Capítulo 1

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Ele podia ouvir os uivos e rosnados dentro de sua cabeça, reberdando dentro de seu crânio.

    -Pai, os lobos não ficavam longe nessa época do ano? -Pergunta ao pai que arrumava suas coisas para que pudessem partir, estavam acampados a dois dias e agora voltariam para casa, iriam na manhã seguinte, mas seu pai ao ouvir os rosnados e uivos,preferiu que seria mais seguro que fossem agora.

    -Normalmente sim,filho, esses rosnados e uivos devem ser de uma luta por território,é bem normal de se acontecer,mas prefiro não ficar próximo para virar outro alvo-Termina e se vira para seu filho o tirando de onde estava sentado na caminhonete o colocando no chão, o garoto ajuda o pai a colocar as coisas na traseira do carro para irem, porém o garoto para ao ouvir um uivo, mais perto do que todos os outros, esse trás dor, faz o coração do menino se apertar em agonia.

    -Entre no carro,Daniel! -Diz seu pai do outro lado do carro, mas Daniel não obedece olhando para a parte da floresta onde era mais densa, onde havia placas de avisos para não entrar naquela parte da floresta, mas o garoto se sentia atraído para lá, estava lhe puxando, cada vez mais forte, seu pai falava com ele, mas o garoto não ouvia, seu foco estava na floresta e no uivo de dor que saia de dentro dela.

    Precisa de ajuda, esta precisando de sua ajuda… 

    E então Daniel correu, seu pai gritou atrás dele e começou a persegui-lo, gritando para ele não entrar lá, preocupado com o filho. Seu pai tentava lhe alcançar, mas ele era mais ágil, se desviava de galhos que vinham como garras em sua direção e raízes que pareciam se entortar para tentar puxar seu pé, e então ele parou ao chegar em uma clareira, a luz da lua parecia mais forte naquele local, seu pai aparece atrás de si e o segura pelo ombro fortemente.

    -Onde você estava com a cabeça? Aqui é perigoso! - Seu pai continua falando, mas para ao perceber para onde a atenção de seu filho está voltada, seu filho aponta para o pequeno corpo de um animal que estava no chão a alguns metros, tremia e gania de dor baixinho.

    -Precisa de ajuda…-Sebastian para ao perceber a voz do filho apertada, como se segurasse para não chorar e também tinha um toque controlado, como se estivesse hipnotizado, então Sebastian o solta deixando o filho andar a frente, chegando perto do filhote de lobo que estava no chão.

    -Meu Deus…-Solta seu pai ao ver o estado do filhote, coberto de sangue, galhos, sujeira, estava machucado, quatro marcas profundas estavam em sua lateral de onde saía sangue, o filhote se encolhia com dor e estremecia.

    -Por favor pai…-Daniel pede se aproximando do pequeno corpo e se ajoelha esticando as mãos como se fosse tocar o lobo, mas só deixa a mão pairando por cima do cima do lobo que tentava se afastar, assustado, porém o garoto fazia sons reconfortantes e acalmava o filhote, Sebastian estava estático atrás do filho, nunca o havia visto daquele jeito.

     -Temos que ajudar, pai, estou implorando, por favor!-O menino olha choroso pro pai que se agacha para ficar do lado do filho, o filhote havia se acalmado e olhava fixadamente para o garoto, Sebastian poderia jurar que os olhos do lobo pareciam brilhar.

    -Ele pode ter uma família que está atrás dele, filho…

    -Os lobos sempre andam em bando, e sempre protegem seus filhotes, não os abandonam, ele foi deixado aqui sozinho!-Como resposta o lobinho solta um uivo baixo, dolorido. Seu pai suspira forte e chega mais perto do filhote olhando seu machucado, pareciam marcas de garras, sim, aquele filhote fora atacado até quase a morte, mas talvez ele conseguisse salvá-lo, o ferimento precisava ser limpo, precisaria de pontos, mas ele conseguiria.

    -Tudo bem…-Solta e seu filho sorri com lágrimas nos olhos, leva sua mão a cabeça do lobo e acaricia ali, o lobo apenas fecha os olhos como se agradecesse por ter um carinho no meio de tanta confusão.

 ᴏ ᴜɪᴠᴀʀOnde histórias criam vida. Descubra agora