Always

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𝙿𝚘𝚛 𝙶𝚊𝚋𝚛𝚒𝚎𝚕

Subi logo atrás da Vitória, ela tava séria, na vdd ela tá assim a bastante tempo, enfim chegamos no quarto e eu fechei a porta atrás de mim. Eu não podia mentir que eu tinha deja vu quando estava nesse quarto com a Vitória...

— Diz — eu me sentei na cama e ela também — algo importante?

— Sim, né — ela deitou na cama — a gente tem que ver se está confirmado as passagens para voltar pra casa — eee fudeo

— Então, a gente precisa conversar mesmo sobre isso — eu não sabia nem por onde começar

— Sim, temos que começar a arrumar as malas e... — ela dizia

— Não, Vih — eu interrompi ela — eu tenho que te contar uma coisa — ela ficou me olhando confusa

— Oque que foi, Gabriel? — ela se sentou na cama denovo

— Eu não vou enrolar não, porque é pior — eu respirei fundo — quando a gente veio pra cá...

— Não enrola cara, fala logo sem discurso — ela dizia por cima de mim

— A Amélia é minha filha — eu disse rápido e ela mudou completamente a expressão

— Oque? — ela disse sem acreditar se levantando da cama — Aah tá bom, a Amélia, filha da SUA irmã, é sua filha também? — ela já começou a ficar nervosa

— Eu não sabia, e a Sofia não é minha irmã, eu não tenho irmãos — eu me levantei também — eu não sabia da existência dela, eu nunca ouvi falar dessa criança antes — aquilo era mentira, mas ninguém precisava saber

— Então a quanto tempo você sabe disso? Você está brincando, né?

— A Sofia me falou disso ontem, eu juro que não sabia — eu dizia tentando me explicar

— É por isso que você está nesse grude com ela — ela riu debochando — você tem uma porra de uma filha de 3 anos?!

— Eu ainda tô assimilando essa história, você acha que é fácil pra mim? Eu acabei de saber de uma paternidade que eu não participei

— Você teve um caso com a tua irmã! — ela disse mais alto — e pra melhorar você ainda teve uma filha com ela?!

— Ela não é minha irmã de verdade — eu pensei nas palavras certas — não vou mentir para você, eu amei ela, de verdade, mas eu não pretendia nunca mais voltar pra cá, eu nem sabia se ela estava bem

— Você está dizendo para mim que amou uma pessoa que hoje é mãe da sua filha?! E caralho, filha! — ela dizia gesticulando — que chance eu tenho de continuar com você?! É óbvio que vc vai ficar com a mãe da sua filha

— Não pera aí, eu tenho que ter algo com a minha filha, não com a mãe dela — eu tentei reverter o pensamento dela

— Isso não muda nada. Você vai voltar pra casa, né? — ela cruzou os braços

— Não tem como, eu não posso — ela revirou os olhos

— Você vai ficar por uma criança que você nem tem certeza se realmente é sua filha?!

— Ela é minha cara, eu nem preciso duvidar disso, a Sofia não tinha porque mentir

— E porque essa porra dessa garota só te contou agora sobre essa história! É sério que ela conseguiu olhar pra sua cara sabendo de tudo e depois de um tempão ela falou?!

— Vitória, eu odiei que ela escondeu isso de mim, mas agora já foi, ela teve os motivos dela — eu disse quando Vitória sentava na cama com as mãos no rosto

— Até sem perceber você defende essa garota - ela balançava a cabeça — olha aqui — ela se levantou apontando o dedo pra mim — não vou ser babaca ao ponto de odiar uma criança só por ser sua filha, mas não sou obrigada a gostar da mãe dela — ela passou a mão por baixo do nariz — eu vou voltar para Seattle, oque você vai decidir agora?

— Você consegue me entender que fica impossível eu voltar para Seattle? Eu perdi três anos da vida da minha própria filha, quer mesmo que eu volte e simplesmente finja que não tenho nenhum motivo que mora aqui?

— E a sua mãe? Vai dizer oque para ela! "Ah mãe você tem uma neta porque eu fui um irresponsável e trepei com a filha da amante do seu ex marido!" — ela imitava como se eu estivesse dizendo para minha mãe

— Não tô afim de descurtir com você não, quer ir? Então vai — eu cruzei os braços — você é minha namorada, tinha que estar do meu lado, não me julgando por algo que fiz muito antes de conhecer você — ela fechou a cara

— Você diz pra mim que tem uma filha cara, uma filha com a garota que você conviveu por meses da sua vida, eu não quero nem imaginar oque tanto deve ter acontecido nesse meio tempo — ela me olhou seria — ou você volta comigo hoje, ou vai acabar tudo entre a gente

— Para de me colocar em uma situação tão difícil, porra! — eu só queria que ela entendesse meu lado — pelo amor de Deus, eu tenho uma filha não um cachorro, quer saber foda-se, a partir de agora pode aparecer de tudo, a minha prioridade vai ser pra sempre a minha filha, isso é o mínimo que eu faço por ela

— Então beleza — ela pegou a mala dela e começou a pegar suas coisas pelo quarto — essa criança vai te aproximar de novo da Sofia — ela pegava as coisas — e quando isso acontecer, fica com ela, porque entre a gente tá tudo acabado

— Está sim, porque você não consegue compreender a situação em que estamos, você só tá pensando em si mesma, meu mundo vira de cabeça pra baixo e oque você faz? Birra — eu dizia enquanto ela fingia não me ouvir

— Eu não tenho a obrigação de ver você amando a sua "irmã" outra vez — ela fechou a mala com ódio nos olhos

— Para com isso, sério — eu disse calmo — não precisa disso tudo, vó e pode ficar, a gente da um jeito, você não vai me ver amando a Sofia outra vez, isso não vai acontecer — eu coloquei a mão no braço dela

— Você fez sua escolha e eu a minha, a Amélia nunca precisou de você pelo visto — aquilo me chateou, porque era verdade — mas já que você acha que ela vai precisar de você agora,então fica aí por ela

— Nessa situação você só está sendo infantil e incoerente

— E você está colocando tudo a perder por uma criança que apareceu agora — ela pôs a mala no chão

— Já é o suficiente — eu disse e ela saiu pisando duro até a porta

Ela saiu e eu fui logo atrás dela, quando ela abriu a porta,saiu rápido batendo de frente com a Luísa que estava vindo lá de baixo.

— Vai com calma aí — ela disse e a vitória bufou logo saindo andando carregando sua mala — oque deu nela? E onde ela vai?

— Contei sobre a Amélia e acho que ela não gostou muito não — Luísa me olhou surpresa — e ela tá indo para Seattle

— Briguinha de vocês é como, some pra Seattle — ela dizia — a minha com o Lucas é tipo, vai na praça, tá ligado? — ela disse e eu ri

— Ela sabe oque faz, se ela considera que tá tudo acabado entre eu e ela pelo fato de que eu tenho uma filha, vou ter que dizer que por mim tá tudo bem — eu respirei fundo — na minha vida, agora a Amélia vem antes de qualquer pessoa — eu disse e Luisa me deu um sorriso concordando comigo

(...)