Capítulo 28: Virtude

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     Dalibor e Hakon acompanharam Tellecar até a base do Esquadrão de Caça de Iylvien. Chegando lá, Tellecar começou a falar em uma língua estranha com os elfos ao redor. Dalibor e Hakon conseguiram reconhecer algumas palavras, conseguiram perceber que era uma versão diferente do Türhin que Amis os havia ensinado.

     Tellecar estava ordenando os caçadores ao redor, que foram até os ovos de dragão e os carregaram até outro local.

     — Para onde eles os estão levando? — questionou Hakon, encarando Tellecar.

     Após terminar de dar as últimas ordens a um outro caçador próximo, Tellecar virou-se para os irmãos.

     — Iremos guardá-los em Iylvien, ficarão aqui até que choquem.

     — Está louco?! — indagou Dalibor — Dragões são criaturas bestiais que só trazem destruição e morte!

     Tellecar encarou Dalibor, que encolheu o corpo ao ser esmagado por aquele olhar que exalava desprezo. Desprezo a ele.

     — Os homens dizem o mesmo sobre seu irmão — declarou, virando o olhar para Hakon — Diga-me, eles estão certos?

     E então, saiu sem dar tempo de Dalibor ou Hakon responderem.

     — Sujeitinho irritante — vociferou Dalibor, encarando Tellecar enquanto ele partia.

     — Vamos embora, irmão, não tem mais nada para nós aqui — declarou Hakon, virando-se para a saída.

     Ambos caminharam juntos pelas ruas de Iylvien, vez ou outra algum civil os parava para agradecer a ajuda no resgate das pessoas durante o ataque dos espectros. Hakon sempre se encolhia com o espanto de alguém os parando, todos os cidadãos falavam na língua que eles ouviram Tellecar falando mais cedo, era difícil entender exatamente o que eles diziam.

     — Bem, o que faremos agora? — questionou Dalibor — Não estou afim de ir patrulhar novamente.

     — Que tal irmos visitar Björn? — respondeu Hakon — Talvez ele já tenha acordado e seremos os últimos a saber.

     — É uma boa ideia — afirmou Dalibor — Já estou sentindo falta dele, a hiperatividade dele faz falta.
     — De fato — concordou Dalibor.

     Após alguns minutos de caminhada, finalmente chegaram até o local onde Björn estava, era um quarto separado dentro de um centro médico em Iylvien. Quando desceram as escadas do quarto, surpreenderam-se ao ver Björn sentado.

     — Björn! — disseram ambos, enquanto corriam na direção do irmão e o sacudiram tentando acordá-lo.

     Vendo que parecia não fazer efeito, Hakon pôs a mão sobre o peito de Björn, onde facilmente sentiu um pulsar.

     — Ele está vivo, será que alguém o colocou nessa posição?

     — Não vejo porque alguém o faria, é uma posição específica demais — respondeu Dalibor.

     — Bem, você acha que ele acordou e se sentou assim? — questionou Hakon.

     — É a opção mais plausível — afirmou Dalibor, parecendo extremamente aliviado. Um sorriso surgiu em seu rosto — Só nos resta esperar até que ele acorde.

    Dalibor virou-se e sentou em uma das cadeiras. Hakon fez o mesmo.

     Ambos ficaram em silêncio por algum tempo, o bater do relógio era o único som que impedia a sala de ficar totalmente silenciosa. Além da porta no final das escadas, eles conseguiam ouvir algumas poucas vezes abafadas e sons de passos andando de um lado para o outro.

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