Always

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𝙿𝚘𝚛 𝚂𝚘𝚏𝚒𝚊

Estávamos na sala de jantar, eu, minha mãe, Rodrigo e Gabriel, que tinha acabado de chegar no recinto, eu estava sentada de frente para Gabriel, minha mãe em uma ponta da mesa, e Rodrigo na outra ponta.

Estava tudo um silêncio, até Rodrigo começar a falar coisas para Gabriel.

— A diretora Livia me ligou hoje — ele disse mexendo na comida, Gabriel só ficava calado — sabe oque ela disse, Gabriel? — ele olhou para o filho, que o mesmo olhou de baixo para cima para o pai — quero que você responda...

— Eu não sei — Gabriel disse rápido, sem esperar o pai terminar a frase

— Pois eu sei — eu e minha mãe ficamos quietas, já que o assunto era entre pai e filho — ela disse que você brigou de novo na escola, Gabriel — ele disse já ficando nervoso

— E você vai fazer alguma coisa em relação a isso? — Gabriel disse debochando, querendo deixar o pai nervoso

— Olha aqui, garoto! — Rodrigo deu um tapa na mesa assustando a todos — você não passa de um muleque mimadinho rebelde! — Gabriel não disse nada, só mantinha os olhos sobre a mesa — você não passa de um desgosto

— Rodrigo! — minha mãe o repreendeu entrando na conversa — não fale assim, ele é seu filho

— Ele não costuma se lembrar muito disso — Ele disse baixo, mas eu pode ouvir

— Você já tem 19 anos, mas se comporta como uma criança indefesa, Gabriel! — Rodrigo continuou jogando as palavras na cara do filho — você poderia não ter nascido

— Eu não pedi pra nascer! — Gabriel disse batendo na mesa — eu não entendo porque me odeia tanto — ele dizia em voz alta 

— Ainda bem que não pediu, porque eu não queria que você nascesse, se dependesse de mim você não tinha durado uma semana no ventre da sua mãe! — ele deu outro tapa na mesa

— Rodrigo, para! — eu disse entrando na conversa — cara ele é seu filho, para de falar assim com ele, que saco — Gabriel ficou me olhando gritar com o pai dele — pra que isso? sério que ele tem que ser castigado dessa forma porque brigou na escola?! — eu disse para Rodrigo — isso é patético!

— Quer saber — Gabriel se levantou — foda-se, nunca precisei de vocês pra porra nenhuma, e não vou precisar agora! — ele pegou seu prato de comida e seguiu em direção das escadas

Eu olhei fazendo que não com a cabeça para Rodrigo.

— Espero que saiba que isso diz muito mais sobre você, doque sobre ele — me levantei e sai da mesa, ele olhando Gabriel sumir de vista.

Eu peguei meu prato de comida e subi as escadas também, parando em frente ao quarto dele, eu bati na porta e ele logo respondeu.

— Sai daqui, garota! — é ele já sabia que seria eu ali

— Que bom que já sabia que sou eu — eu disse abrindo a porta, e fechando a mesma quando entrei, o quarto dele estava um pouco escuro, já que suas janelas estavam fechadas por causa do ar-condicionado, e suas cortinas, fechadas também, não deixava a luz entrar

— Eu disse pra você sair daqui, garota — ele disse me olhando se aproximar

— Sabe de uma coisa... — eu ignorei ele — você nunca me chamou pelo nome, só por garota

— E isso muda alguma coisa na sua vidinha perfeita? — ele disse debochando — você é patética sabia?

— Pior que sabia — eu continuei em pé — eu sei que não gosta de mim, nem da minha mãe, mas a gente tá dando o máximo pra você se sentir em casa, eu não tenho motivos pra odiar você, ela também não tem — ele ficava olhando pra mim de cara fechada — eu não sei oque sua família carrega, ou porque seu pai faz isso com você, você paga de durão, mas no fundo eu sei que dói ser tratado assim.