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𝙿𝚘𝚛 𝙶𝚊𝚋𝚛𝚒𝚎𝚕
(𝙵𝚊𝚜𝚑𝚋𝚊𝚌𝚔 𝚍𝚎 3 𝚊𝚗𝚘 𝚊𝚝𝚛𝚊𝚜)

Um ano havia se passado, que bagunça foi esse meio tempo. Viver por cinco meses no Brasil mudou completamente a minha vida, minha rotina, meu modo de ver e gostar das coisas, não foi fácil.

Eu sentia falta daquela ruiva, por algum motivo ela me bloqueou do Instagram e eu não tive mais contato com ela, o máximo que eu consigo saber dela, é que ela está viva e bem, mas tudo porque eu ligo pra mãe dela regulamente.

Não entendo porque ela simplesmente sumiu da minha vida, sem deixar rastros nem um simples "adeus". Quando eu troquei de numero a umas 3 semanas, eu liguei pra ela, na verdade...

Era de madrugada e eu estava tendo uma crise muito forte de pânico, eu lembrava o número dela de cabeça e acabei fazendo a burrada de ligar, talvez eu não devesse.

Mas ela atendeu, era a voz dela, a mesma meiga de sempre, fazia um ano que eu não ouvia a voz dela, e assim que eu ouvi outra vez, meus olhos se encheram d'água.

Talvez ela tivesse causado um estrago muito maior na minha vida, do que eu causei na dela, ela nunca quis saber mais de mim, talvez tivesse me esquecido, e talvez assim fosse menos doloroso...para ela.

Antes de desligar daquela chamada, eu ouvi um choro de bebê, ela disse "alô" pela terceira vez, como ninguém disse nada, ela desligou.

Aquilo podia ser qualquer coisa, então em momento nenhum me preocupei, mas não posso deixar de lado o fato de que... ah deixa pra lá.

Eu acabei decidindo voltar pro Brasil, não para ficar, mas só pra visitar. Eu ainda mantinha muito contato com Lucas e ele sempre me passava todo tipo de informação, era dessa forma que eu sabia muito sobre a ruiva, mas nada nunca tão interessante assim.

Não avisei pra ele nem pra ninguém, só que eu já estava dentro de um avião indo direto pro Rio de Janeiro, voltando pra lá.

Eu não fazia ideia se aquilo era a coisa certa, mas era o que eu queria, eu tinha quase certeza que a ruiva nem lembrava mais de mim, mas não custava tentar, né?

Eu gostava muito daquela garota, eu nunca consegui de fato tirar ela da minha cabeça, então já que eu não conseguia, eu estava voltando pra falar com ela, eu ficaria com ela se ela quisesse, eu vou atrás pra saber.

Mas...as coisas não foram como eu havia planejado.

Cheguei no aeroporto do Rio a noite, peguei um carro alugado, e fui direto na direção da casa dela.

E eu cheguei lá, a casa do mesmo jeito, da mesma forma como antes. Eu queria muito nunca ter ido embora, as coisas poderiam ter sido diferente, para mim e para ela.

Eu estacionei não tão perto da casa, mas de uma distância muito boa pra conseguir ver tudo de lá, inclusive a porta da frente.

A mesma que se abriu, de lá saíram, a Maria Júlia, a Isabela, a Luísa, o Lucas, e ela, mas... ela segurava um bebê no colo, estava enrolado em uma manta peluda rosa, pelo tamanho parecia ser  recém-nascido, ou com pelo menos 2 meses de vida.

Ela conversava com eles, e sorria de uma forma tão gratificante só de ver, ela parecia feliz, se balançando como se tentasse manter aquele bebê dormindo. De quem ele era? Dela?

Não, não tinha como a ruiva ter tido um bebê, ou tinha? E se aquele bebê fosse....

Não, impossível, aquele bebê não podia ser meu, talvez aquele bebê não fosse nem dela, mas eu fiquei muito paranoico só de ver.

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