A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)

Capítulo 8 - Preparativos para o Baile

— Muito obrigada, o prazer é todo meu, imagino que já deva saber, mas falarei mesmo assim, meu nome é Emília e a pouco tempo me tornei prima de vocês.

— Sim, eu já sabia, estava ansiosa para conhecer você, mas não importa quantas vezes eu pedia, meu irmão nunca me levava para conhecê-la — contou ela sorridente.

— Bom, então deixarei um convite para você ir quando quiser.

— Fico muito agradecida, irei usar com toda certeza.

— Prazer em conhecê-la, Emília, somos seus tios agora, mas não somos parentes diretos do Albert e sim da falecida esposa dele — disse os pais de Anthony aparecendo de uma porta. —, como você fez para nossa filha, queremos deixar o mesmo convite, está convidada a vir aqui sempre que quiser, afinal agora você é minha sobrinha. E por favor se sinta à vontade aqui, não contaremos ao Albert se você relaxar um pouco na etiqueta, mesmo sabendo que a ideia é você treinar aqui — disse o tio.

— Eu sempre quis ter uma sobrinha, fico muito feliz que Albert tenha a adotado, me deixou muito contente e tenho certeza que ela, a esposa de Albert, não só faria a mesma escolha como também, tenho certeza, que ela estaria muito feliz. E agradecemos que você tenha aceitado a adoção, nós estávamos muito preocupados que Albert ficava muito sozinho na casa dele, por isso Anthony tenta ir ao máximo que dá lá, para não deixá-lo sozinho e nos deixar mais calmo, afinal ele não é mais um adolescente. Bom, mas queríamos que você soubesse que somos muito gratos a você — disse a tia que tinha um sorriso gentil, dava para ver a sinceridade em suas palavras.

— Eu fico muito lisonjeada, e quero que saiba que darei o meu melhor como filha do Albert. E estou muito honrada por suas palavras, espero que eu supere suas expectativas — disse Emília retribuindo o sorriso gentil.

— Me parece que a etiqueta na parte da fala está boa, será tranquilo se ela manter esse nível de formalidade no baile — comentou o tio para tia com um largo sorriso.

— Estou mais tranquila só por causa disso, Emília se precisar de alguma aula a mais ou coisa do tipo pode me chamar, ficarei muito feliz em poder te ajudar — disse a tia que começou olhando para o seu marido, mas finalizou olhando para Emília.

— Vamos jantar — chamou Anthony.

— Vamos.

Todos foram para sala de jantar, que como o hall de entrada acompanhava seu estilo de rústico. A mesa era bem grande e a sala ficava separada do resto, era um cômodo inteiro só para ter uma mesa e alguns móveis avulsos. Mas tudo muito bem equilibrado, belíssimo, digno de uma casa de uma família de nobres.

Eles se sentaram à mesa, o tio ficou na ponta e sua esposa se sentou na outra ponta, enquanto seus filhos e Emília se organizaram para sentarem nas cadeiras no meio da mesa. O jantar ocorreu tranquilamente, Emília conseguiu ir muito bem na etiqueta na mesa, alguns poderiam dizer que ela já fazia naturalmente. Todos conversaram bastante até a hora de ir para casa, inclusive Anthony fez ela dançar com ele, o que não foi exatamente uma boa ideia, ela ainda não era muito boa nisso, por mais que praticasse ainda tinha bastante dificuldade.

Emília voltou pelas onze horas da noite para a mansão de Albert, e quando chegou estava tão cansada que queria pular a ducha, mas se forçou a tomar banho. E depois se jogou na cama, caindo no sono quase que instantaneamente.

Mais uma vez sonhou com a floresta, onde ela fugia, e corria, mas não era ela quem estava correndo, ela estava a seguindo. À sua frente corria uma jovem de cabelos loiros ondulados e um belo vestido, era Miranda, mais uma vez ela estava tendo esse sonho sendo uma quarta pessoa no lugar e não quem ela era. Emília tinha a impressão que isso era a culpa, a culpa de ter assumido o corpo de outra pessoa.