Capitulo 1 - A Fuga

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Era uma noite escura de outono, como todas outras noites na floresta, se fosse outro dia comum as únicas coisas ouvidas seriam o vento passando entre as árvores, nem mesmo animais poderiam ser ouvidos durante a noite. Mas aquela não era uma noite qualquer, era a noite do plano, porém as coisas não estavam saindo como esperavam. Por causa disso ouvia-se passos apressados pela floresta, quebrando os galhos do chão e esmagando as folhas secas das árvores.

Uma mulher de cabelos loiros ondulados e olhos claros, usava um vestido longo, estilo medieval, afinal era época em que estavam inseridos, era de cor vermelha contendo leves detalhes em preto e parecia ser caro. Ela corria o mais rápido que conseguia pela floresta, mesmo com o vestido não a ajudando muito. Ela fugia, se espreitando entre as árvores, prendendo-se entre os galhos, fazendo rasgar e sujar seu vestido, que era o culpado de sua movimentação atrapalhada pela floresta, sua vontade era arrancar o vestido e ficar só com as roupas de baixo ou ao menos rasgar todo aquele comprimento que ele tinha.

Ela sentia a brisa passando, era gelada por causa da estação do ano em que se encontravam, fazia com que seus pelos do braço se arrepiassem, afinal era a única parte descoberta de seu corpo naquele vestido. Teve um momento nessa fuga que ela desistiu de usar os saltos e os jogou fora, já havia caído muitas vezes porque ele se enroscava nas raízes e galhos caídos das árvores.

Aquela noite, apesar da pressa, dos tombos que a fazia ficar com machucados por quase todo corpo, o medo e a dificuldade para sair daquele lugar, ela tinha sua mente em outro lugar, estava preocupada e ao mesmo tempo sentia saudades.

Fazia quase uma semana que não se viam, estavam em uma situação catastrófica, eles a queriam para destruí-lo, isso com certeza era uma verdade. Mas como eles tinham chegado naquela situação, nem eles mesmos entendiam. Ela corria muito, apesar da dificuldade para correr naquele ambiente, estava suja de terra, não queria morrer ali, morrer de novo. Mas, então, ela foi encurralada, ela já estava muito cansada para continuar, por mais que tivesse medo de não vê-lo de novo, de aquela última conversa tenha sido a última conversa deles, não que eles tivessem brigado. Contudo, neste instante ela ouviu uma voz gritando seu nome:

— Miranda!

Ela se virou para trás quase que imediatamente, ela reconheceu aquela voz, como não reconhecer a voz de seu amado, ao vê-lo ela deu um passo em falso e fez com que fosse pega. Um dos perseguidores a segurava, ela estava de frente para o seu amado e o perseguidor mantinha seu braço atravessado sobre o tórax dela e uma espada em sua mão direita, e assim, colocou a espada com metal frio no pescoço de Miranda, o que fez ela estremecer e seu rosto empalideceu.

O que ela faria agora? Vários pensamentos passavam em sua mente, sua visão escureceu pelo medo que sentia, tudo ficou nebuloso para ela. Mas ela não podia deixar seu medo a consumir, então respirou bem fundo e pensou: "está tudo bem", finalmente tinha voltado a ter uma visão mais clara, não que o medo tivesse ido embora, mas, pelo menos, ele estava controlado por agora.

O duque, seu amado, correu ao seu encontro, mas não havia só um perseguidor, vários deles o impediram de se aproximar mais dela. Ele não conseguiu a alcançar a tempo, foi quando, tentava desesperadamente se livrar dos perseguidores que o impediam que ouviu o som do metal da espada, junto a brisa, passando pela garganta de Miranda, e um corte profundo o suficiente para matá-la apareceu.

Por um instante houve silêncio, pois naquele silêncio continha o desespero e assombro do duque, que finalmente chegou até ela. Na floresta, sentindo seu próprio sangue escorrer de seu pescoço, Miranda sentiu-se fraca e viu sua vida mais uma vez indo embora, se fora dolorido? Provavelmente, mas o que doía mais para ela era ser aquela a última expressão que ela viu do rosto de seu amado, uma expressão de desespero.

Ele a segurou, e suas lágrimas escorriam sem parar, sem acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Enquanto isso, seus cavaleiros matavam os outros, não eram poucos, e eles tinham certeza que alguns tinham escapado. O duque, que não pôde salvá-la, salvar o amor de sua vida, a segurava em seus braços ali com a pele esbranquiçada, um corpo sem vida, a segurava em suas mãos, e tudo que ele podia fazer, agora, era lamentar a morte de sua amada.

Contudo, ele por um instante teve aquela pequena gota de esperança, que por mais que era óbvio que ela não estava mais viva, ele tinha que checar. Ele correu para checar seus pulsos, era como se aquilo o mantivesse sano, mas era óbvio o resultado, o duque finalmente havia perdido todo o resto de esperança que o mantinha sua sanidade mental.

Muitas lágrimas caiam de seu rosto, seus companheiros diriam que ele perdeu toda alma que tinha ao perdê-la, e que seus olhos nunca mais voltariam a ter o brilho que ela o ensinou a ter. Que a chance de vê-lo sorrir de novo eram menores do que achar um pequeno grão num mar de areia.

Já para Miranda tudo ficou preto, a visão escureceu igual da primeira vez, a dor ia embora conforme tudo ficava preto. Pensando em tudo que poderia e queria ter feito ou se arrependia de não ter feito. Então começou a rezar, ainda com o resto de esperança que tinha, ela não queria que acabasse ali, depois de tudo que passou, ela queria viver o resto de sua vida com seu amado. No entanto, ela viu uma luz, cortaram a sua garganta ela não sobreviveria a isso, então rezou para que o duque ficasse bem, que ele não sentisse nunca a dor da perda. Foi então que sentiu como se estivesse indo a velocidade da luz, seu corpo começou a formigar, a cabeça ficou pesada e de-repente uma queda gigantesca.

Perdeu a consciência.


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Um abraço, bom final de semana e até semana que vem! =D

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A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora