Capítulo 22 - Um Pouco do Passado

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— Ah, boa tarde, Duque — disse Emília se fingindo de desentendida.

— Boa tarde... posso me sentar?

— Claro.

— Eu não sabia que você tinha vindo à cidade hoje.

— Acabei por vir, estava enjoada de ficar presa dentro da mansão.

— Alguma razão para vir hoje?

— Na verdade só vim porque meu pai permitiu que eu saísse hoje, nenhuma razão específica, se bem que foi hoje que eu tive realmente uma vontade de sair de casa e resolvi perguntar se podia.

— E alguma razão para entrar nessa cafeteria?

— Ela parecia aconchegante — disse ela com um sorriso.

Apesar de ela não perceber, ele estava surpreso, "aconchegante" ele pensou "exatamente a palavra que Miranda usou para me responder essa pergunta quando eu perguntei a ela o motivo de ela escolher essa cafeteria que além de não ser muito famosa não fica na rua principal. Mas, agora, na minha frente, essa pessoa, que ao que disseram estava agindo exatamente como Miranda e fazendo o mesmo pedido, disse da mesma coisa que Miranda. Como isso é possível? Como elas podem ser tão parecidas? Admito que não é a primeira vez que percebo a semelhança, mas agora está cada vez mais difícil de não pensar que talvez... não, eu não vou pensar assim".

— Se me permite perguntar o que veio fazer nessa cafeteria? — perguntou Emília ao ver que ele não falou mais nada. "Nossa, fiquei pensando demais e esqueci de continuar a conversa" pensou ele.

— Aqui era a cafeteria favorita de Miranda, resolvi passar aqui para tentar a sorte.

— Faz sentido ela gostar deste lugar, é realmente um ótimo lugar para passar o tempo.

— Não é? — disse ele abrindo um breve sorriso perdido em suas memórias daquele lugar, pensando no tempo que passou com Miranda ali.

Emília olhou para janela mais uma vez observando os pássaros, exatamente como Miranda fazia, afinal eram a mesma pessoa na época. E foi ali que mais uma vez ele notou a semelhança entre elas, é claro que Miranda era loira e seus cabelos eram belamente ondulados, sem contar que seus olhos eram de uma cor clara, e ali na sua frente a pessoa que ele dizia ter semelhança com Miranda, tinha seus cabelos pretos, e olhos de cor escura, se parar para pensar nas características elas eram nada parecidas. Porém, era notável para qualquer um que suas ações eram parecidas, tão parecidas que pareciam as mesmas, o que o duque não sabia era que elas eram a mesma pessoa, a Miranda pela qual ele se apaixonou não era a verdadeira Miranda e sim Emília. Por essas razões e várias outras que ele sentia, sem perceber, algo por Emília, sem saber ele lá no fundo, em seu coração ele sabia da verdade.

— Depois de terminar o café, gostaria de ir comigo? Eu irei para mansão logo, mas irei passar em um lugar primeiro... como você está sozinha e é perigoso uma dama andar sozinha, acho melhor a senhorita me acompanhar — disse Sebastian sem jeito pensando "o que o Albert tem na cabeça de deixar a filha dele passear sozinha, sem nenhum guarda?".

— Não é assim tão perigoso para mim, eu tenho meus truques de defesa pessoal, mas aceito sim sua companhia, se eu não for lhe incomodar.

— Ficarei honrado de estar em sua companhia.

— Posso lhe perguntar onde iremos passar?

— Ahh, claro, eu vou buscar o medalhão da minha mãe que estava sendo... — ele parou para pensar confuso — na verdade eu não sei bem... quem levou foi meu assistente, já não lembro mais o porquê, mas esse medalhão já está muito tempo longe de casa então falei com ele e resolvi buscar. Está com uma pessoa de extrema confiança, mas não tenho ideia do que o medalhão foi fazer lá.

A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora