Capítulo 39 - Os Pais de Miranda

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Albert bateu na porta do quarto de Emília após ouvir que ela nem quis comer e foi direto para o quarto, ele havia saído e não havia visto Miranda chegar com seus pais, ele não sabia de nada. Emília sofreu no quarto sozinha desde a hora que chegou e já começou a pensar que a batalha seria ela contra ela mesmo, pois Miranda tinha sua alma dentro dela ainda nessa parte da história. Só que Miranda estava destinada a morrer em menos de um ano, e o duque ficaria sozinho.

Demorou um pouco para Emília abrir a porta, primeiro ela foi no banheiro lavar o rosto e tirar o máximo possível da vermelhidão do rosto. Quando abriu se surpreendeu ao ver Albert, parte dela teve a esperança de que fosse Sebastian, mas ela ficou muito feliz ao ver Albert, seu pai. Ao ver a expressão dela ele a puxou para um abraço, um abraço bem apertado paternal, ela sentia que ele era seu pai.
As lágrimas voltaram a escorrer de seu rosto, caíam no ombro de Albert, eles ficaram um tempo assim até ela conseguir se acalmar um pouco. Só depois que ela se sentia melhor eles entraram e fecharam porta do quarto, ele sentou na cadeira virando a cadeira para ficar de frente para ela da escrivaninha e ela sentou na ponta da cama.

— O que houve? — perguntou ele finalmente.

— Quando chegamos aqui tivemos uma surpresa... Miranda voltou, ela está de volta.

— Ela voltou? Mas que estranho, duas almas iguais não podem ficar no mesmo espaço.

— Então você sabia..

— Sim, peço perdão por não ter lhe contado, mas tinha medo que você se culpasse por ela ter sumido, mas ao que parece você também já sabia.

— Na verdade eu descobri hoje, li o livro certo justamente hoje, e agora Sebastian não precisará ir à biblioteca mais comigo, ele nem sequer disse alguma coisa antes de eu sair da carruagem hoje, quando ele viu Miranda ele nem mesmo piscou.

"Ela disse Sebastian, parece que eles já estavam bem mais próximos do que eu pensava" Albert deu um sorriso bem leve que logo se desfez, querendo ou não Sebastian havia feito sua filha chorar, eles iriam conversar depois sobre as consequências de tal ato. Mas naquele momento ele tinha que consolá-la, e a melhor forma de fazer isso não era dizendo que ele não a merecia nesse caso, pois ele estaria falando que a batalha já havia sido vencida antes mesmo de ter tentado.

— Minha querida filha, ele provavelmente só estava chocado, ela tinha desaparecido, por mais que ela fosse você, aquilo foi um choque para ele, então ele só devia ter ficado tão surpreso que esqueceu de prestar atenção ao seu ao redor. Ela ficou sumida por mais de mês, e querida, ainda tem chance de ela não ser mais você porque não faz sentido, sua alma está em você no momento. E aquela hora que ela tocou você, a sua alma voltou inteiramente para você, que pelo jeito estava no tempo correto. Se a pessoa que voltou não for você ele provavelmente vai perceber e vai dar adeus, e se for em um pouco menos de um ano ela não estará mais nesse mundo.

— Obrigada, me sinto melhor, senti minhas esperanças retornando.

— Que bom, agora descanse.

Albert a deixou sozinha no quarto, e sentia várias emoções depois de ver Emília, nenhuma delas era exatamente agradável, mas a mais forte delas era o que iria fazer ele conversar com o duque. Não importava o quanto Emília gostava do duque, no momento ele tinha a feito chorar, por isso eles iriam ter uma conversa bem séria. Pelo menos era o que o Albert queria, mas será que ele iria conseguir conversar com o duque agora que Miranda e sua família estavam na mansão?

***

No dia seguinte Sebastian acordou sentindo que iria ter uma grande dor de cabeça, ele teria que ir conversar com os pais de Miranda. Uma coisa que ele não queria fazer na verdade, ele estava quase optando por fazer o que seu assistente o aconselhou, mas sentia-se incapaz de fazer uma coisa dessas. "No final talvez ela tenha me enfeitiçado mesmo" pensou ele dando uma risadinha para si.

A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora