O vento gelado açoita seu rosto, congelando suas orelhas e nariz, Daniel mantém os olhos semicerrados enquanto segura com força os pelos brancos da loba abaixo de si que corria em uma velocidade assustadora.Ja havia horas que eles corriam sem parar, os lobos não demonstravam cansaço, mantinham o ritmo rápido desde o amanhecer.
— Tem fome? – A pergunta arfada quase não chega aos seus ouvidos que estão preenchidos pelo silvo do vento contra eles.
— Não muita, aguento mais até realmente ficar com fome. – Responde se inclinando pra frente, quase deitando sobre Yana, que acena com a grande cabeça peluda.
— Chegaremos em menos de duas horas, acha que consegue aguentar até la?
— Consigo, não se preocupe. – Um resmungo de confirmação é dado pela fêmea e então ela acelera as passadas, o resto do grupo não ficando para trás e acompanhando a jovem com facilidade.
Felix, no meio dos gêmeos, corria com a língua para fora, feliz com a liberdade que nunca teve, ele estava começando a amar aquilo, aquela nova forma, aquela nova cultura, aqueles sentidos que gritavam para todos os lados: para o chão que pisava, as árvores que passavam, o vento que parecia chamar pelo seu nome. Aquilo tudo parecia tão certo, como se o estivesse esperando desde sempre, como se fosse para que tudo aquilo tivesse acontecido e ele fosse transformado. Era certo.
— É bom né... – Começa Dia, o olhando de escanteio.
— Correr assim? – Kai, seu gêmeo, completa a pergunta.
— Muito... – Responde, e não se segurando, deixa a cabeça se inclinar para frente, para o vento que batia contra sua cara peluda e fecha os olhos brevemente. — É como se, em toda minha vida, eu estivesse esperando por isso, e isso estivesse esperando por mim, é tão certo.
Os gêmeos se entre-olham, lançando um olhar admirado ao delta.
— Talvez era pra ser... – Kai fala, apenas para eles três ouvirem.
— Talvez esse sempre tenha sido o seu lugar. – Dia fala brincalhão e lhe da um pequeno empurrão, ele ri baixo, correndo mais rápido quando a alfa acelera o passo, se sentindo mais rápido como nunca fora.
— Talvez. – Murmura e sente seu peito quente, ele, depois de tanto tempo, se sentia bem. Se sentia em casa.
Novamente dentro da floresta o grupo havia diminuido a velocidade, mas, em contrapartida, Yana havia ficado mais ansiosa, fungando e se mexendo de um lado para o outro, se revirava tanto que Dia teve que puxar Daniel para si, a fêmea não notando, estava sentindo sua alcatéia, estavam próximos, muito próximos.
— Conseguiremos ver a alcatéia dali. – Kaue aponta com sua cabeça a queda ingrini a alguns metros, a fêmea corre até la, derrapando na borda, seu rabo peludo indo de um lado para o outro, feliz.
Dia se aproxima da irmã e Daniel pode ver, um pouco distante, a alcatéia estava la embaixo, ele conseguia distinguir prédios feitos de pedra, via fumaça subir aos céus e também pequenas figuras passando de la pra cá, algumas maiores e peludas, em forma lhyncan.
Um uivo alto é dado ao seu lado e o garoto olha para Kauê, que puxa o ar novamente e uiva mais uma vez, não demora e a resposta vez, uivos, latidos e rosnados, alegres, todos vindo da aldeia la embaixo.
Yana não espera mais, pula penhasco abaixo, deslizando na encosta ingrini, usando pedras e árvores para descer com agilidade, logo ela estava no chão e se lançando em uma corrida rápida em direção à aldeia.
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ᴏ ᴜɪᴠᴀʀ
WerewolfⒺⓜ ⓐⓝⓓⓐⓜⓔⓝⓣⓞ ────────※ ·❆· ※───────── Ela rosnava alto enquanto rasgava pele, carne e músculos, quebrava ossos e abria gargantas. Ele podia ouvir os uivos e rosnados dentro de sua cabeça, reberdando dentro de seu crânio. De mundos difer...