Daniel sabia que estava parado a minutos, preso em sua própria cabeça.
Prometido...Almas ligadas...
— Daniel... por favor, diga algo. – A voz apreensiva e cheia de um sotaque forte de Yana o tira de seu torpor.
— É por isso que ficou? – Sua voz não é mais que um sussuro. Ele levanta o olhar, econtrando os olhos heterocromaticos que lhe fizeram companhia por tantos anos. — É por causa disso que não foi embora quando pôde?
— Tente entender... minha natureza é diferente da sua, quando eu lhe vi pela primeira vez, meu senso de casa mudou, e-eu so o queria perto de mim... quis ficar contigo.
— Mas ficou só por causa da ligação, não foi?!
— "Só" ? Daniel, essa ligação é a mais forte que há entre minha espécie! E eu não quis ir embora depois que lhe conheci melhor, não queria abandonar o garoto carinhoso e educado, sua mãe amável e seu pai que tratava a todos com cordialidade! Eu não quis. – Explica rapidamente, sua voz não aumenta, mas seus gestos se tornam nervosos, gesticula e balança o corpo de um lado para o outro.
— E quando pretendia me contar isso?
— Agora.
— Não, só está me contando por que sua família nos encontrou. Quando pretendia me contar? – Volta a perguntar, seu tom de voz firme. A fêmea engole em seco, abaixando a cabeça com vergonha. — Não iria me contar...
— Não queria que mudasse sua vida toda por minha causa, não queria lhe meter em meu mundo, em minhas guerras e lutas. Queria que se formasse, vivesse o máximo que pudesse, mesmo que longe de mim...
— E se eu me casasse? Se tivesse filhos?! – Se levanta, passando as mãos no cabelo, nervoso. Com raiva.— Viveria ligado a você, sem saber do por que eu não me sentia completo e feliz, viveria angustiado!
— Daniel...
— Você ficaria la, como loba, me vendo, vendo tudo aquilo sabendo que nos estamos ligados.
— Daniel!
— Como você ficaria? E como eu ficaria?
— EU QUEBRARIA A LIGAÇÃO! – O grito faz seu ataque parar, ele para, se vira, e encara a garota que tinha os olhos em lágrimas, ela se levanta, passando as costas das mãos sobre o rosto, uma tentativa falha de parar de chorar. — Se eu visse que você estava seguindo bem, que tinha uma família e que estava feliz... eu quebraria a ligação.
— Por que? – Sua pergunta sai num sussuro. Daniel tropeça dois passos para perto da fêmea, que balança a cabeça para os lados, sorrindo tristemente.
— Não precisa ficar comigo, Daniel... Se quiser, quebramos a ligação, mas é mais fácil faze-lo com um ancião, e so temos eles na alcatéia, eles não saem do território. Então... se isso for lhe fazer feliz, se é o que você quer, nós quebramos ela, eu não seria feliz nunca ao saber que você é infeliz... e eu não quero que você pense que deve ficar comigo por causa de uma ligação idiota.
O garoto suspira, agora culpado por fazer a garota chorar, se aproxima e toma o rosto delicado em suas mãos, passando os dedos logo abaixo de seus olhos, secando as lágrimas que caíam.
—Desculpe... – Pede, seu olhar preso no da fêmea. — Eu sei que isso é algo sagrado e que deve ser difícil de desfazer, mas eu não conseguiria abandonar tudo que conheço aqui fora... Se nos ficassemos juntos, eu teria que viver na alcatéia, não é? E minha família? E ainda mais, eu sou humano, você, uma loba... temos uma grande diferença biológica que eu ainda não entendo e...
— Tudo bem... – Ela o interrompe, tocando de leve suas mãos e se afastando. — Iremos quando as aulas acabarem, se você quiser, faz sua faculdade la, você e seu bruxo, quebramos a ligação e você volta, sem perigo depois disso, não irão lhe caçar depois que a ligação estiver quebrada. – E la estava o tom indiferente e frio, os olhos agora estavam secos, mesmo que avermelhados do choro silencioso de alguns segundos atrás. — Ainda podemos ser amigos.
