Arrumei meu pé em cima da almofada e voltei minha atenção a Diego. Estávamos naquela casa há pouco mais que duas horas e ele estava se sentindo completamente em casa, mexendo em tudo que podia na intenção de matar a sua curiosidade. Alexandra e Victor eram os pais de Christopher, ambos nos receberam com todo carinho do mundo e foi ela quem foi logo me guiando para o sofá para que eu pudesse colocar meu pé inchado para cima. Tanto Alexandra quanto Vitor a primeiro instante, pareceram encantados com Diego, eu vi no olhar dos dois o mesmo olhar que eu vi em Christopher quando ele nos conheceu e apesar da minha situação psicológica, eu senti que eles realmente gostaram do menino. Ambos pareciam alegres e tinham jeito com criança, tinha certeza de que se Christopher desse netos a eles algum dia, eles seriam o terror dos pais.Christopher surgiu da cozinha seguido por Luna, ela o rodeava e eu entendi o motivo vendo-o carregar uma bandeja com alguma comida em cima. Senti minhas bochechas corarem, vendo-o trazê-la na minha direção e então colocá-la em meu colo.
— Hora do almoço.
— Mas ninguém está comendo.
— Mas você vai, tá? Eu vou dar comida pro Di e você precisa ficar com os pés pra cima. Como tá isso? — Perguntou no final da frase dando atenção ao meu pé.
— Parece um pão.
— Um pãozinho fofo. — Ele deu uma risadinha. — Seus pés são minúsculos.
— Christopher, sai daqui, sai.
— Bravinha.
— Ainda isso?
— Sempre.
— Papai? Di ta com fome.
Diego se aproximou olhando com curiosidade para a comida na minha bandeja. Eu dei uma risadinha e comecei a comer, para iniciar, a sopa.
— Eu quelo papai.
— Vai lá, papai, vai alimentar seu filho.
— Aproveita mesmo.
— Sabe que a culpa de ele gostar tanto de você é sua, né?
— Minha?
— Pra começar, você tem um cachorro que ele adora, está ensinando-o a andar de skate, isso depois de atropelá-lo.
— Você o atropelou com o skate, Christopher? — Os olhos verdes acinzentados de Alexandra se arregalaram e eu assenti. — Eu sabia que isso ia machucar alguém, mas você não me ouve.
— Pois é senhora, Alexandra. Quase matou meu filho.
— Primeiramente senhora não, porque senhora está no céu. — Ela veio se sentar perto de mim. — Segundo, que história é essa que está ensinando-o a andar de skate? Ele não tem apenas dois anos? É apenas um bebê.
— Alexandra, não começa, mulher. Christopher já vai fazer trinta anos, tem as responsabilidades dele.
— E quase levou a vida do Diego.
Eu ri lembrando-me de uma vez Christopher mencionar que a mãe era protetora, mas a ponto de ela o repudiar por uma coisa que nem foi grave assim, era engraçado. Christopher pareceu sem graça, mas logo pegou Diego no colo.
— Vamos comer, campeão? Está quase na hora da sua soneca.
— Di não tá com sono.
— Mas precisa dormir, porque aí você vai poder descansar e passar a tarde toda brincando com a Luna. Vamos?
Diego não disse que sim, mas também não contestou Christopher o levar até a cozinha. Victor logo o seguiu e Alexandra ficou ali, seu silêncio era ensurdecedor e eu me perguntava o quanto Christopher havia contado sobre mim. Enfiei uma colher de sopa na minha boca e evitei fazer contato visual, temendo que alguma pergunta esquisita saísse de sua boca.
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Confiar | VONDY - FINALIZADA
FanfictionPegue um chá e sente-se da maneira mais confortável possível. De preferência pegue um lenço, você provavelmente vai precisar. Você pode ver o meu sorriso por fora todos os dias quando eu desejo bom dia no elevador ou na esquina, ou até mesmo no parq...