Capítulo 1- 24 de junho de 1997

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"Mate o sobressalente."

"NÃO!!!"

Mais tarde, Harry não foi capaz de explicar como ele havia conseguido.  Magia acidental, provavelmente.  Mas naquele segundo, totalmente exausto, magoado e confuso, longe de Hogwarts, ele sabia que nunca se perdoaria se deixasse Cedrico morrer.  Esta foi a sua luta.  Sempre foi.  Com clareza avassaladora, Harry percebeu, ao ouvir aquela voz de gelar os ossos, que tudo tinha sido um estratagema, um esquema elaborado para trazê-lo aqui, agora, as consequências para todos os outros que se danem.  Então, ele explodiu, derrubando Rabicho, direto nos braços de Cedrico, que agarrou o traidor reflexivamente.  Além de se preocupar com suas chances de sobrevivência, Harry procurou freneticamente pela Taça Tribruxo.  Em um movimento rápido, ele o convocou direto para os braços de Cedrico.  O garoto queria protestar, mas a chave de portal foi ativada com o impacto, levando tanto o lufa-lufa quanto o traidor para longe.  Aliviado, Harry afundou contra uma lápide, mas não por muito tempo, quando a voz assustadora riu, "Esta demonstração incomum de inteligência não vai salvá-lo, Sr. Potter. Você vai morrer hoje. Avada Kedavra!"

"Expelliarmus!"

Nesse ponto, o feitiço foi mais um reflexo do que uma escolha consciente.  A magia deles colidiu no ar, não se cancelando, mas também não pousando.  A varinha de Harry começou a vibrar, fazendo-o agarrá-la desesperadamente.  Embora ele tivesse aceitado sua morte como o inevitável, ele não estava disposto a ir sem lutar.  Um raio de luz, onde seus feitiços se encontraram, moveu-se em direção a ele, mas Harry lutou, querendo encontrar seu destino em pé.  Ele não podia ver a figura que estava lançando o outro feitiço, mas no momento em que ele se levantou, o raio começou a vagar, para longe dele, em direção a Voldemort.  Quando colidiu com a varinha do outro, surgiram espectros, um homem velho, depois Charity Burbage.  O adolescente estremeceu, lembrando-se muito bem de suas mortes.  Então seu coração parou porque ele conhecia a última vítima antes do Professor Burbage.  As lágrimas começaram a nublar sua visão.

"Oh, querida, não chore."  Uma voz baixa, tão cheia de amor que as lágrimas inevitavelmente começaram a cair, sussurrou.

"Mãe."

Ele chocou.

"Vai ficar tudo bem, filho. Apenas espere."

"Pai!"

"James, você ..."

Harry teve que piscar algumas vezes, para ver seus pais se olhando, antes que o espectro de sua mãe flutuasse para longe, em direção à outra ponta da corda.

"Está tudo bem, Harry, apenas espere. Pare de lutar, apenas segure a magia. Nós só podemos permanecer enquanto a conexão entre a sua varinha e a de Voldemort estiver ativa."

Estranhamente, funcionou.  O jovem bruxo respirou fundo e relaxou seu aperto.  Seu pai não o conduziria mal.  A tensão diminuiu.  A conexão começou a parecer natural, confortável até, e Harry se perguntou por que ele havia se segurado tão firmemente quando as coisas poderiam ter sido muito mais fáceis se ele apenas tivesse deixado acontecer naturalmente.

"Mamãe vai ficar bem?"  Ele perguntou em voz baixa.

"Claro, filho. Mas ouça, não temos muito tempo e há muito que você precisa saber."

Harry acenou com a cabeça, olhando para um homem que ele só conhecia pelas fotos que Hagrid deu a ele no final do primeiro ano.  Ele entendeu agora porque as pessoas sempre o chamavam de imagem espelhada de James Potter.  O cabelo, os óculos, ele era como uma cópia carbono de seu pai.  Mas havia um calor e amor no olhar de James Potter, Harry nunca tinha visto dirigido a si mesmo.

Spiritual Intervention (tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora