ᴏ ᴜɪᴠᴀʀ

Capítulo 8

-Até depois, Floc!-Seu pescoço-ou parte dele- é envolvido pelos braços da garotinha que beija sua cabeça se despedindo, lambendo seu focinho a fêmea observa Bianca se afastar em direção a sua professora de dança que sorri para a mesma e a recebe em um abraço logo a levando para dentro da escola junto com outras crianças.

-Bem, missão cumprida. Vamos?- Daniel ao seu lado arruma sua bolsa em um só ombro e acaricia sua cabeça.

Sim, claro, vamos...

Se levantando, a loba acompanha com passos calmos seu garoto para o colégio a duas quadras de onde a escola de dança de Bianca se encontra, Daniel está em seu último ano do ensino médio e já planeja sua faculdade, a loba não se permite pensar nisso e no que irá fazer quando seu humano ir para longe dela, isso se ela o permitir ir,o que ela não irá fazer, nunca.

-Os jogos estão se aproximando, você vai,não vai?-Pergunta sorrindo e acena com a cabeça como se tivesse recebido uma resposta- Otimo, te quero na primeira fileira, linda!- Se abaixa levemente e estrala um beijo na cabeça da fera que o olha com deboche.

As vezes você me assusta, sabia?

-Ah, não me olhe como se eu fosse louco!

Você possivelmente é! Ela riria se essa forma lhe permitisse, então o máximo que faz é colocar a língua para fora da boca e olha-lo, o garoto reconhece bem as expressões da fera e ri a empurrando, a mesma trota para perto dele novamente e se lança contra suas pernas fazendo o mesmo cambalear equanto gargalha.
Esses momentos entre os dois não eram raros, na verdade aconteciam muito,principalmente no meio da cidadezinha onde moravam como acontecia agora, todos que passavam olhavam a cena e riam, conheciam Daniel e Flocus, principalmente porque a loba ficou conhecida pela cidade toda depois de salvar a vida do filho do melhor veterinário do local e por virar mascote tempos depois do time de hóquei que o garoto passou a frequentar, sendo amada e mimada por muitos além da própria família Boss.

-Daniel?-Escutam, o corpo de Flocus na hora se tenciona e a mesma para de bagunçar com seu humano que sorri para a garota que se aproximava também sorrindo.

-Amor, oi!- Comprimenta e se aproxima da intrusa lhe beijando levememte os lábios, a loba trinca o maxilar observando a cena, e, passando por ambos, segue o caminho ignorando os chamados do garoto que ri incentivando sua namorada a andar junto deles.

-Estava passando quando escutei vocês. Fui pagar umas contas de papai na loja do senhor Willy.

-Ah, sério? Fomos deixar Bianca na escola de balé, que bom que estava por aqui. Me de sua mochila, vou levá-la! -Como sempre um cavalheiro, resmungando a loba apressa os passos -Flocus, espere!- Daniel junto de Carolina apressam o passo, mas a loba começa a trotar para não ter que andar junto dos dois. Desistindo de correr atrás de sua companheira o mesmo deixa sua feição assumir uma expressão triste e para de correr.

-Ela não gosta mesmo de mim...-Murmura Carolina ao seu lado observando as costas da loba que se afasta, o rabo peludo estava levantado em forma de sarcasmo e deboche.

-Não, claro que ela gosta de você, ela só é...assim mesmo!-Daniel coça a nunca sentindo um aperto no peito ao ser ignorado por sua amiga.

De todos as coisas que fazem Flocus se tornar arisca, o namoro de Daniel com Carolina com certeza é um dos ápices para essa reação na loba. Carolina se mudou a quatro anos para a cidadezinha para morar junto de seu pai, ela e Daniel se conheceram na clínica de Sebastian quando a mesma levou seu gato para fazer um check up completo, o encontro resultou em uma amizade que em um três anos resultou em um pedido de namoro. Flocus nunca deixou com que Carolina chegasse perto, nunca ia para as visitas que Daniel fazia a casa da garota e rosnava e se esquivava quando a mesma tentava acariciar seu pelo. Ela era ciumenta, possessiva e protetora em relação ao garoto desde sempre e para não se tornar agressiva ela prefere sair de perto de ambos e investigar o cheiro que a mesma sentiu mais cedo, não era invenção de sua cabeça, não poderia ser...

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-Mãe, pai, cheguei!-Daniel   abre a porta batendo os pés no chão e retirando seu casaco para pendura-lo no gancho ao lado da porta.

-Na sala!- A voz de sua mãe diz e o mesmo segue na direção onde eles estão. Chegando no cômodo observa  seus pais e Bianca sentados no sofá enquanto assistem TV, o garoto franse o cenho.

-Onde esta Flocus?-Pergunta sentindo falta da loba que não fora espera-lo na entrada do colégio como sempre fez, poucas vezes a mesma não o fazia, uma dessas vezes foi por culpa de Guaxinins que a mesma estava expulsando de dentro da casa junto de Kaiana que havia ficado desesperada ao ver o grupo que tinham invadido a cozinha revirando tudo que encontravam na frente.

-Ue. Ela ainda não chegou desde que vocês saíram hoje cedo, achei que estava junto de você. -Sua mãe fala e todos se entreolham preocupados, a loba não era de sumir assim e ja havia caçado, não tinha o porque de sumir como acontecia quando caçava muito longe.

- Eu vou procura-la!- Anuncia Daniel já se direcionando para a porta, seu pai se levanta e quando iria dizer que iria junto de seu filho, Flocus entra pela porta dos fundos- que fora aprimorada para que a entrada da mesma fosse possivel- e passa por Daniel calmamente e se deita aos pés de Kaiana que olha a fera que sempre é tão altiva com preocupação.

-Flocus?-Daniel se aproxima, resmungando a loba desvia de seu toque e se arrasta para perto de Bianca que se joga em cima da loba. -Ela está estranha desde cedo quando corriamos. Ela parou do nada como se houvesse escutado algo e ficou  farejando o ar, ficou rodando e procurando algo, ou alguém. - Diz e olha para seu pai que entende o pedido do filho e se aproxima da loba. Bianca sai de cima de Flocus deixando o pai avalia-la, porém a mesma não está interessada na análise e tenta levantar sendo repreendida pelo homem.

-Fica!- Manda forçando a fera a deitar novamente, a mesma resmunga, mas com um baque surdo se joga no chão novamente e deixa as mãos de Sebastian apalparem suas costelas, pescoço e o resto do corpo atrás de algo que pudesse explicar o comportamento estranho da quadrúpede.

-Não tem nada de estranho visivelmente, eu teria de fazer exames mais completos para saber se tem algo a ver com a saúde dela.

Sim, tem que ver minha mente, estou ficando louca, doutor!

A mesma sente novamente um cheiro familiar e então em um rompante se levanta fugindo das mãos de Sebastian que pula com o susto e aproveitando a mesma sai correndo, ela havia perseguido o cheiro pela cidade toda, mas o mesmo sempre sumia.

Dessa vez não...

A mesma corre porta afora escutando o chamado de seu amado a suas costas.