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𝙿𝚘𝚛 𝙶𝚊𝚋𝚛𝚒𝚎𝚕

— É bom te ver, Gabriel — ele dizia me olhando

— Até sua forma normal de falar se tomar sarcástica em qualquer situação — eu ri pelo nariz — e isso não parece ter mudado, Henry

— É não mudou, mesmo que eu esteja falando normal — ele me olhou como se quisesse dizer algo

— Se quer dizer alguma coisa, cara?

— Você por aqui depois de uns anos é realmente questionável e curioso — ele cruzou os braços — sinto muito pela morte do seu pai, eu fiquei sabendo

— Valeu cara — eu disse calmo

— Assim, isso aconteceu a uns meses né, algum motivo específico para você estar aqui? — ele parecia se interessar nisso

— Sim, alguns — eu encarei ele — algo que voce se interesse?

— Não quero dizer sobre nada que você ainda não saiba — ele com certeza falava sobre Amélia

— Amélia? — ele deixou a boca entre aberta — é, é a Amélia

— Então sabe sobre ela? — e ele sabia muito sobre ela?

— Sei, eu sei que ela é minha filha

— Então você tem contato com a Sofia? — eu estava achando aquilo estranho

— Não — eu menti — só falo com ela quando quero ver a Amélia, por que?

— Bom, já que ela já deve ter te contado sobre o passado — ele respirou fundo — espero que podemos deixar as coisas para trás, desde a época da escola, meu quase casamento com a Sofia e tudo mais — eu olhei para ele mudando a expressão, casamento com a Sofia?

— Casamento? Vocês iam se casar? — eu não acreditava naquilo

— É, a gente ficou noivos mas... — ele parou de falar notando a minha cara estranha — ela te disse sobre isso, né?

— Não, ela não me disse sobre isso — ele arregalou os olhos abrindo a boca

— Olha, Gabriel, foi realmente legal saber que você está vivo, mas eu preciso ir, cara — ele começou a andar de costas enquanto falava comigo

Ele logo se virou e saiu andando para longe dali. Que caralho de história é essa? Como assim casamento? Eles ficaram juntos ao ponto de quase se casar? Eles noivaram e a Sofia nem sequer comentou sobre isso comigo?!

Eu estava super confuso e com certeza com mais de 300 perguntas em mente, nenhuma delas seriam respondidas por mim mesmo.

Paguei tudo que eu havia pegado e fui para o carro, queria logo chegar em casa, na verdade na casa da Sofia.

Deixei as compras no porta malas e logo me dirigi até o banco do motorista sentando no mesmo, ligando o carro e dando partida.

— Caralho, casamento... — eu disse para mim mesmo com uma mão no volante e a outra apoiada na janela do carro com a mão pro baixo do queixo

Eu não entendia em que momento isso pode ter acontecido, quando ela tava grávida? Depois que a Amélia nasceu? Ele chegou a ver a Amélia crescer e eu não?

Eu passava a mão no rosto tentando afastar esses pensamentos de perto de mim, mas era impossível a essa altura do campeonato.

(...)

Eu finalmente cheguei no estacionamento do prédio, não vi o carro da Luísa por aqui, bem provável que ainda não voltou pra cá.

Peguei as bolsas de dentro do carro e caminhei até o elevador entrando no mesmo apertando os botões que havia nele.

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