Capítulo 50 - Artefato

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Os olhos de Emília brilharam, mas essa decisão não era dela, era de Albert, então permaneceu calada esperando que a resposta se revelasse pela boca de Albert.

— Mas a que pretexto nos mudaríamos para lá, afinal somos visitantes, inclusive do tipo que está enrolando demais para ir embora. Se você precisar dessa mansão iremos embora sem problemas.

— Não!... quer dizer — Ele tossiu para limpar a garganta e continuou — não, vocês podem ficar o tempo que quiserem, além do mais eu tenho um motivo para vocês se mudarem para mansão principal. Eu quero fazer isso direito, mas como devo dar uma razão plausível, a razão é que estou completamente apaixonado por sua filha e gostaria de tê-la por perto — ele deu uma leve corada nisso. Mas nada superou a reação de Emília, que se tornou um pimentão de tão vermelho que seu rosto ficou.

— Mas no momento você não está noivo de outra?

— Não mais, hoje eu já consegui o anúncio explicando o que aconteceu e como aconteceu, sem falar que anunciaram a dissolução do noivado. Mas, claro, agora precisarei esperar um pouco para mostrar o novo, porém velho, amor da minha vida. — Não tinha como Emília não ficar extremamente vermelha com a fala do duque.

— Sendo assim, vamos manter a discrição que estamos entrando na mansão principal e aceitamos sua oferta. Mas, quero por isso em sua mente e que fique bem gravado, no momento em que eu ver que você machucar a minha filha mais uma vez nós estaremos indo embora queira ela ou não. Por causa de tudo que aconteceu, minha filha, Emília, já tem muitas cicatrizes no coração e eu não quero que ela tenha mais. Eu sei que você não vai machucá-la de forma física, mas sei que você ainda pode machucá-la de forma psicológica, então ouça bem, tome muito cuidado com a forma que até mesmo fala, não tolerarei nenhum tipo de desrespeito a ela.

— Sim senhor, mas quero que saiba que a amo demais e não vou desrespeitar o amor da minha vida de jeito nenhum, mais uma vez peço desculpas pelo que aconteceu antes de eu conhecer Emília de verdade.

— Está perdoado contanto que não se repita. Agora, quando é para nós nos mudarmos para mansão principal.

— O mais rápido possível, se quiserem podem se mudar ainda hoje.

— Já está tarde, prefiro que façamos isso com calma amanhã ou durante a semana, mas vamos o mais rápido que conseguirmos arrumar as coisas. Outra coisa, eu vi que você prendeu o Conde e a Condessa, mas não vi você prender a filha.

— Ela não tem culpa, é claro que ele não iria prendê-la — afirmou Emília.

— Mas... então... o que irá acontecer com ela? — perguntou Albert.

— Nós demos duas opções, ela pode voltar para casa dela sem os pais ou morar na mansão em anexo até que os pais sejam realocados.

— Faz sentido, você deu uma opção que a manteria mais segura, afinal ela não tem nada a ver com a história, mas eles podem tentar usá-la para algo ou simplesmente silenciá-la. O melhor deste plano se ela aceitar ficar é que poderemos descobrir mais alguma coisa, isso que eu chamo de uma boa tacada — disse Anthony tentando usar a linguagem coloquial da Terra.

— O ditado que você quer usar é matar dois coelhos numa cajadada só — explicou Emília.

— Eu sabia que terminava com Ada mas não lembrava do resto.

— Tem mais alguma coisa que eu deva saber? — perguntou o duque estranhando a conversa.

— Outra hora Emília irá sentar e te explicar, mas agora vamos terminar essa maravilhosa sobremesa — disse Albert para desviar o assunto.

A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora