Capítulo 11 - Miranda

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Ela observou mais um pouco, seu corpo estava petrificado então não havia como ela fazer muita coisa. Estava parada encarando Miranda, como Miranda estava viva? Será que por ela, Emília, morrer no corpo de Miranda a alma de Miranda pode retornar? Será que agora o duque amava Miranda? Será que ele nunca a amou? Era medo o principal sentimento que agora a percorria, seus olhos estavam vidrados em Miranda. E por que ela tinha certeza que aquela era Miranda? Depois de tanto tempo estando no corpo de Miranda agora ela nunca poderia deixar de reconhecer o rosto que via no espelho naquela época. Ela sabia bem o rosto de Miranda e aquilo a assustava, ela estava tão perdida em pensamentos que nem percebeu que a pessoa que encarava também a encarava de volta com a mesma expressão de terror e desespero, sem entender nada.

As duas se encaravam, Miranda estava petrificada também, sentia o mesmo nervosismo que Emília, se duvidasse era quase idêntico. Demorou um pouco para Emília perceber que Miranda a encarava, mas ela percebeu e fez um sinal com a cabeça, como um aceno, enquanto Miranda sacudiu a mão para chamar Emília e se aproximar. As duas não conseguiam tirar os olhos uma da outra, a sensação de medo não passava.

Emília se aproximou de Miranda, e Miranda deu um sorriso e disse:

— O que acha de conversarmos lá dentro enquanto tomamos uma boa xícara de chá.

— Ficaria honrada.

As duas entraram e foram para o quarto de Miranda, o quarto em que Emília tinha dormido durante seu tempo como Miranda. Miranda ordenou que uma das empregadas servisse o chá, e pediu que trouxessem alguns biscoitos e bolachas para acompanhar o chá. As duas estavam visivelmente nervosas, mas não tinha o que fazer elas tinham que conversar, e Emília sentia que essa conversa não seria nada fácil, mas ela não sabia o motivo do choque de Miranda, talvez ela soubesse que Emília esteve usando o corpo dela e por isso reconheceu, mas isso não fazia sentido nenhum para ela.

Por um tempo as duas ficaram se encarando, sem saber o que falar, como começar essa conversa, várias vezes elas abriam a boca e respiravam fundo para falar, mas desistiam no meio do caminho. Era uma situação, que além de muito complicada, era sensível, elas não sabiam quem era a pessoa na sua frente.

— Primeiramente, posso perguntar o seu nome? — perguntou Miranda finalmente quebrando o gelo.

— Claro, meu nome é Emília — respondeu Emília mordendo o lábio.

E mais uma vez o silêncio perpetuou, as duas extremamente nervosas, piorava a cada minuto.

— Ahh, quer saber eu vou falar — disseram as duas ao mesmo tempo, fazendo elas rirem e melhorar instantaneamente o clima tenso que estava.

— Desculpa por isso — pediu Emília.

— Não, desculpa eu, essa situação é meio estranha, vou falar a verdade aqui, pode ser?

— Claro.

— Quem é você? Porque esse corpo era meu — disse Miranda. Emília ficou chocada com aquelas palavras.

— Eu sei que esse corpo é meu, o meu real, espera se você diz que esse corpo que estou é seu, você é Emília?

— Sim, eu sou Emília e esse é.. bom.. o corpo.. que...

— Que você tinha no planeta Terra, não é?

— Como você sabia? — perguntou Miranda chocada.

— Porque é do lugar que eu vim.

— Você está dizendo que você sou eu?

— Exatamente.

— Mas como é possível?

A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora