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𝙿𝚘𝚛 𝚂𝚘𝚏𝚒𝚊

Eu estava sentada no banco do passageiro no carro do Gabriel.

Não tenho como explicar a mistura de sensações que eu senti quando vi aquela fita bem fraquinha aparecendo no teste.

Pode não ser verdade, mas realmente a da Amélia ficou daquele mesmo jeito, e não era mentira não.

Eu estava com as pernas encima do banco, eu olhava pela janela enquanto pensava no que iria fazer da minha vida nesse momento.

— Olha — ele disse baixo — já aconteceu, não tem por que se lamentar, ou chorar, ou sei lá, qualquer coisa

— Não tô me lamentando — eu olhei para ele — só não estava nos meus planos estar de grávida de você outra vez

— Eu sei disso, mas não temos certeza ainda — ele olhava para frente — não posso mentir que não ficaria feliz se você realmente tivesse

— Oque te faz ficar feliz em relação a isso? Além de ser um péssimo momento, a gente nem ta junto ou algo assim, isso só complica ainda mais

— Se o caso fosse a gente estar juntos, eu juro que não me importaria nadinha de ficar com você — ele olhava para frente — não posso mentir e dizer que você não foi a pessoa perfeita para ser a mãe da minha filha — ele me olhou por uns segundos — se eu tivesse a opção de voltar atrás e mudar algo, eu não mudaria nada. Você me deu a coisa que mais me importa agora, e se você estiver que me dar outra, eu vou ficar feliz, e vou estar presente o tempo todo

— Eu não sei se ficaria realmente feliz, não pela criança, mas por mim, pela Amélia, por você, pela situação em que estamos, pelo fato da Amélia não saber que você é pai dela, nada disso ajuda

— Então vamo contar pra ela — eu olhei para ele — eu não aguento mais, sinceramente, não dá, ela é minha filha e eu tenho que tratar ela como qualquer uma porque a gente não chega a um acordo

— Primeiro vamos resolver isso aqui, depois a gente pensa sobre como contar pra Amélia — eu voltei a olhar pela janela

Queria logo saber se de fato estava grávida, eu estava muito nervosa.

E se tem uma coisa que eu com certeza nunca mais faria, era transar com Gabriel.

(...)

Adentramos a uma clínica de colher sangue, andei na frente do Gabriel indo até o balcão falar com a recepcionista.

— Deixa que eu vou — ele segurou no meu braço me fazendo parar

— Eu tô bem — eu disse claramente demonstrando não estar

— Eu disse que eu vou, e eu vou, fica aí — ele me deixou ali e saiu andando

Fiquei parada no meio da clínica até me tocar e ir me sentar em uma cadeira da sala de espera.

Me sentei lá e fiquei reparando no Gabriel falando com a recepcionista, ela claramente estava dando mole pra ele.

Cruzei os braços e fiquei lá vendo a cena, ele parecia falar normal com ela, e ela todo de sorrisinho pra ele.

Ele falou mais algumas coisas com ela, se virou e veio andando na minha direção, logo se sentando do meu lado e ficando uns 6 segundos só olhando pra minha cara.

— Que cara é essa? — ele se virou para mim

— Como assim que cara? A minha, só tenho essa — eu ainda estava de braços cruzados

— Aé?

— É, Gabriel — ele ficou me olhando como se suspeitasse da minha postura — oque aconteceu lá?

— Falei com ela e agora é só espera — ele dizia me olhando

— Já pegou o número dela? — ele me olhou querendo rir

— A situação que estamos é bem precária — ele riu fraco — mas sério que você está com ciúmes de mim, é?

— Por que eu teria ciúmes de você? Ah me poupe — eu me ajeitei na cadeira de braços cruzados

— Você não mudou nada, ruivinha — ele colocou a mão esquerda na minha coxa

— Mudei sim — eu não tirei a mão dele de lá.

— As vezes eu cogito a ideia de ainda gostar de você — eu olhei para ele como se quisesse rir

— Hum, legal — me fiz de sonsa, mesmo ficando completamente êxtase por isso

— Eu sei — ele puxou meu rosto até o dele e me beijou

Foi um beijo calmo, demorado...não como da outra vez, que estávamos agitados e eufóricos pela falta que sentíamos um do outro, da necessidade que tínhamos.

Agora era diferente, era uma coisa tranquila, precisamos um do outro, só que agora com mais delicadeza.

E eu sinto como se eu precisasse mais dele do que do próprio ar para respirar, e eu espero que ele também precise de mim, do jeito que eu necessito dele.

E a questão aqui não é só sexo, ir pra um quarto entre 4 paredes e fazer oque bem entender.

É o fato de querer sair pelos 4 cantos do mundo e dizer que talvez, só talvez, eu quisesse muito ser dele.

Só dele...

— Sofia Mendes — uma voz me chamou não de tão longe

Eu me afastei de Gabriel, mesmo sem querer.

— Já volto — deixei meu celular lá com ele e fui até a moça que me chamou

Andei com ela até uma salinha de retirada de sangue, me sentei lá e a moça começou a mexer nos bglh dela.

— Eu sou a Lilian — ela disse — algum motivo específico para o exame? Ou só de rotina mesmo?

— É específico — eu disse calma

— Gravidez, né? — ela sorriu super simpática e eu fiz que sim com a cabeça

— É, eu não confio 100% em testes de gravidez

— Ah, eu entendo — ela mexia nas agulhas — você e seu marido parecem bem apaixonados, primeiro filho?

— É... Não — eu ri — temos uma filha de 3 anos

— Então pro caso de você estar mesmo, vocês já tem experiência — ela veio até mim colocando o elástico no meu braço

— História um pouco complexa demais para essa conclusão — eu ri e ela também

— Eu entendo, felicidades ao casal — ela era muito simpática

— Obrigada — eu disse na minha forma de simpatia como sempre

Mesmo que não fôssemos um casal, vou guardar as felicidades dela para se caso formos um algum dia, nunca se sabe né.

(...)

Oooohh enrolação pra saber se tá grávida em, Riggs kkkkkk

No próximo eu juro que sai o resultado pra vcs kkkk

Bjsss famil✨🦋❤️

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