Prólogo: Dia cinzento

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     Um grupo de pessoas  se encontra à frente de um túmulo, todas elas vestidas de preto e com o rosto virado para baixo. Dentre todos eles, um se destaca, um homem, de cabelo branco e pele parda, ele está ajoelhado ao lado do túmulo, gritando e chorando incessantemente.

     — Eu devia ter feito mais, eu não fiz o suficiente — disse o homem, com dificuldade em meio a soluços decorrentes de seu choro — Eu nunca consegui fazer nada por você, foi sempre você que me salvou, e eu nunca consegui retribuir, me desculpa — disse o homem, levando suas mãos ao rosto na tentativa de esconder as lágrimas.

     Nesse momento, uma das pessoas ao redor do túmulo se aproximou do homem, uma jovem, de orelhas pontudas, cabelos e olhos azuis claros, pele branca, seus olhos cheios de lágrimas, se ajoelhou ao lado do homem, o abraçando — Pai, você sabe que isso é mentira, a mamãe amava você, e você sempre fez tudo o que pôde para cuidar dela — a jovem disse em uma voz calma e reconfortante.

     O homem virou o rosto na direção da jovem, a abraçando de volta — Amis, minha filha, me desculpa por não ter salvo ela, eu fiz tudo o que pude, mas não foi o suficiente — o homem diz em meio a lágrimas e soluços.

     Um rapaz, com pele clara, cabelos pretos e olhos prateados — Mãe, eu vou sentir sua falta, mas não se preocupe, eu irei cuidar de minhas crianças do mesmo jeito que você cuidou de mim, eu nunca vou te esquecer — o rapaz disse, enquanto coloca uma rosa em frente ao túmulo e derramamento de lágrimas — Eu irei te orgulhar mãe, eu prometo — ele diz enquanto dá passos se afastando do túmulo e indo embora.

     Nesse momento, Amis vira o rosto para o jovem indo embora — Dalibor, irmão, para onde você está indo? — o jovem parou, virou o rosto para sua irmã — Orgulhar a mãe, nos vemos depois Amis — em seguida, ele voltou a caminhar para longe.

     Após a partida de Dalibor, outro rapaz se aproximou do túmulo, sua pele é roxa, ele possui cabelos brancos e chifres que se erguem acima da cabeça — Mãe, eu irei cuidar da nossa casa, não se preocupe, ela ficará do jeito que a senhora sempre amou, arrumada e com tudo no lugar, muito obrigado por tudo mãe, eu te amo — o rapaz, assim como Dalibor, colocando uma rosa em frente ao túmulo, ele se vira para Amis e para seu pai — Irmã, Pai, vamos para casa, mamãe não gostaria que fiquemos aqui apenas chorando, vocês querem ver os cavalos que eu criei? Aposto que irão adorar eles — Amis vira o rosto para seu irmão — Claro que sim Hakon, eu adoraria conhecê-los — o pai de ambos se vira para Hakon, e com um simples gesto de cabeça, diz que sim — Ótimo, eu estarei os esperando — diz Hakon, se levantando e indo embora.

     Nesse momento, o pai de ambos se levanta, enxuga as lágrimas em seu rosto, e segue Hakon, deixando apenas Amis no local.

     — Mãe, sinto muito os outros não estarem aqui, Dragomir e o tio andam muito ocupados com os Cavaleiros de Prata, e Björn — ela da uma pequena risada — Björn como sempre está viajando e conhecendo o mundo, e o Bentley está em alguma taverna por aí, provavelmente bebendo, como sempre — ela disse enquanto se virava para olhar seu pai e Hakon se afastando — Bom, saiba que todos nós amamos você, e que nunca a esqueceremos, pode acreditar, e também não se preocupe, eu irei descobrir a cura para a doença que te afligiu, e nunca mais deixarei que ninguém passe pelo o que você passou, eu te amo mãe — disse Amis, enquanto virava-se e começa a caminhar em direção a seu pai e seu irmão.

     Assim, finalmente, o túmulo está sozinho, nele, está escrito:

                 Kallista Clawhell

     Uma ótima mãe, amiga e guerreira, uma mulher forte, independente, inteligente e carismática, nunca será esquecida

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