo perfeito, talvez como no dia que eu resolvi fazer a tatuagem que eu tinha na lateral do meu corpo. Me Peguei rindo de desespero, espremida entre todas aquelas pessoas no vagão lotado enquanto me lembrava do surto que tive de deixar Diego com a vizinha depois de uma noite sem conseguir pregar os olhos e ir parar num estúdio de tatuagem. 

"— Você não está drogada, né?  — Perguntou o homem, julgando-me por minha afeição destruída.

— Antes eu tivesse. Conhece alguma coisa que tira o cansaço físico e mental?

— Moça, não é porque eu faço tatuagens que eu gosto dessas cosias.

— Eu não disse isso.  — Soltei um suspiro.  — Eu tenho um bebê que não dorme direito há cinco dias em casa e não tem quem me ajude com ele.

Confiar | VONDY - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora