Always

16

Estávamos andando pela praça, comendo sorvete, Henry já tinha me feito dar umas boas risadas, mas eu ainda lembrava de Gabriel.

— Que horas são? — eu perguntei

— 22:54 — ele respondeu olhando em seu relógio

— Já está tarde, você pode me levar agora? — eu disse terminando de comer meu sorvete

— Posso, mas senta aqui antes, quero trocar uma ideia com você — ele disse se sentando no banco, eu logo sentei também — olha, eu sei que você já deve ter ouvido horrores de mim, com motivos talvez, mas eu não sou tão ruim — ele disse me olhando — você é uma garota muito bonita, você é divertida, legal, você deve ser uma ótima amiga, porém... eu já saquei — ele disse e eu fiquei confusa

— Sacou? Sacou oque?

— Eu sei que você é afim do Gabriel — eu arregalei os olhos, mas... como assim? — e também sei que ele gosta de você, não faz ideia do que ele já fez por você

— Como assim? Oque ele fez? — eu dizia um pouco nervosa

— Relaxa, Sofia, ele só ameaçou metade da escola pra que ninguém chegasse perto de você — eu fiquei incrédula, aquilo era mesmo verdade?

— Não, como assim? Ele não faria isso

— Algum menino além de mim te chamou pra sair depois que o Gabriel apareceu? — eu fiquei pensativa, os meninos sempre me chamavam pra sair até... até o Gabriel chegar — viu? Ele gosta de você, e eu não presto mesmo, mas eu jamais colocaria você contra a parede e faria coisas que você não queira

— Eu não sei nem oque dizer pra você, pode me levar pra casa? — eu levantei

— Claro, bora — ele saiu andando na frente

(...)

— Chegamos — ele puxou o freio de mão quando chegou na frente da minha casa

— Obrigada, no fim você parece legal... - antes que eu terminasse de falar, ele me beijou, me beijou sem colocar as mãos em mim, pelo susto eu retribui por uns 5 segundos, até me tocar — não, não — eu disse calma

— Me desculpa, foi mal, não pensei — ele disse para mim voltando a pose reta no banco

— Eu preciso ir, tá bom — eu sai rápido do carro, indo para casa

Cheguei na porta abrindo ela e fechando assim que entrei. Subi para meu quarto rápido fechando a porta quando entrei, respirava fundo, ele foi a segunda pessoa que me beijou, antes tivesse sido só o Gabriel. cara, isso foi intenso.

Andei até minha cama, assim que sentei na mesma, meu olhar caiu sobre meu guarda roupa com a porta aberta, eu a deixei assim quando sai, porém, meu olhar passou pelo diário do Gabriel, eu não o li desde aquela vez.

Levantei da cama indo direto ao diário, voltando a sentar na cama com ele em mãos, vou lê-lo hoje, e terminar o quanto antes.

(...)

Era de madrugada, eu iria no quarto do Gabriel quando cheguei, mas decidir ir ler o livro. Eu sempre tive o abito de ler, então eu lia em uma velocidade surreal, eu já estava acabando o livro. Lá contava várias histórias, as mesmas que ele me contou na noite em que chegou "bêbado" e foi me fazer cosquinha com o vibrador, só que ali elas eram contadas com muito mais detalhe, aquilo era interessante.

(...)

Acordei de manhã, eu terminei o livro, decidi escrever uma carta, e colocar no meio do livro, o Gabriel acharia essa carta, eu acho.

Eu escrevi e coloquei no meio do livro, eu então sai do meu quarto para bater na porta do Gabriel e dar o livro para ele.

Foi quando eu cheguei em sua porta e me preparei para bater na mesma e... um gemido? Era, ele não tava sozinho, os sentimentos vieram em minha garganta, eu finalmente diria a ele que estava disposta e ele está dormindo com outra la dentro?? E as coisas que ele dizia, que ele disse, na praia, ontem, e todas as outras vezes, foram mentira? Ele era simplesmente incapaz de ficar sem ninguém? E já que eu não aceitei ficar com ele essa noite ele arrumou alguém que queria?

Eu não aguentei a decepção e deixei o livro sobre o chão, segurando as lágrimas que insistiam em cair de meus olhos, voltei para meu quarto inquieta, chorando, decepcionada, chateada, com raiva, com tudo.

Eu simplesmente não acreditava, eu estava disposta, quando eu finalmente estava, mesmo enxergando o quanto isso seria complicado, eu estava.

(...)