— Muito bem, o que faremos agora? — disse Dalibor, virando-se para Amis — Algum rumo? Direção? Local para procurarmos? — continuou — Sim, procurem um local chamado Bafo de Dragão — respondeu Amis — E fiquem perto, não queremos nos perder aqui — continuou, começando a caminhar em meio a multidão.
Todo o grupo caminhou junto, seguindo Amis e olhando seus arredores, procurando o tal lugar, a quantidade de pessoas no meio da rua dificultava o avistamento de alguma sinalização de algo que indicasse o nome dos estabelecimentos ao redor do grupo.
— Isto será extremamente complicado, o local está cheio e parece um labirinto! — exclamou Dalibor — Concordo, está realmente difícil de enxergar as coisas por aqui — disse Amir. Continuaram a caminhar pelas ruas movimentadas da cidade subterrânea, quase se perdendo no meio da multidão apressada do local.
— Achei! — disse Bentley, quebrando o silêncio que se instalava sobre eles. Todos do grupo foram ao seu encontro, e se depararam com o humano parado na frente de uma taverna, cujo acima da porta encontrava-se uma placa em formato de arco com a escritura Bafo de Dragão.
— Muito obrigado, irmão — disse Amis, tomando novamente a dianteira — Sigam-me, eu sei com quem devemos falar aqui — disse e a elfa, caminhando para dentro do estabalecimento. O local estava lotado, diversas pessoas de raças diferentes se encontravam lá dentro. No centro do local, havia um longo balcão circular, que se posicionava à frente de uma grande estante com uma enorme variedade de bebidas diferentes, entre o balcão e a estante, estava uma figura chamativa, um homem de pele azulada, cabelos brancos erguidos em um topete, as laterais do cabelo estavam raspadas, ele vestia uma camisa de botões aberta, exibindo seu peitoral, também vestia uma calça amarelada que descia até a altura do joelho. A figura portava um bastão de madeira, e fazia movimentos rápidos com o mesmo, e como se fosse mágica, os copos e garrafas ao seu redor se erguiam e enchiam-se sozinhos.
— Boa noite senhor — disse Amis ao seu aproximar do balcão — Opa! Fala ae, do que precisam? — disse a figura — Ah, aliás, me chame de Yang, por favor — continuou Yang.
— Bom, quero que o senhor me entregue um vinho envelhecido e escuro como a noite, tão amargo quanto a falta de conhecimento e tão desejado como um amor proibido — disse Amis. Yang olhou para ela, sua expressão que antes era amigável e possuía um grande sorriso, havia se tornado séria e sombria.
— Muito bem, é pra já, aguarde só alguns instantes por favor — disse Yang, dando um salto apoiado em seu bastão e subindo por um alçapão que se localizava acima de sua cabeça.
— O que foi isso? — questionou Dragomir — Nosso pedido para um encontro com uma pessoa importante — sussurrou Amis — Por favor, ajam naturalmente, não podem perceber o que viemos fazer aqui — continuou. Todos então, se sentaram em frente ao balcão, Bentley aproveitou o momento para pegar uma garrafa de rum que estava em ao lado de um copo, encheu o copo e passou a beber enquanto esperava.
Alguns minutos se passaram, e a porta do alçapão se abriu novamente, revelando Yang descendo de lá — Tome cuidado jovem — sussurrou Yang, pegando uma outra garrafa e enchendo um copo com o líquido dentro dela — Vire a direita assim que sair daqui, siga reto pelas duas próximas ruas e entre na rua à esquerda, encontrará dois homens encostados na parede de uma casa, diga que deseja ver os tipos de vinho, eles irão liberar o caminho para você e seus amigos — completou, terminando de servir um shot no pequeno copo à frente de Amis.
— Muito obrigada pela sua ajuda — sussurrou Amis, bebendo todo o líquido no copo de uma só vez, em seguida se virando e indo embora. Todo o grupo a seguiu, eles viraram à direita assim que saíram da taverna, depois, caminharam reto pela rua, ignorando duas passagens nas laterais no meio do caminho, virando à esquerda no final do trajeto, onde se depararam com uma rua um pouco menos movimentada. Encostados em uma parede, havia duas figuras, uma era um anão de barba longa e negra, e a outra um alto Nuarih de cabelos escuros trançados.
Amis caminhou até às duas figuras, que a encararam quando se aproximou — Nós viemos ver os tipos de vinho que vocês têm — disse Amis. Os dois homens então, se afastaram um do outro, revelando uma porta escondida atrás de ambos, Amis a atravessou primeiro, sendo seguida por todos os outros logo após.
O local era escuro, sendo iluminado apenas por algumas poucas tochas, nos poucos lugares que a luz alcançava, era possível ver barris de tamanhos variados, mas todos de madeira.
— Sejam bem vindos, o que os trazem até minha morada? — disse uma Voz em meio à escuridão, ecoando pelos cantos — Viemos pedir informações, necessitamos saber sobre a antiga organização militar de Katch, o Olho Púrpura — respondeu Amis.
— Oh, Olho Púrpura, e o que deseja saber daqueles que foram derrotados? — disse a Voz, sua voz ecoando novamente — Preciso de informações sobre um indivíduo conhecido como Sahadin, O Dourado — respondeu Amis — Sahadin, figura interessante ele era, e porque deseja conhecer seus segredos? — Questionou a Voz — Eu suspeito de que ele tenha sequestrado meus parentes com o objetivo de realizar A Ruptura Dimensional — respondeu Amis.
— Muito bem, e o que está disposta a me entregar pela obtenção deste conhecimento? — disse a voz — Isto — respondeu Amis, retirando de sua bolsa uma espada embainhada, ela possuía uma bainha feita de um metal púrpura, seu cabo era prateado e ela emanava algo semelhante a uma fumaça totalmente escura — A Lâmina do Luar, esta é a oferta que lhe faço — disse Amis.
As sombras ao redor da elfa começaram a se modificar, se contorcendo e mudando suas formas, se tornando braços retorcidos — Terá seu prêmio, mas somente após realizar o que pedi, diga-me sobre Sahadin e como posso encontrá-lo, assim, esta espada será sua — declarou Amis, afastando seus braços da enorme escuridão.
— Muito bem, concederem o que deseja — disse a Voz — Sob a cidade de areia, encontra-se aquele que o mundo odeia, seu plano deseja realizar, ao momento em que suas forças restaurar — disse a Voz, ao terminar, seus braços escuros tomaram a Lâmina do Luar das mãos de Amis, arrastando o objeto para dentro da escuridão.
— Agradecemos a sua ajuda, senhor — disse Amis. A escuridão lentamente deixava a sala, tornando-a visível novamente, revelando assim, uma adega com vários barris guardados.
— Eu tenho muitas perguntas, Amis — disse Bentley, logo atrás da elfa — Prineiram, que porra acabou de acontecer? — questionou, Amis se virou para o homem — Muito bem, vamos às explicações — respondeu Amis — A coisa com a qual conversei chama-se O Senhor das Sombras, é uma entidade relatada em diversos livros sobre magia e entidades mágicas, sobre está em questão, é dito que ela oferece conhecimento em troca de artefatos mágicos raros — explicou Amis — Muito bem, agora as coisas começam a se alinhar, mas, como você sabia que ela estaria aqui? Nos Portões do Inferno? — questinou Dragomir, adentrando mais a sala e olhando ao redor — Nos livros em que ele é citado, dizem que um de seus lugares favoritos é esta adega, por algum motivo, mas que ele só poder ser contatado com uma mensagem específica enviado por um mensageiro específico, no nosso caso, o mensageiro era o taberneiro da Bafo de Dragão — respondeu Amis — Muito bem, acho que devemos sair logo daqui, não gosto da atmosfera deste lugar — disse Dragomir, virando-se e saindo do local. Todos seguiram o meio-dragão, mas ao saírem, se depararam com algo que os surpreendeu.
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Os Antigos
FantasyApós um ano da morte de sua mãe, os irmãos Clawhell descobrem que seu pai e seu tio estão desaparecidos. Em seguida dessa descoberta preocupante, eles se deparam com um mistério que parece envolver toda a origem da vida dos primeiros seres de Taridu...