Capítulo 29

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  O breve caminho até a alcatéia é coberto com risada e conversa alta, a família de Yana é barulhenta, todos falam e interagem uns com os outros com facilidade, Daniel não consegue não pensar em sua própria família e no quanto eles também eram assim únidos, demostrando seu amor para bem quisesse ver.

Ele entraria em contato com sua família o mais rápido possível, quando conseguisse.

Ao entrarem na alcatéia, Daniel se vê em uma aldeia bem cuidada, quente e acolhedora, lobos passeavam de la para cá, seja em duas pernas ou em quatro, e todos, sem exceção, paravam para comemorar quando viam o grupo passando. Esperaram Yana por tempo demais e agora que ela havia retornado, uma festa começava entre os lhyncans, pés e mãos começavam uma batida sincronizada e bocas se abriam para cantar cantigas animadas, com direitos a uivos e gritos animados.

Daniel ri quando duas crianças passam por ele, quase o levando ao chão com a rapidez de suas passadas, Felix ao seu lado solta uma risada baixa também, de olho a frente, onde a alfa era abraçada e cumprimentada por todos. Eles andam por entre as casas de pedra, de aparência rústica, até a um dos maiores prédios do local, um palácio, grande e que se impunha sobre todo o resto com verdadeiro poder emanando dele, de seus moradores.

Param a frente da enorme porta do Palácio, e Kauê, sorrindo largamente para todos abre os braços, e automaticamente todo barulho cessa.

— Depois de longos anos de buscas, minha filha, minha herdeira, nossa Yana, está de volta! – Anuncia com a mesma do lado, sua voz reberda pelas montanhas, mas os gritos de comemoração em resposta fazem as árvores estremecerem e a neve rolar das montanhas.

— Uau... – Faz Daniel, surpreso e extasiado.

— Hoje comemoraremos o retorno de minha filha! Peguem suas caças, vistam suas melhores roupas, vamos dançar, vamos brindar, vamos nos divertir! Acendam a grande fogueira e festejem! – E o humano quase fica surdo agora com os gritos, tão altos que até mesmo alguns lobos fazem caretas engraçadas, tampando os ouvidos sensíveis e rindo alto enquanto balançavam a cabeça em descrença.

— Vamos entrar antes que a destruição comece. – Um dos gêmeos fala, rodeando um braço ao redor de Daniel e o outro ao redor de Felix, os puxando para passar pelo portão agora aberto do castelo. — A algazarra vai começar, tudo vai ficar uma bagunça e quando menos percebermos, teremos um bando de lobos bebados no teto do palácio querendo capturar a lua com as mãos. Uma diversão para todos, é claro, menos quando alguém cai de la de cima e tem que ser arrastado para ter algum osso restaurado.

O palácio por dentro era ainda mais lindo, feito de madeira polida e pedra antiga, o chão era de pedra negra e lisa, onde o humano conseguia ver seu próprio reflexo, um grande lustre pendurado enfeita a sala de entrada e duas escadas espiraladas levam para o segundo andar, onde se conectam no corredor, alguns lobos sobem e descem elas com rapidez, levando lençóis, roupas e água para cima e para baixo entre os andares. Ha passagens e arcos que levam para outros lugares, mas o grupo passa reto, subindo as escadas e seguindo pelo corredor do segundo andar, onde grandes janelas laterais deixam a luz do lado de fora entrar, iluminando o caminho.
Passam por portas e sobem mais dois lances de escada e é no quarto andar que param finalmente, Daniel ja está arfando quando isso acontece, mesmo ele, acostumado em fazer força e se exercitar, ficou cansado com as escadarias e corredores do palácio, talvez demorasse um pouco para que se acostumasse ao tamanho do local sem se perder.

— Você fica aqui, Daniel, e você, Felix, no último quarto do corredor, Caio fica no quarto da frente. – Dia, que esteve os guiando desde a entrada, diz, apontando de uma porta para outra, as três parecidas, feitas de madeiras escuras e brilhosas. — Não se preocupem que alguém vem trazer suas coisas, tomem um banho e relaxem, quando a coisa toda começar, virão buscar vocês.

 ᴏ ᴜɪᴠᴀʀOnde histórias criam vida. Descubra agora