Capítulo 12

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  Ele havia visto pela janela quando um carro surgiu na porta  da casa vizinha e de dentro dele saíram quatro garotos, pareciam ter a idade de Daniel, estavam agitados e entraram rapidamente na casa, ele imagina a razão, a garota loba havia entrado na casa e não tinha saído até agora. Daniel se sente extasiado, ainda não conseguiu procesar as informações jogadas em seu colo, ele queria ligar para Caio e conversar sobre tudo isso, mesmo que acabasse sendo apelidado de louco pelo amigo, mas toda vez que sequer pensa nessa opção, lembra dos olhos heterocromaticos, a garota havia praticamente implorado para o mesmo não falar para ninguém sobre aquilo, ele não podia negar isso para a mesma, não falaria e esperaria até que conseguisse falar com a misteriosa garota e sua família de...lobisomens. Ele está louco, era oficial.

  Ele se joga em sua cama, observando o teto pintado com cores claras e brilhantes, planetas, estrelas e constelações,ele havia feito aquela pintura quando criança, lembra-se que os pelos de Flocus haviam ficado coloridos por dias até que a tintura fosse tirada completamente. Ela não se chama Flocus, lembra-se, a garota concerteza tem um nome e não é Flocus, qual seria?

-Filho?- Ainda deitado o garoto levanta a cabeça para olhar em direção a porta, onde sua mãe estava lhe olhando com um sorriso calmo enquanto secava as mãos em um pano de cozinha - Os filhos do senhor Black estão aí embaixo, querem te conhecer!

-Ah, sim, estou descendo!- Devagar se levanta e acompanha sua mãe um tanto animada para o andar de baixo encontrando seu pai acompanhando dos quatro garotos que havia visto mais cedo e Kauê. Todos os quatro se levantam quando mãe e filho chegam na sala de estar.

-É Daniel, certo?-Perguntou o que parecia ser o mais velho ao se aproximar lhe estendendo a mão que o jovem aceitou a apertando em um comprimento, porém sua atenção foi para uma cicatriz que  começava em sua bochecha e sumia na gola de sua camisa.

-Sim, é um prazer conhece-lo.- Responde envergonhado quando o garoto loiro leva a mão a seu rosto percebendo que a atenção do outro estava ali.

-Um acidente quando criança- Explica brevemente antes de continuar a falar - Me chamo Karu, esses são Dia e Kai, meus irmãos, e o emburrado ali atrás é nosso primo Marluon, ele está assim porque está cansado da viagem, nada pessoal. -O mal olhar do ruivo para o rosto de Daniel diz o contrário a fala de Karu. Os dois outros garotos são gêmeos, os cabelos em um tom castanho acobreados, as sobrancelhas grossas e expressivas, além dos olhos claros, um que ele supunha ser Kai tinha os olhos em um tom verde claro enquanto Dia tinha seus olhos no mais claro tom de azul, toda a família tem os olhos nesses tons, percebe ao olhar para os olhos de todos da família Black. Todos os três acenam em comprimento antes de se sentarem.

-Seus filhos parecem serem bons meninos,Sr. Black!- Elogia Kaiana se sentando ao lado do marido que passa o braço pela cintura da mulher a segurando protetoramente.

-Obrigado!-Falam os quatro ao mesmo tempo, Daniel se senta em uma poltrona separada e perto da lareira.

-Apenas Kauê, por favor. E agradeço a essa educação a minha mulher, sem ela eu não saberia educar nossos cinco filhos.-Ri baixinho dando batidinhas na perna do filho mais velho que estava sentado do seu lado.

-Filho, estávamos conversando e ja que os rapazes passarão um tempo estudando na mesma escola que você, talvez você possa apresenta-los a cidade e a seus amigos, sim?- Seu pai fala e o garoto, mesmo não querendo, sorri e acena com a cabeça, concordando.

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- Você sempre morou aqui? -Karu  quebra o silêncio, todos os cinco andavam lado a lado nas ruas da pequena cidade pacata, moradores curiosos com os olhos acompanhavam o grupo.

-Ah, sim, minha mãe sempre foi daqui e meu pai era de Toronto,veio pelo trabalho de veterinário, nasci e cresci aqui assim como minha irmã. E vocês?

- Somos do Sul, nossas terras são Hýfþus, todos nós nascemos e crescemos la, mas vinhamos no mundo dos humanos vez ou outra para observa-los, Yana sempre foi a mais curiosa em relação a sua espécie - Um sorriso sarcástico em sua direção- Agora sabemos do porque dessa curiosidade toda! -Termina sua fala fazendo Daniel coçar a nuca,sem entender direito o que o garoto queria falar. Uma bufada do ruivo é ouvida, ele está irritado com o rumo da conversa e sua vontade é de quebrar o pescoço de Daniel em dois pedaços, mas ai quem quebraria seu pescoço seria Yana, a garota de olhos heterocromaticos, e seria em  pedaços tão pequenos que seria quase impossível de contar.

-Vocês podem me explicar isso de
Kirion?- Os quatro garotos se entre-olham e então explodem em risadas, gargalhadas altas e descontraidas, os gêmeos se apoiam um no outro, Karu abraça a propria barriga e Marluon senta no chão enquanto tampa o rosto com as mãos.  Depois de quase três minutos, os quatro se recuperam, quase, ja que de vez enquanto soltavam pequenas risadas e repetiam a palavra que Daniel falou.

-Primeiro, o que você disse foi basicamente " Mãe de um peixe morto" então não tente falar essa palavra de novo. Segundo, se diz Ķýrųon. Terceiro, não podemos falar disso com você, não nos cabe, mas sim a Yana. - Dia, um dos gêmeos fala enquanto seca lágrimas do canto de seus olhos.

-Porque so a Yana? - Yana, aquele era o nome da garota a qual ele passou anos chamando de Flocus,era um lindo nome. Marluon voltou com sua carranca com a pergunta de Daniel, os gêmeos sorriram amarelo e desviaram o olhar em sincronia, sobrando para Karu explicar.

-Porque ela que é a outra ponta da linha, vocês dois estão ligados e sendo ela a que sabe o que é Ķýrųon dos dois, cabe a ela te explicar sobre isso, só a ela.

-É...-Resmunga o ruivo antes de em um movimento rápido se virar, ele não foi rapido o suficiente e é atingido em cheio por uma bola de pelos brancos, os dois caem no chão, Marluon volta a gargalhar enquanto tenta escapar das lambidas da loba que animada balança o rabo e  late. Quando Yana descobriu que alem dos seus irmãos, seu primo também havia vindo, soltou um grito animado e se jogou nos braços do garoto que gargalhou enquanto lhe envolvia o corpo e lhe rodava, como seu pai havia feito com ela, os dois não haviam desgrudado até o momento que os quatro garotos precisaram ir a casa dos Boss pelas ordens de Kauê.
    Daniel observa os dois enquanto sente seu peito apertar,  ele sabe bem o que é e agora quem tem uma carranca no rosto é ele, ele sabe bem o que está sentindo e não gosta nem um pouco disso. Ciúmes. Yana, como se sentisse o olhar do garoto em si, o olha diretamente nos olhos, sua expressão diz tudo.

Parece que o jogo virou, não é mesmo?

 ᴏ ᴜɪᴠᴀʀOnde histórias criam vida. Descubra agora