Capítulo 21 - Cafeteria

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— Primeiro devo lhe dizer que eu teria a mesma preocupação, então achei extremamente válido.

— Que bom, mas o que podemos fazer?

— Fica tranquila, eles já devem saber que o medalhão não está na mansão, então eles não tentaram invadir a mansão de novo.

— Lógico, você sabia do roubo então escolheu tirá-lo da mansão, não é?

— Exatamente, por alguma razão parece que esse medalhão é muito valioso, é claro que eu ainda não descobri o porquê.

— Se precisar de ajuda é só falar.

— Vou me lembrar disso, mas fique tranquila. Agora temos que começar a pensar num jeito do Duque notar que você é Miranda, tenho fé que ele já percebeu algumas semelhanças e acha estranho.

— O que você acha que eu poderia fazer? Assim eu não quero pisar em cima do sentimento dele por Miranda que "se foi" — ela fez aspas com as mãos —, mas, sinceramente, parece que eu mesma tenho pisado em meus sentimentos, estou esquecendo que também dói em mim, por causa do que aconteceu.

— Por causa da expressão dele, não? Naquele dia fatídico.

— Sim, aquilo doeu tanto em mim, e não quero que ele passe por isso, mas sem perceber estou eu mesma pisando em meus sentimentos e só me importando com os dele.

— É bom pensar nos outros, mas é importante não se esquecer de você.

— Acho que eu estava pensando só nele, sabe, não me importando se eu sofresse contando que ele não passasse por aquilo de novo... parte de mim... ainda prefere desse jeito, afinal, assim só um sente.

— Mas isso não está certo em uma relação para manter a harmonia, os dois precisam se ajudar, não podem pensar só em si mesmo, mas também não podem pensar só no outro, tem que falar, tem que se expressar, pois senão como vão saber o que vocês estão sentindo. Outra também é importante ajudar um ao outro, eu sei que você não quer vê-lo sofrer, mas é o seu sofrimento, se dividirem o sofrimento não vai pesar para nenhum lado, uma relação cresce na base da confiança.

— Obrigada, parece que eu precisava ouvir isso, eu achava que eu estava sendo egoísta de querer que ele me ame de novo, que ele me ame nesse corpo.

— Ele nunca parou de te amar, ele só ainda não sabe que Miranda e Emília são a mesma pessoa.

— Eu devia ter contado para ele a muito tempo o meu segredo... — disse ela baixinho para si arrependida.

— O que você disse? — perguntou ele sem conseguir ouvir.

— Quer saber, vou tentar! Vou correr em busca da nossa felicidade! Chega de medo! — ela olhou para ele motivada e então começou a pensar e abaixou o olhar um pouco envergonhada — Não adianta nada falar isso... eu não tenho ideia como fazer isso... não sei nem por onde começar.

— Calma, eu estou com você, vou te ajudar e seu pai, Albert, também vai, não vai?

— Sim, ele vai, na verdade já está, foi por isso que viemos.

***

Apesar da motivação dela não conseguiu fazer nada e passou-se duas semanas. O duque ainda procurava com afinco os ladrões, mas começava a desistir de procurar Miranda. Contudo, o que ele estranhava era os pais dela que não apareciam por nada, e muito menos perguntavam sobre Miranda, alguma coisa não estava certa.

Por causa dos pais de Miranda, que tinham sumido sem perguntar nada desde o dia do desaparecimento de Miranda, o assistente estava cada vez mais atarefado, pois além de procurar por Miranda e os intrusos da mansão, também procurava pelos pais de Miranda. E não só isso procurava qualquer atitude suspeita neles, não que sumir após só ouvir que sua filha tinha sumido não era suspeito o bastante, e ainda mais sem perguntar nada, nem mesmo a história por trás disso. E ele ainda tinha uma missão secreta que o duque não sabia, que era ajudar Emília a mostrar que era Miranda, sendo que ela mesmo não sabia como fazer isso.

A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora