Capítulo 14 - O Assistente

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Enquanto Emília estava sozinha na sala de espera, por ordem do duque, o mordomo, Heins, foi conferir se Emília estava bem. Mas antes de entrar, ouviu ela tocar piano, era lindo e então se assustou, "ela está tocando uma das músicas que só Miranda conhece, como isso é possível, será que Miranda deixou a partitura aqui? Mas ela sempre as deixava bem guardadas, ou será que ela deu no dia do chá? Mas ela nunca entregaria partitura dessas músicas para alguém que acabou de conhecer. Ela tinha partitura das músicas? Agora pensando eu não me lembro" pensou ele, "Miranda deve ter tocado para ela, só pode ser isso" concluiu o mordomo.

Quando o mordomo entrou, Emília nem pensou em parar de tocar a música, nem se lembrava que a música que tocava não era do mundo que ela estava no momento. Enquanto ele a observava com afinco a tocar, a empregada lhe trouxe uma xícara de chá, e sem perceber ele estava aproveitando a música e se esqueceu completamente o que tinha ido fazer lá.

Mais perto do horário da janta, o que não fazia muito tempo desde a chegada do mordomo onde Emília estava, o duque e Albert estavam indo para lá. Quando estavam chegando lá já dava para ouvir a música pelo corredor, no momento em que entraram Albert se surpreendeu, ele não sabia que Emília sabia tocar piano. Porém o duque estava tão fora de si desde o desaparecimento de Miranda, que nem percebeu que quem tocava aquela música era literalmente Miranda. Contudo, Sebastian admitia que aquela música fazia ele se lembrar de algo, mas por causa do estresse, sua mente não deixou ele associar uma coisa com a outra.

Cada dia que Emília o via parecia que as olheiras dele estavam mais profundas, mas nem isso deixava ele feio. Sebastian era um homem de uma beleza que parecia ter saído do mais belo dos quadros.

— Não sabia que você tocava piano, Emília — comentou Albert, que a fez parar de tocar.

— Esqueci de te contar, mas aprendi desde muito nova a tocar piano — disse ela enquanto fechava o piano para ir com eles até a sala onde seria o jantar.

Eles foram jantar, mais uma vez Emília tentou ao máximo participar da conversa, mas era difícil, ela sentia que quanto ela era Miranda eles tinham mais assuntos, e ele parecia mais receptível a conversar com ela. Mas ela sentia que não podia culpá-lo quanto a isso, afinal ele acabara de perder Miranda, ao menos era o que ele achava.

Ainda sim a maior parte da conversa era sobre negócios, mas teve uma grande parcela que envolvia uma forma de achar Miranda. Foi nesse momento pensando em achar Miranda que Emília entrou em parafuso "ela está viva?" ela se perguntou. "Se a encontrarmos vai ser difícil ver a mim mesma, mas será o que será que aconteceu com ela" pensou ela. Parte dela tinha muito medo de que eles encontrassem Miranda novamente, porém outra parte dela não suportava ver o duque sofrer, então preferia que encontrassem Miranda de uma vez.

***

Albert estava ajudando na busca e Anthony de onde eles tinham vindo também, o duque estava inconformado por ainda não ter achado sua amada. Já fazia duas semanas desde o seu desaparecimento, e por causa das várias coisas em sua cabeça, não conseguia tratar dos assuntos de negócio com Albert. Ele não queria deixar o amigo esperando, mas estava sendo impossível para ele realmente tratar dos assuntos de negócio.

Naquele dia ele estava sentado no escritório, cheio de papéis de reportagens espalhados em sua mesa, já havia os lido mais de uma ou duas vezes cada um. Cada minuto mais preocupado que nada estava como queria, de repente alguém bate na porta, mas era a empregada trazendo chá. Quando ele tomou um gole lembrou de Miranda, seus pensamentos vagaram e ele comentou baixinho, porém alto o suficiente para a empregada ouvir.

— O chá favorito de Miranda.

— E o da senhorita Emília também — disse ela sem pensar depois de ouvir as palavras do duque.

A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora