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𝙿𝚘𝚛 𝙶𝚊𝚋𝚛𝚒𝚎𝚕

Era de madrugada e eu não via nem sinal do meu sono querer dar as cara, estava muito pensativo, nessa altura do campeonato eu não sei se tenho mais namorada, não faço ideia de como me aproximar da minha filha, ou de como manter uma relação tolerável entre eu e a Sofia.

Logo elas vão voltar pra casa delas, e eu não sei oque fazer, não sei se arrumo um lugar por perto para ficar, não sei se fico aqui, ir embora não me é uma opção, então nem entra na lista.

Eu estava deitado de barriga para cima na cama, minhas mãos estavam embaixo da minha cabeça enquanto eu somente olhava para cima, até ver minha porta sendo abertas devagar, e não via ninguém ali.

Logo levantei um pouco para ver quem abriu a porta, e a figura que eu vi foi alguém muito pequeno segurando um ursinho nos braços.

— Oi Gabliei — Amélia disse sem jeito parando em frente a porta, o cachorrinho dela chegou logo junto

— Oi Amélia — eu disse sendo simpático, oque fez ela sorrir

— Minha mamai e a tia luh estão durmindu, não quero acorda elas, mas não quero ficar sozinha — ela disse dando uma olhada no corredor escuro logo atrás dela — posso ficar aqui?

— Claro que pode, só fecha a porta por causa do ar-condicionado — ela fechou a porta que nem um mini flash e correu pra cima da minha cama

Ela subiu e se sentou de pernas cruzadas com seu ursinho branco em cima da mesma, logo o Tommy subiu tbm e deitou na ponta da cama.

— Cadê a Vitolia? — ela disse passando a mãozinha no rosto, tirando seu cabelo do mesmo

— Ah ela teve que ir embora, voltou pra casa — eu me deitei dnv virado para ela

— Ah, que bom que você ficou — me interessei um pouco nessa frase dela

— Por que? Gostou que eu fiquei?

— Aham — ela balançou a cabeça que sim, ficando vermelhinha — você é legal, era próximo da mamai — ela ficou me encarando como se quisesse dizer algo

— Tem alguma coisa que você queira dizer?

— Você... — ela gaguejou — você conheceu meu pai? — tá, eu esperava qualquer coisa, menos isso

— Eu? Eu... — eu tentava achar uma reposta — conheci sim

— É sério? — ela já disse ficando empolgada — como ele era? Você sabe onde ele tá?

— Ah Amélia, você podia perguntar para sua mãe, ela quem vai saber te responder melhor — eu dizia calmo

— Eu sei, mas a mamai nunca falou sobre o papai, ela dizia que ele tava viajando, mas até hoje ele não me conheceu — que aperto no peito em ver ela falar sobre isso com uma expressão de tristeza

— Queria conhecer ele?

— Muito, eu vejo no parque os bebês como eu, com papai e mamai, mas eu só tenho a mamai — ela abaixou a cabeça

— Seu pai adoraria conhecer você antes, e ver você crescer, correr e começar a falar — ela ficou me olhando com os olhinhos brilhando — algo aconteceu para ele não vim antes, mas logo você vai conhecer ele

— Será mesmo?

— Claro que sim, ele vai amar você, tenho certeza disso — eu lhe dei um sorriso enquanto mexia nos cabelinhos loiros dela — vai dormir aqui?

— Eu posso? — ela disse empolgada

— Pode — eu levantei a coberta para ela deitar e ela fez isso em questão de segundos — agora vamo dormir que está beem tarde

— Tá bom — ela deu um risadinha enquanto estava deitada do meu lado — Gabliel

— Sim?

— Quando eu conhecer meu papai, eu espero que ele seja como você — meu coração deu batidas mais fortes que o normal, a sensação de ouvia-lá dizer isso, era mais um motivo para que ela soubesse logo a verdade

— Ele vai ser, Amélia — eu disse colocando uma mexinha de cabelo dela atrás da orelha

Ela deu um sorriso contagiante para mim, e logo fechou seus olhinhos, e sem demorar muito ela já dormia bem tranquila.

Eu nunca dormi com uma criança na minha vida, medo de pegar no sono pesado e machucar ela, do jeito que ela é todo pequenininha, eu teria que ter cuidado para não rolar para o lado dela, ou ela rolar para meu lado, acho que esse é um dos sinônimos de ter um filho.

Vou falar com a Sofia amanhã, o quanto antes essa história de revólver, melhor vai ser, acredito que muita coisa vai acontecer ainda, mas só espero que a maioria delas sejam coisas boas.

Quero ser alguém para a Amélia, alguém que ela se recorde e tenha orgulho de dizer que sou pai dela, mas meu medo era fazer algo errado, mesmo sem perceber.

Quando notei o sono chegar até mim, não hesitei em tentar dormir, já que eu não fazia isso desde que soube sobre Amélia. Logo meus olhos se fecharam e minha última visão foi da Amélia dormindo como um anjo do meu lado.

(...)

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