Capítulo 27 - Efeitos

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Emília não tinha sonhos tão bons desde sua morte como Miranda, ela imaginava que se um simples quase beijo já chegou neste nível, imagina quando realmente acontecesse. Lógico que era tudo que ela mais queria, mas ainda tinha alguns empecilhos. A questão maior agora era como ela poderia provar sem dizer a ele que era Miranda, para ele não se sentir culpado? O que ela fazia quando era Miranda que era extremamente típico? pois até agora ela tentava se policiar, mas agora o que ela queria mesmo era que ele soubesse.

Era um sábado com o céu azul, belíssimo, os pássaros cantavam voando pelo céu, ela estava tomando café da manhã animada com Albert. Claro que como ela não conseguia não expressar sua felicidade desde ontem, Albert não resistiu e resolveu perguntar:

— Posso saber qual o motivo de tanta animação e felicidade? Antes que fale qualquer coisa, digo a você que fico muito feliz em vê-la dessa forma. Eu vi você tão mal Emília quando chegou em minha casa.

— Bom, aconteceram muitas coisas na época, e eu só tinha pesadelos um atrás do outro sobre a fatídica noite. Mas hoje eu me sinto renovada, fazia tanto tempo que não dormia sem ter pesadelos que foi completamente maravilhoso!

— Por que não falou que estava tendo pesadelos eu podia ter visto alguém para te ajudar com isso?

— Eu sei que você podia, mas eu sabia que era do trauma que eu tinha sofrido, não é algo fácil, eu ainda sentia... — Emília se interrompeu por lembrar dos criados do duque a sua volta.

Albert ao ver o que ela estava prestes a falar, fez um sinal com a mão e mais uma vez só os criados de Albert ficaram na sala. Mas então ele pediu que todos, menos o mordomo, se retirassem, queria que Emília tivesse liberdade para falar. E assim eles ficaram sozinhos com o mordomo, que ficava em uma grande distância.

— Continue, minha filha.

— Eu sonhei várias noites com o dia de minha morte como Miranda, como eu sonhava com a minha morte na Terra quando reencarnei como Miranda. E agora eu ainda sinto a lâmina fria no meu pescoço, cortando devagar, não é uma coisa que eu queria lembrar. Eu ainda posso sentir, é tão perturbador, e os pesadelos viram variações cada vez piores desse dia. Já fazia algum tempo que estava diminuindo, melhorou um pouco quando eu fiz amizade com Anthony, e hoje é a primeira vez que finalmente não tive nenhum pesadelo. Apesar que de certo modo eu já havia me acostumado com eles.

— E, se me permite perguntar, o que aconteceu para essa mudança maravilhosa, porque, eu reparei, que você está feliz dessa forma desde ontem. Você poderia me contar?

— Bom, digamos que eu finalmente fiz um progresso, e fugi do mesmo — disse ela entre risos.

— E quais progressos foram esses? — Albert tinha um sorriso gentil e emocionado

— Então... — Emília contou e explicou tudo o que aconteceu na biblioteca, a verdade era que ela estava louca para falar para alguém sobre isso.

— Realmente alguém está fazendo progresso — disse Albert rindo da situação.

— Não é? — ela sorria abertamente.

Foi um momento de muita felicidade para o Albert ouvir aquilo, pois como pai ele já estava sentindo um pouco de ódio do duque. E ele pensava em meios de fazê-la mudar de ideia, gostar de outra pessoa. Contudo ele ainda tinha um certo medo de seu grande amigo, o duque, poderia fazer, ele ainda poderia machucar Emília, os sentimento que já foram machucados ele poderia machucar ainda mais. Porém no momento ela estava feliz e era tudo que importava para ele.

***

Emília foi se sentar em seu lugar de sempre, no lugar, onde era vista para o escritório do duque, por força do hábito. O assiste a viu e aproveitou, como sabia da verdade para tirar algumas dúvidas.

A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora