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𝙿𝚘𝚛 𝙶𝚊𝚋𝚛𝚒𝚎𝚕

Deveriam ser por volta de umas 02:47 da manhã, eu não conseguia dormir como sempre.

Não sei oque aconteceu na minha mente pra querer tentar qualquer coisa com a Sofia.

Mas fiquei intrigado por ela não ter me interrompido em momento algum.

As vezes acho que ela deve ser tratada somente como a mãe da Amélia, e eu realmente queria que fosse assim.

Não sei como de fato eu tô com a minha namorada, ou ex namorada, a Vitória, que foda...

Não sei oque fazer e nesses últimos dias minha vida tá uma completa bagunça.

Eu estava sentado na sacada do apartamento, dois acima era o da Sofia.

Eu ficava vendo a chuva cair logo em minha frente, de vez em outra aparecia alguns trovões para marcar presença.

Eu estava refletindo sobre a vida, como tudo poderia mudar do dia pra noite?

Meus planos era vim somente para o enterro do Rodrigo, e eu vim com uma namorada que eu pediria em casamento.

E agora eu estou aqui, de madrugada, sozinho em um apartamento grande o suficiente só para mim.

com uma filha e uma puta queda pela minha ex irmãzinha e mãe da Amélia.

oque eu deveria fazer de tudo para evitar que isso fosse para frente.

Sai dos meus pensamentos mais confusos quando ouvi o toque do meu cllr ecoar pela sala, o mesmo estava em cima do sofá vibrando e tocando.

Me levantei e caminhei até o mesmo logo o pegando e o virando em minha direção.

fiquei tenso quando notei o nome de quem me ligava a essa hora.

Ligação on:

— Oi — eu disse baixo e sem tanto ânimo

— A gente precisa conversar — Vitória disse firme sem responder meu "Oi"

— Eu acredito nisso — eu me sentei no sofá respirando fundo

— Não contei para ninguém daqui sobre sua filha — ela dizia calma — e... precisamos falar exatamente sobre isso

— Você já sabe oque eu acho sobre...

— Eu sei, e não quero falar por celular — ela me respondeu

— Eu não posso ir pra Seattle — eu disse sem pensar duas vezes — e nessa altura do campeonato eu nem quero

— Eu vou até você — ela disse sem cogitar uma ideia negativa — eu posso?

— É pra se resolver ou pra você falar merda pra mim?

— Se resolver, eu acho, tenho minhas condições e quero que saiba disso — ela disse com seu tom um pouco arrogante

— Tá — eu disse baixo — não tô mais na Rebeca

— Ué, onde você tá? — ela já disser nervosa

— Estou em um prédio, dois apartamentos abaixo do apartamento da...Sofia, quer dizer, da Amélia — eu corrigi, já que meu motivo por estar ali é a Amélia, não é?

— Como é? — ela disse sem acreditar

— Eu tenho minhas condições, e espero que saiba disso — eu disse sem me arrepender

— Ok, quando eu for eu vou avisar

— Ok — eu desliguei o celular

Ligação off:

Eu sinceramente não sei se é uma boa tentar manter com a Vitória.

já que eu claramente dei em cima da Sofia, ela já não deve confiar tanto em mim.

Se eu der e cima dela e "voltar" com a Vitória, vai ser pior, e eu só quero ficar de boa com a Sofia.

Eu de fato não sei oque fazer, ou como agir, que caminho acho melhor para ficar tranquilo com todo mundo.

Fiquei cansado de tanto ficar por ali e fui até o quarto.

caminhei pelo corredor não tão longo, entrei no quarto quase que sem fazer a curva, eu sabia que precisava relaxar, mas não sabia como fazer isso.

Naquele quarto tinha uma janela bem grande que dava de vista para a rua lá embaixo, a mesma estava com as cortinas abertas, fui até lá fechando a mesma.

Me joguei na cama de costas, logo me ajeitando nela e deitando como um ser humano normal.

peguei meu cllr em mãos e comecei a mexer nele, eu odiava ficar acordado de madrugada pq a primeira coisa que eu fazia era futucar o passado, e foi isso que fui fazer.

Entrei em um lugar onde mais temos lembranças, a galeria...

Entrei na mesma e rolei direto para o ano em que fui morar com o Rodrigo, a Rebeca e a Sofia.

Até que cheguei naquela parte e logo começava com fotos apenas minhas, eu acho que não mudei nada do que eu era antes, logo achei uma foto com o lucas no espelho do banheiro da escola, saudade desse filha da puta.

Olhei bastante mais ainda não achei fotos com a ruivinha, até que as mesmas começaram a aparecer para a minha menor surpresa.

Logo achei uma que pelo visto foi eu quem tirei dela, na foto ela estava sentada no sofá mostrando um prato com brigadeiro, e fazendo biquinho, acho que esse dia foi quando pegamos uma chuva arrumada pra ir no mercado porque a bonita tava de TPM.

Achei outra que era ela quem tirou com a câmera da frente, o celular estava perto de seu rosto e ela estava mostrando a língua, e eu mais atrás com a cabeça abaixada e com a mão na frente do rosto, enquanto minha outra mão mandava dedo para a foto.

Tinha uma que eu nem sabia da existência, era uma foto que foi tirada por alguém no banco de trás do carro, no dia que fomos para a festa no aniversário da Sofia, eu estava rindo na direção dela, e ela tbm estava, mas com a cabeça para baixo. Quem tirou a foto eu não sei, mas foi expontânea e isso melhorou ainda mais ela.

Eu percebi meu pequeno sorriso enquanto via aquelas fotos antigas, não deixei de sorrir mesmo depois que percebi.

Aquela época era tão boa e eu nunca me dei conta, ter lembranças dela indo no meu quarto caçar roupa, ou de quando ela socou minha porta pra brigar comigo porque tinha uma garota lá.

Achei a foto de todo mundo na festa no aniversário de 18 da ruivinha, a gente tava feliz, eu estava feliz. Foi o primeiro e único aniversário da Sofia que passei com ela, fui o primeiro a parabenizar ela, e nessa época eu amava ela, de verdade, e hoje, não sei se mudou tanto...

Joguei meu celular pela cama como sempre, sem saber oque fazer, me virei para todos os lados da cama sem nem me lembrar como é que faz pra dormir.

— Ai ruiva, você ainda mexe com a minha mente — disse para mim mesmo dando um longe respiro

(...)

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