Ela arregalou os olhos e ainda não acreditava no que tinha ouvido, será mesmo que ele havia finalmente descoberto que ela era Miranda? Ela sentia dúvida.
— Emília eu sei que você é a verdadeira Miranda — ele disse de uma vez por todas, sem mais nem menos. E a reação de Emília foi além de sua expressão que já estava de espanto, uma lágrima escorreu primeiro de seu olho direito e então veio uma no esquerdo, e de lá não parou mais.
O duque se assustou ao ver Emília chorando, ele correu para mais perto dela e a puxou para um abraço.
— Me perdoe por ter demorado tanto — ele dizia em uma voz melancólica, fechando os olhos enquanto a abraçava —, não é que eu não tivesse as minhas suspeitas, acho que desde o momento que eu te vi, lá no fundo, eu já sabia, mas eu não conseguia aceitar. Mas você provou ser Miranda tantas vezes e eu fui cego, tive medo de ver a verdade, tive medo de ver você. Só que agora que eu tenho certeza que é verdade me sinto tão culpado de ter sido tão cego.
Emília soluçava, as lágrimas não paravam de escorrer, e ela simplesmente não conseguia dizer nada, nem sequer uma palavra, era como se estivesse tudo preso.
— Amanhã eu já vou ver como eu vou fazer para cancelar meu noivado publicamente, e o mais cedo possível vou mandá-los embora da mansão, eu não vou me casar com quem não amo.
— Não!
Ele olhou para ela assustado, como ela pode dizer não?
— Sebastian, você não pode mandá-los embora ainda — disse ela firmemente.
— Por um instante achei que você não quisesse que eu cancelasse meu noivado com Miranda.
— Desculpe, não foi a intenção fazer você pensar desse jeito, mas antes de você mandar o Conde embora precisamos entender o que ele está tramando, eu sei que ele enviou Miranda para uma missão, por isso ela tinha que dar um jeito de estar com você. Mas eu não sei tudo, eles nunca me contaram tudo.
— Eu sei, mas vamos discutir isso amanhã, hoje eu só queria que você me perdoasse.
— Eu te perdoo, mas sinto que é parte minha culpa por não ter dito que eu tinha entrado no corpo de Miranda antes.
— Eu não te culpo nem um pouco, pensa é uma história bem difícil de acreditar.
Ela sorriu e ele sorriu para ela, então ele disse as palavras que ela nunca nem tinha ouvido em todo tempo que passou quando era Miranda.
— Eu amo você, Emília.
— Você nunca tinha dito isso nem quando eu era Miranda.
— Eu sentia como se eu tivesse um bloqueio.
— Bom, eu também te amo.
— Mais alguém sabe que você era Miranda?
— Bom, venha, vamos falar com o meu pai.
Sebastian franziu o cenho mas a seguiu para fora da sala acompanhando Emília, na sala de estar, em que eles normalmente sentavam para conversar, estava Albert sentado em uma das poltronas com uma expressão meio ranzinza. Anthony também estava lá, ele brincava com um tipo de barbante, provavelmente um fio que ele arrancou de algum tecido.
— Conversaram? — perguntou Albert rígido — porque se fizer a minha filha chorar de novo não vai ter mais perdão.
— Está tudo bem pai, ele já sabe.
— Ele sabe? — perguntou Anthony atônico.
— Sabe quem eu já fui.
— Então finalmente descobriu que aquela Miranda era na verdade Emília — comentou Albert.
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A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)
RomanceEmília só tinha certeza de uma coisa, que nunca esqueceria a expressão de seu amado no dia de sua morte. Começou de novo, mas nem tudo acontece como ela imaginava. Será que Emília conseguirá arrumar o futuro? Será que ela será escolhida por seu amad...