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𝙿𝚘𝚛 𝚂𝚘𝚏𝚒𝚊

Não posso mentir e dizer que eu estava sentada no sofá, bem tranquila e nada ansiosa.

Por que eu já estava quase furando o chão da minha sala, já consegui contar em quantos segundos eu consigo andar de um lado para o outro e a minha ansiedade estava em nível hard.

Tudo por que fazem mais de 4 horas que Gabriel chegou e até agora não voltou para dizer oque queria falar cmg, pode não ser nada importante, mas meus pensamentos vão a milhão só por saber que ele me chama de "meu amor" na frente de quem for.

Oque será que ele foi resolver? oque ele foi fazer? Por que chegou estranho aqui? Será que ele topou com a Vitória e ela falou asneira pra ele?

Ai que ódio por estar feito uma adolescente emocionada na sala da minha casa, eu preciso respirar um ar mais puro, pois esse parecia me sufocar.

Eu finamente me sentei no sofá depois de minutos, respirei fundo e me acalmei, Amélia já havia acordado e voltado a dormir, pelo de sempre, agora ela só acorda amanhã, e eu aqui, nessa neura.

Eu levantei em um único pulo quando ouvi alguém bater na porta, só podia ser ele, é óbvio!

Corri até a porta e logo parei enfrente a mesma, respirei e abri ela, vendo Gabriel bem ali, graças a Deus finalmente.

— Oii, Gabriel — eu forcei o meu normal

— Oi, a gente pode conversar? — ele parecia nervoso

— Claro, entra — eu dei passagem para ele — aconteceu algo?

— Não... — ele parou um pouco — Olha, eu não sei por onde começar a dizer

— Eu tenho todo tempo do mundo para esperar você formar uma frase — eu me sentei no sofá de pernas cruzadas enquanto ele estava em pé me olhando

Ele mexia nos dedos, de uma forma descontrolada, ele se mexia demais de um lado para o outro fingindo ou tentando demonstrar tranquilidade, mas ele não conseguia disfarçar.

— Quando eu soube que teria que morar com você e sua mãe, eu odiei — eu não entendia onde ele queria chegar — eu não quis por motivos que eu mesmo criei, na minha cabeça eu criei um roteiro inteiro baseado em vingança só por ter raiva do meu pai...

— Onde você chegar com isso? — eu o interrompi

— Só me escuta — ele balançou a mão para que eu esperasse e eu concordei — quando eu entrei pela porta daquela casa, e vi aquela garota ruiva dos olhos completamente azuis, eu sabia que não ia dar certo meu plano de vingança — ele começou a embargar a voz — E não deu... seu jeitinho atrevido, insistente e até mesmo irritante de ser, me ganhou mesmo que eu não quisesse que fosse assim...

Ele piscava seus olhos com frequência, como se segurasse o choro nada visível.

— ...E foi quando você me defendeu do meu pai que eu percebi, o quanto meu plano tinha dado errado... E foi quando mais do que nunca, que percebi que gostava de você — agora fazia sentindo onde ele queria chegar — foi quando eu te entreguei aquele diário... aquele diário azul, eu praticamente entreguei minha vida nas suas mãos porque eu confiei em você...

Ele me olhava nos olhos sem desviar os mesmos dos meus.

— Mesmo que eu não quisesse, eu comecei amar você, eu me apeguei a você da forma que eu sabia que não ia acabar bem, porque do mesmo jeito que eu fui até a sua casa eu iria sair da mesma mas cedo ou mais tarde — ele passou a mão por baixo do olho — e quando a minha mãe me ligou dizendo que eu teria que voltar, eu sentei no chão e chorei feito criança, porque eu não queria deixar você...

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