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𝙿𝚘𝚛 𝚂𝚘𝚏𝚒𝚊

Minha cabeça como sempre estava girando em círculos, sempre as mesmas situações que acabavam com meu psicológico.

Guardar aquilo somente para mim, tava me deixando extremamente emocional, pelo simples fato de estar escondendo algo tão grave de todo mundo.

Eu cheguei no meu quarto me jogando na cama, encostando as costas na cabeceira da minha cama, com as grandes cobertas e travesseiros confortáveis em minha volta.

Fiquei ali olhando para o teto no quarto escuro com o abajur acesso. Eu amava a vista que aquela janela tinha, era algo tão...incrível.

Não aguentei mais aquilo, eu estava segurando todos os meus sentimentos dentro de mim, para mim mesma, e sem esforço algum, eu comecei a chorar colocando as mãos no rosto.

Por que as coisas tem sempre que serem tão difíceis? Minha intenção era descobrir um pouco sobre a Bárbara, mas era pelo Gabriel, não por mim, e descobrir a segunda parte disso tudo, foi devastador.

Quando tava tudo dando tão certo, minha filha soube do pai dela, eu e Gabriel estamos juntos, sem brigas, e quando temos, não acaba em modo ruim com uma gritaria absurda.

E eu consegui mudar tudo isso, a única diferença era que apenas eu estava morrendo por dentro, sozinha...

— Amor — Gabriel abriu a porta devagar, eu passei a mão rápido por baixo do meu olho

— Oi — eu disse tentando não falhar a voz

— Vamos conversar? — ele entrou fechando a porta

— Cadê a Amélia?

— Coloquei ela para dormir — ele colocou a chave do carro dele encima da mesa de canto

— Tá — eu me enfiei por baixo das cobertas como se quisesse sumir

Gabriel ficou parado não tão perto da cama de braços cruzados, fiquei olhando para ele sem dizer nada tentando entender oque ele tava fazendo.

— Vai esperar eu pedir outra vez? — fiquei olhando para ele — já que vc não quer falar, vou tirar as minhas próprias conclusões — lá vem — voce está dessa forma desde quando o Henry apareceu e eu acho que...

— Não! - eu levantei da cama rapidinho — você só pode está brincando com a minha cara, não é?

— Ah fala sério — ele bateu a mão no ar — você está sempre mentindo pra mim, oque que é isso?! — se tinha uma coisa que ele não tinha era paciência

— Uma coisa não tem nada haver com a outra, Gabriel! — eu disse meio alto — você não pode assimilar uma coisa com a outra do nada

— Se você quiser que eu não entenda errado, fala a verdade, que droga!

— Olha só — eu disse mais calma — eu juro que eu tento não trazer problemas para você, mas você não me ajuda

— Não tô pensando em te ajudar nisso — ele disse rápido — só quero que pare de mentir pra mim

— Tá bom, você quer saber, né? — eu cruzei os braços

— É claro, eu quero saber oque foi que você fez, simplesmente pelo fato de que...

— Acho que a Bárbara é sua irmã de verdade — ele parou de falar me olhando sério

— Como é que é? — eu senti o quanto ele estava puto só pela voz

— Eu fiquei com oque a Luísa disse na cabeça, então fui saber sobre e descobri que a Bárbara foi adotada — ele prestava atenção, mesmo como se quisesse gritar comigo — o orfanato que ela morou pegou fogo, assim como o da sua irmã

— Não inventa moda não — ele disse — pode ser coincidência, ela pôde simplesmente ter ficado no mesmo orfanato que a minha irmã

— Eu super concordaria com você se a Bárbara não fosse a sua cópia feminina — ele ficou quieto — e não para por aí — ele bufou

— Oque mais você está escondendo? — ele tava sem paciência nenhuma

— Lembra que a Helena disse que ficou com meu pai a uns 16 anos atrás, e que foi quando ela se separou do seu... — eu me lembrei — do Rodrigo?

— Lembro, oque isso tem haver?

— Até onde você me contou, foi nessa época que sua mãe ficou grávida, isso significa que meu pai pode ser... — ele me interrompeu

— Não possível — ele me deu as costas e saiu andando pelo quarto sem rumo — tá falando sério?

— Você ouviu, foi eles que disseram — eu me sentei na ponta da cama — a Bárbara pode ser minha irmã também, entende por que eu estava daquele jeito?

Ele ficou me olhando a uma boa distância de mim, ficamos nos encarando enquanto ele parecia tentar arrumar uma frase que se encaixasse nesse momento.

— Isso não pode ser sério -1 ele voltou rápido até mim — eu juro que tento me controlar, mas você esconde tudo de mim, toda vez!

— Eu sei que você tenta, e também sei que tô errada — eu dizia mais calma que ele — mas lá no fundo você ainda tem a personalidade do Gabriel de quatro anos atrás

— Eu não tenho! — ele dizia de cara feia

— É claro que tem! — eu levantei ficando de frente pra ele — a diferença é que agora você pensa antes de falar, e de me chamar de estupida! — ele me olhava com quem queria me matar naquele momento

— Mas é isso que você é! — ele claramente ainda tinha aquela personalidade — não dá cara, não dá! Você esconde tudo de mim, e não esconde algo que seja só seu, por que até aí eu iria entender, você merece seu próprio espaço, mas você escondeu a minha filha, descobri que a sua aluna que trabalha com você a não sei quanto tempo, pode ser a minha irmã, e pior, a sua também! Você quer que eu fique calmo?

— Eu não disse nada disso, eu só queria que você entendesse o meu lado também!

— E eu entendo!

— Não parece! — quando eu disse isso pude notar a porta se abrindo devagar logo atrás de Gabriel

— Mamai, papai — Amélia disse abraçada com seu ursinho branco

— Oi, amor — eu disse mais calma me virando na direção dela, Gabriel se virou também — oque houve?

— Vocês estão bigando? — ela disse olhando meio assustada

— Não, meu bem, não estamos — ele passou por mim pegando ela no colo

— A gente só tá falando alto, sabe que a gente vive falando assim, não é? — eu sorri disfarçando pegando na mãozinha dela

— Eu sei — ela sorriu

— Além da gente falando alto, aconteceu outra coisa pra você acordar?

— Eu tive pedasedo — eu sempre falava errado — posso ficar aqui?

— Claro que pode, filha — eu deixei a mãozinha dela

Gabriel foi com ela pra cama, eu fiquei apenas olhando, ele colocou ela no meio e deitou do lado que ele dormia, cobrindo os dois com a coberta grande e grossa.

Eu caminhei devagar até o outro lado da cama, me enfiando por baixo da coberta. Gabriel tinha a Amélia com a cabeça em seu braço, os dois estavam bem juntinhos.

Eu fiquei olhando ele fazer cafuné na cabecinha dela, ela pegou no sono bem rápido, ela nunca teve problemas frequentes para dormir.

— Desculpa — eu disse baixo, ele levantou o olhar para mim e logo voltou para a Amélia — não quero ser o motivo de você trazer a sua personalidade complicada de volta — eu dizia bem baixo

Ele apenas ouviu, não me disse nada, ficou completamente em silêncio fazendo carinho na Amélia, ele me olhou bem rápido por último, e acabou me ignorando.

(...)

Famil me tirem uma dúvida aqui, vcs gostariam que a Sofi e o Gabriel tivessem insta?

Me ajudem com isso, preciso saber se gostariam ou não, eu dou conta de cuidar de sla, 9 contas no Instagram kkkkkkk

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