Fala e se vira, andando para voltar ao porão.
— Se para quebrar a ligação é preciso de um ancião e eles não saem da alcatéia, como você a quebraria? – Pergunta antes que ela descesse as escadas, Yana para, coloca as mãos no bolso de sua calça moleton e olha por sobre o ombro.
— Há um jeito... um pouco mais perigoso de se fazer. Agora que você sabe, podemos quebra-la do jeito mais seguro, onde eu possivelmente não morra no processo... – Diz simplesmente e desce as escadas, querendo voltar ao treino.
Daniel fica parado no meio da sala, assimilando o acontecimento, não conseguia entender como sua vida virou uma bagunça, como agora descobriu que é ligado a uma lobisomen, que por causa disso seria caçado até a morte, e que para fazer a quebra dessa ligação ele teria que ir para a alcatéia dessa lobisomem onde está cheio de outros da espécie dela, onde ele não conhece nada... ele está assustado.
— Hei, cara... vamos la para sua casa, sinto o cheiro do bolo de carne da sua mãe de longe! – Seu amigo enlaça seu pescoço, está pálido, todos, mesmo no porão, ouviram a discussão dos dois, o bruxo sabia o quão perigoso era quebrar uma ligação, talvez não tanto para Daniel, que é um humano, seus sentidos eram mais fracos, sua ligação com a natureza e o universo também, mas para Yana que é uma loba, onde sua natureza e istintos eram diferentes e mais aguçada que a das de seu amigo... para ela era muito perigoso. E a morte da futura rainha poderia causar uma catástrofe.
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D
aniel encara seu prato, pensativo. Sua família ao seu redor conversava e ria, sua irmã sendo a alegria da casa com seu jeito espontâneo de ser.
— Mãe, pai... – Chama e levanta o olhar, encontrando seus rostos levemente preocupados.
— Sim, querido? – Kaiana estica a mão, tocando a do seu filho com carinho materno.
— Quero falar algo para vocês... – Coça seu queixo com a mão livre e aperta a de sus mãe carinhosamente.
— Fale, Daniel... – Seu pai pede, calmo, mas atento.
O garoto inspira e expira, tomando coragem, não so para dizer o que ia, mas também para ter certeza que aquela era a sua decisão final.
— Quando minhas aulas acabarem, daqui a um mês... eu vou com os Blacks para a alcatéia deles e começarei minha faculdade lá, ficarei até terminar meu curso e voltarei para cá, durante as férias darei um jeito de vim visita-los, prometo. – Fala com cautela e observa os rostos de seus pais, Kaiana sorri de canto e confirma com a cabeça, Sebastian suspira e olha para o teto, mas também confirma com a cabeça.
— Kauê nos disse que essa poderia ser uma de suas escolhas... – Kaiana murmura e sorri de canto. — Nos entendemos, filho.
— Sério? Ele disse isso mesmo? – Pergunta surpreso.
— O senhor Black tem vindo muito aqui, filho, nos explicou o máximo que podia sobre sua espécie, é muito para assimilar, mas nos entendemos. Ele também nos disse que faria questão de fazer você vim nos visitar em todas as férias de sua faculdade, além de fazer nos termos uma conexão segura para contato. – Seu pai explica e da tapinhas confortáveis em sua mão.
— E além do mais, você ficará em segurança, Flocus estará com você, Yana é uma boa "pessoa" e vai cuidar de você, assim como sua família. Vai dar tudo certo. – Sua mãe termina e se aproxima para lhe dar um beijo no rosto.
— Sim, vai dar tudo certo.
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ᴏ ᴜɪᴠᴀʀ
WerewolfⒺⓜ ⓐⓝⓓⓐⓜⓔⓝⓣⓞ ────────※ ·❆· ※───────── Ela rosnava alto enquanto rasgava pele, carne e músculos, quebrava ossos e abria gargantas. Ele podia ouvir os uivos e rosnados dentro de sua cabeça, reberdando dentro de seu crânio. De mundos difer...