— Eu decidi que aceitarei se respeitar a minha liberdade, pode ser?
— Fico muito feliz, é claro que sim, nunca pensei em tomar sua liberdade para começo de conversa — disse Albert rindo.
— Bom, então, não tenho mais nada a pedir, aceitarei com muito prazer — disse ela vendo a expressão do Albert ficar mais iluminada.
— Farei os preparativos para que isso aconteça — disse Albert empolgado.
— Albert, eu gostaria de saber se eu posso passear pela cidade, eu gostaria de saber melhor onde estamos.
— Mas é claro, fique a vontade, curta seu tempo, vou pedir para alguém te acompanhar para você não se perder.
— Eu posso ir junto! — afirmou empolgado Anthony.
— Você a acompanharia?
— Mas é claro, hoje eu dei um tour a ela pela mansão e amanhã posso dar um tour a ela pela cidade, eu iria poder pedir comparações da cidade comparado ao que ela viveu — disse Anthony.
— Se estiver tudo bem para você, Emília, o Anthony te acompanhar? — perguntou Albert voltando seu olhar para Emília.
— Por mim está ótimo — disse ela.
— Então está decidido, se forem amanhã só me avisem para eu não ficar preocupado demais, e outra, podem me avisar no dia que forem, sem precisar me avisar muito antes, mas me avisem.
Eles jantaram conversando sobre diversos assuntos, que desta vez variou entre comidas servidas na terra, comidas caseiras e as comidas da mansão. Depois disso ela tomou um banho e foi para cama e quando fechou os olhos viu o rosto do duque, lágrimas começaram a cair, ela sentia falta, as memórias de seus dias felizes começaram a vir em sua mente e mais lágrimas caiam.
Ele neste momento estava sozinho, como ela pensava, "ele vai conseguir se abrir de novo para alguém, depois que Miranda morreu, no caso eu morri?" ela se perguntava. Parte daquilo a deixava triste e preocupada enquanto a outra parte a assombrava, de certa formas seus pensamentos obscuros vieram à mente: "ele vai amar alguém que não seja eu?". Isso era assustador, na opinião dela, ele deixaria de amá-la, a mulher que iria se casar, que falou que amava, para amar outra mulher. Podem pensar que isso é egoísmo, mas aquilo doía, doía muito, era como se pegasse o seu coração e o esmagasse, mas ao mesmo tempo ela pensava que era o melhor para ele, esquecer ela, esquecer o amor que tiveram.
Ela tinha morrido como Miranda e nunca mais iria voltar, por mais que em seu egoísmo ela sofria por ele deixar de amá-la, parte dela preferia assim, pelo menos ele não sofreria tanto, pois no momento quem está sofrendo mais não era ela, era ele. Pois ela estava viva, e sabia que ele estava bem, enquanto ele nem sabia de nada sobre a reencarnação e muito menos que ela não era a Miranda no corpo de Miranda.
Sentir sua falta era uma coisa que iria ficar para sempre, e então ela pensou: "será que se ele me conhecesse neste corpo ao invés do corpo de Miranda, ele me amaria da mesma maneira que me amou?". Mais lágrimas escorriam do seu rosto e foi então que pela primeira vez ela pensou: "ele nunca me amou de verdade, ele amava Miranda, ele nunca me conheceu. Foi melhor eu ter morrido como Miranda para não viver um casamento de mentira", ela começou a chorar alto e a soluçar e usou o travesseiro para abafar o som.
Ela teria que olhar para frente no dia seguinte e tentar esquecer daquele passado, mas é claro, o seu coração não iria parar de doer tão cedo. Ela sabia que deixar de amá-lo não seria um processo rápido, mas sim um processo dolorido e angustiante, bem lento, se é que um dia teria um fim. Naquele dia, Emília dormiu depois de chorar muito, e nem viu quando dormiu, mas acordou com os olhos inchados de tanto chorar no outro dia.
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A Dama de Cabelos Pretos (em revisão)
RomanceEmília só tinha certeza de uma coisa, que nunca esqueceria a expressão de seu amado no dia de sua morte. Começou de novo, mas nem tudo acontece como ela imaginava. Será que Emília conseguirá arrumar o futuro? Será que ela será escolhida por seu amad...