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4 anos depois:
Por Sofia

Parei no meio do corredor do hospital quando minha mãe dizia na ligação:

— Ele morreu, filha — ela chorava feito criança

Para contestar, Rodrigo tinha sofrido um acidente de carro, e hoje ele teve morte cerebral. Eu não podia acreditar que ele realmente de foi.

— Mãe, eu sinto muito — eu disse segurando o choro, eu estava em horário de trabalho, não podia chorar na frente dos pacientes

Eu me formei em medicina, na verdade eu ainda estava fazendo faculdade, mas já podia trabalhar com aquilo.

Desliguei o celular o colocando no bolso. Depois de um tempo eu fui liberada. Eu fui até o estacionamento destrancando meu carro, e entrando no mesmo, colocando minha cabeça no volante, pensando na vida.

Nesses últimos 4 anos, minha vida virou de cabeça para baixo. Quando eu fiz 19 anos eu sai de casa, me mudei para a cidade vizinha, minha mãe ainda morava na mesma casa.

Me formei no primeiro período de medicina, meu sonho desde muito nova, hoje em dia trabalho em um hospital particular e ganho bem, já que eu tenho bastante coisa pra pagar. Estou com 23 anos agora, e mais responsabilidades do que o normal.

(...)

Eu morava em condomínio, em apartamento, oitavo andar.

Entrei colocando meu carro no estacionamento, depois indo pegar o elevador, dei boa noite para o recepcionista, o mesmo retribuiu com um sorriso.

Abri a porta da minha casa, entrando e a trancando novamente.

— Oii, Soh — Luisa estava na cozinha da minha casa — que cara é essa?

— O Rodrigo teve morte cerebral — eu disse finalmente chorando

— Meu Deus, é sério? Eu sinto muito — ela me abraçou — como vai contar para ela? Ela é muito nova. Ela vai entender?

— Eu não sei — quando eu disse isso, vi minha pequena correndo até mim

— Mamai — a mesma correu até mim, eu a peguei no colo

— Oi, minha princesa — eu disse dando vários beijinhos na mesma. Luísa estava aqui tomando conta dela — Amélia — a pequena me olhou — mamãe precisa conversar com você

— Mamai cuversar a bebê — ela só tinha 3 anos, ainda falava embolado

— É, mamãe tem que conversar com a bebê — eu disse com ela no colo, indo até a sala, e sentando ela no sofá, logo sentando também — amor, olha só, sabe o vovô Rodrigo? — ela fez que sim com a cabeça — você lembra que ele tinha se machucado, né? — ela fez que sim de novo — então filha, o vovô está com papai do céu agora — ela me olhou confusa, Luísa estava sentada na poltrona só observando — ele morreu, filha

— Vovô rodligo moeu? — ela dizia com a expressão triste

— Morreu, filha — ela fez a carinha de quem ia chorar, meu coração se quebrava quando minha filha fazia aquele olhar

Ela começou a chorar vindo para meu colo, eu a abracei, ela sentou no meu colo com as perninhas abertas, deitando sua cabeça no meu peito.

Luísa olhava triste para a cena, Amélia chorava bastante, ela entendia tudo, era muito esperta, sua fala ainda era meio emboladinha, mas ainda sim falava de tudo, só que do jeito dela. 

Ela chorou tanto que acabou dormindo, eu alisava suas costas, passava as mãos em seus cabelos ruivos, ela era ruivinha como eu, mas seu cabelo já foi loiro, e ela tem meus olhos.

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