Capítulo 10 - A Viagem

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No dia seguinte, por mais que já tivesse amanhecido, Emília permanecia dormindo, estava tão cansada do baile da noite anterior que não queria se levantar. Ela estava acostumada a ficar horas em bailes como Miranda, mas parecia que ela como Miranda era bem mais fácil, chegando a conclusão que isso só era assim porque ela estava no corpo de Miranda. Não que ela na Terra não tenha virado noites para terminar os trabalhos estudos com rotinas cansativas, mas uma coisa é fazer isso todo dia e poder mostrar a cara de cansado que todo mundo vai estar igual, agora em um baile da alta nobreza isso não pode acontecer. Ali eles são obrigados a usar uma máscara, não que várias pessoas na Terra não tenham também, mas na alta sociedade, nobreza, uma decaída e podem cair fofocas até mesmo da plebe, como na Terra que os atores entram em escândalos, às vezes pode ser um mal entendido.

Para Emília usar essa máscara sendo ela mesma ao invés de Miranda era algo extremamente difícil. Ela pode ter conseguido manter, mas sua mente desgastou mais do que o normal. Emília não queria que Albert passasse vergonha então fez questão de ser perfeita, não podia ser menos que isso, afinal Albert estava a ajudando, só por ela ser alguém como ele e por, provavelmente, não querer que ela passe pelos mesmos problemas que ele.

Mas o resultado de seu esforço foi dormir por mais horas do que normalmente era aconselhado para uma, agora, dama da nobreza. Quando Emília acordou ela foi cambaleando para o banheiro, meio apressado pois tinha assuntos urgentes com a privada. Depois que lavou a mão se olhou num espelho e levou um susto, tinha esquecido o quão assustadora ficava com seu cabelo quase todo na cara, ela se lembrava de filmes de terror que ela já havia assistido. Ao ver seu cabelo daquele jeito resolveu dar uma ajeitada, assim não sofreria com as empregadas escovando seu cabelo para tirar os nós feitos pelo seu movimento na cama. Após isso ainda cansada se jogou na cama, estava decidida que por mais que estivesse com fome iria dormir até a hora do almoço e prosseguiu com seu plano entrando em baixo das cobertas e se ajeitando no travesseiro.

Alguns empregados bateram algumas vezes na porta para saber se ela estava bem, de vez em quando, quando ela acordava, ela respondia que estava bem e virava para o lado e dormia de novo. Só se levantou para valer quando já passava das onze horas da manhã, às empregadas a ajudaram a se arrumar e ela esperou no quarto até estar mais perto do meio-dia. Faltando 5 minutos desceu e se sentou à mesa, ela não tinha certeza se Albert faria companhia a ela, mas resolveu esperar um pouco caso ele aparecesse.

O que realmente aconteceu, alguns minutos mais tarde, quando eles estavam colocando os pratos na mesa Albert apareceu. Ele deu um sorriso gentil ao vê-la e disse:

— Emília, não achei que iria levantar da cama hoje — deu uma risadinha. Emília olhou para ele com as sobrancelhas arqueadas, e então sorriu.

— Bom, eu não podia ficar o dia inteiro na cama — riu pensando que até seria uma ótima ideia.

— Eu te deixo livre hoje para descansar afinal você conseguiu manter uma perfeita postura durante todo o tempo, merece uma folga.

— Muito obrigada!

— Foi um ótimo debute na alta nobreza, não posso reclamar de nada, só dar graças ao bom Deus que impediu que você dançasse — disse ele rindo — por um instante eu achava que o príncipe iria te chamar para dançar.

— Nem me fale eu gelei na hora que vi ele se aproximando, rezando para que ele não viesse para mim, mas no fim ele só queria conversar.

— Eu bem que vi que vocês se retiraram do salão por um tempo, muitos nobres ficaram curiosos com o que aconteceu, espero que tenha dado tudo certo, ele parecia satisfeito quando voltou lá de fora com você.

A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora