Capítulo 5

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LIAM

Pegamos uma fila curta na entrada do parque, Heather não se preocupou em esconder a sua animação, nunca vi alguém feliz assim de ir em um parque. Tirei umas fichas na máquina e começamos a andar dando uma olhada nos brinquedos.

— quer ir aqui primeiro? — apontei pra um tiro ao alvo onde todo cara ganhava um urso pra deixar a garota feliz, ela olhou fazendo pouco caso e girou olhando pro céu.

— o mais alto — ela apontou pra cima e eu olhei uma montanha russa que passava na velocidade da luz.

— nem pensar — ela me olhou rindo de mim.

Não sei como vim parar sentado nessa montanha russa, um homem abaixou nossos cintos e eu apertei a barra de ferro sentindo vontade de vomitar.

— não acredito que deixei você me convencer a fazer isso — ouvi a risada dela e prendi a respirando quando ouvi o brinquedo ligar, a gente começou a subir lentamente e eu fechei os olhos, foi uma péssima ideia trazer ela aqui e mostrar o quanto eu tenho medo de altura.

— olha — ela apertou meu joelho e eu abri os olhos, vendo toda a cidade iluminada do alto, desviei meu olhar vendo a Heather admirar tudo e dar um sorriso que me desconectou da terra, perdi os meus pensamentos quando o brinquedo escorregou pra frente me fazendo apartar os olhos e travar a mandíbula. A única coisa boa foi ver a Heather gritando e os cabelos dela voando, ela parecia não ter medo de nada.

— você come isso mesmo? — ela hesitou antes de finalmente morder um pedaço da minha pizza de pimentão, mastigou e fez careta.

— não é tão ruim assim você está sendo muito exigente.

— eu prefiro queijo — o senhor da barraca entregou a fatia dela e andamos pelo parque, ela passou na minha frente e eu enfiei a mão no bolso da jaqueta dela puxando seja lá o que for que ela tinha pego na sala do treinador, ela deu um salto pra trás e me olhou com raiva.

— você precisa disso pra que? — olhei pro cartão magnético que abria as portas do rinque.

— pra Casey treinar o salto dela com o gelo vazio, acho que sem toda a pressão ela consegue — tomou o cartão da minha mão e colocou no bolso da calça jeans voltando a andar do meu lado.

— ela vem caindo a um bom tempo — fiz uma careta e ela deu uma cotovelada na minha costela.

— você me bateu? — ri colocando a mão onde ela me atingiu e ela não ligou por que sabia que não tinha machucado.

— a Casey se cobra muito sabe, ninguém apoia ela então ela precisa sempre resolver tudo sozinha, nisso nós somos bem parecidas então eu tento incentivar ela do mesmo jeito que ela me incentiva, a gente meio que só tem uma a outra — ela explica meio desconfortável e eu fico preocupado pensando cadê os pais dela.

Gastamos todas as fichas nos brinquedos e não paramos de conversar, mesmo que ela sempre escapava das perguntas sobre o passado ou a família. Toda vez que nossos olhos se encontravam eu sentia vontade de beijar ela, e me perguntei se eu ia ser um otario e estragar o momento.

— e os seus pais? — ela me olhou enquanto a gente saia do parque, e pensou bastante antes de falar.

— minha mãe mora no Texas e o meu pai mora aqui, mas a gente não se da muito bem — ela falou enquanto encarava o tênis e deixei ela continuar — o meu pai deixou a gente a muitos anos, foi difícil conviver com a minha mãe depois disso, mas e a sua família?.

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