Emília respirou fundo, era difícil para ela contar aquela história, e então depois de um momento começou:— Eu morri pela primeira vez em um incêndio, eu estava na faculdade, eu nem estava no laboratório que começou o incêndio, alguém fez alguma coisa errada nos experimentos e quando vi já tinha consumido todo o lado em que eu estava da universidade, acabei por desistir de tentar sair, não tinha como, era impossível, tudo já tinha sido consumido pelo fogo. E então eu apaguei, quando abri meus olhos de novo eu me vi em um lugar ornamentado, igual aqui, mas eu me sentia diferente, tentei me levantar mas foi completamente inútil. Depois de um tempo que eu dormi de novo, eu me levantei e fui a procura de um banheiro, mas o que vi foi um espelho que estava pendurado no quarto. No começo eu achei que era um retrato de uma moça loira, mas a imagem se mexia junto comigo achei que estava sonhando, mas eu me aproximei do espelho, eu era a moça loira, foi naquele momento que eu gritei — Emília riu de nervoso contando —, um empregada entrou correndo no quarto e chamou por um nome, que não era meu, ela estava espantando que eu estava de pé, bom no caso a moça.
— Espera, você está dizendo que você reencarnou o corpo de alguém? — perguntou Albert com os olhos levemente arregalados, tentando esconder seu espanto.
— Sim, no começo foi muito sinistro, mas depois eu me acostumei, era como se aquele corpo era, agora, meu, depois eu soube que a dona do corpo era para ter falecido, deve ser por isso que foi possível eu estar no corpo dela — explicou Emília.
— Então é por isso que você sabia que estava em outro mundo — comentou Albert agora sem conseguir esconder em sua voz e expressão seu espanto.
Anthony não conseguia falar nada, nem mesmo uma palavra vinha em sua mente, ele estava chocado demais com tudo que havia ouvido. Não era a primeira vez que ele havia ouvido algo assim, na primeira foi Albert que contava, então de certa forma ele não acreditava tanto, mas agora alguém havia confirmado. Aquilo era, de fato, assustador.
Emília não estava muito confiante se eles iriam acreditar nela, mas foi maravilhoso finalmente poder contar para alguém, algo que ela tinha escolhido pelo bem das pessoas a sua volta, guardar para si. Era como se tivesse tirado um peso que a muito tempo estava a perseguindo, chegou a ser um alívio.
— Desculpa perguntar, mas o senhor por acaso, não teria um mapa? — perguntou ela lembrando do propósito de ter saído do quarto naquela hora.
— Sinto lhe dizer, mas não tenho um mapa, nem mesmo um da cidade — disse Albert um pouco triste.
— Quando o senhor quer que eu...
— Eu já sei o que você vai me perguntar, e eu não quero que você saia daqui tão cedo, você mal chegou, e eu outra você vem do mesmo lugar que eu, me sinto no dever de ajudar — Albert a interrompeu.
— Tio, você tem idade para ser pai ou avô dela, então, por que você não a adota? Sem contar que isso facilitaria as coisas para ela, e ela pode ingressar na nobreza, o que para alguém que veio de outro mundo seria muito melhor — comentou Anthony.
— Devo admitir que eu já tinha pensado nisso, inclusive gosto bastante da ideia, mas preciso saber o que ela pensa — explicou Albert.
— Eu não me importaria, mas eu já sou maior de idade, tem como me adotar? — perguntou Emília.
— Mas é claro que tem — afirmou Albert. —, mas eu vou deixar um tempo para você pensar, não quero te forçar a nada.
— Já que é assim, irei pensar bem e amanhã, para não demorar muito, te dou uma resposta.
— Perfeito — disse Albert, que agora se virava para Anthony —, vai dormir aqui hoje?
— Vou sim, tio, até porque tenho várias perguntas que quero fazer para sua futura filha — disse Anthony abrindo um sorriso com segundas intenções.
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A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)
Любовные романыEmília só tinha certeza de uma coisa, que nunca esqueceria a expressão de seu amado no dia de sua morte. Começou de novo, mas nem tudo acontece como ela imaginava. Será que Emília conseguirá arrumar o futuro? Será que ela será escolhida por seu amad...