Capítulo 2: A Floresta

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Hakon com seu cavalo, adentra a floresta, as árvores erguem-se imensamente acima da cabeça dele e do cavalo, a floresta é escura e silenciosa, por conta disso, somente Hakon adentra a floresta, os habitantes do vilarejo tem medo dela, eles dizem que dentro da floresta há um espírito maligno aprisionado, ela tem um clima pesado, uma leve névoa circula por entre as árvores e arbustos da mata.
- Muito obrigado Angus, pode voltar para casa agora - Hakon diz enquanto desce do cavalo e dá um tapa em seu traseiro, o fazendo ir embora - Já posso me virar daqui pra frente.

O rapaz retira seu arco das costas, e começa a caminhar lentamente pela mata, passando por troncos caídos, pequenos rios, elevações do solo, sua caminhada é árdua, ele deve estar alerta a todo momento, até que em determinado momento, ele percebe pegadas no chão de terra - É recente - diz Hakon enquanto passa seus dedos na terra percebendo que ela ainda está mole, o rapaz segue as pegadas, lentamente e atento aos seus arredores, até que, ele encontra, bebendo água de um riacho, um grande alce, com uma galhada que se estende sessenta centímetros acima da cabeça, o jovem prepara seu arco, aponta a flecha, e quando está prestes a atirar, ele sente um peso em suas costas, alguma coisa o derrubou no chão, o fazendo derrubar seu arco e a flecha.
- Mas que droga! - diz o rapaz em tom de raiva e se levantando do chão - O que diabos foi is... - ele é interrompido por uma dor em sua perna, quando vira seu rosto na direção em que sentiu a dor, ele percebe um grande lobo cinzento com os dentes cravados na sua coxa lhe causando uma grande dor, o rapaz então, lutando para não se ajoelhar diante do animal, puxa suas duas espadas e chuta com toda sua força o seu inimigo, o fazendo se afastar no mesmo instante.

Como já era esperado, a visão de Hakon se altera, ele passa a enxergar tudo exceto o lobo de maneira diferente, tudo parece estar borrado, ambos começam a circular enquanto encaram um ao outro, o lobo rosnou com fome e sangue na boca, enquanto o rapaz segura firmemente suas espadas em uma posição defensiva. Subitamente, o lobo ataca de forma voraz, ele avança em direção a Hakon e salta, abrindo sua grande mandíbula enquanto vai em direção ao pescoço do rapaz, que rapidamente, com suas espadas, faz um movimento giratório para a direita e se aproveita da oportunidade para cortar a barriga do animal, o fazendo cair no chão e rolar na terra, batendo contra o tronco de uma árvore caída. O lobo rapidamente se levanta, com sangue escorrendo de sua barriga, e novamente, ele avança contra Hakon, indo em direção a suas pernas para abocanhá-las novamente, mas o rapaz é mais ágil, ele salta e se pendura em um galho de uma árvore próxima, fazendo o animal morder o ar.

O rapaz se soltou do galho, se vira para o animal, e antes que ele possa fazer qualquer coisa contra o rapaz, Hakon rapidamente corta a lateral do corpo do animal, e assim, o animal cai no chão, sangrando e completamente sem vida - Droga, você realmente me pegou garoto - Hakon diz enquanto caminha lentamente em direção a seu arco com sua perna ainda sangrando por causa da mordida do animal, ele pega seu arco, o coloca em suas costas e senta no chão, ele balança suas mãos próximo ao local do ferimento, e de forma semelhante a maneira que ele tirou Flocos de cima daquela árvore, um brilho surge da ponta de seus dedos enquanto ele balança a mão, um brilho verde que se assemelha ao brilho das folhas de uma árvore em um dia ensolarado, a runa mágica se desfaz e os pequenos pontinhos que permaneceram vão em direção a perna do rapaz, a ferida começa a se fechar e rapidamente a marca da mordida desaparece, restando apenas a calça rasgada manchada com sangue como sinal de algum ferimento.

O rapaz se levanta, e parte novamente para sua caçada, na qual ele passa o resto do dia, e quando ele está se aproximando da saída da floresta que dá visão ao vilarejo, mas, ao invés de ver o vilarejo pacífico como sempre, algo está errado, ele escuta gritos de socorro e rugidos raivosos, e à luz do pôr do sol, ele dispara em direção ao vilarejo, retirando seu arco de suas costas e preparando uma flecha - EU ESTOU CHEGANDO, AGUENTEM MAIS ALGUNS INSTANTES! - Hakon diz enquanto corre desesperadamente.

Quando Hakon finalmente chega ao vilarejo, ele vê as pessoas correndo na direção em que ele veio, gritando e com desespero, ele continua avançando mais adentro do vilarejo, até que ele finalmente vê o motivo do pavor de todos os aldeões, duas criaturas enormes, com pele esverdeada e cabelos grossos e escuros, com grandes garras e rostos preenchidos com raiva.

O rapaz mira a flecha em direção a uma das criaturas, atira e acerta o peito dela, enquanto os guardas da cidade avançam na direção dos monstros, mas o rapaz nota que facilmente a criatura retira a flecha cravada no peito, e o buraco feito pela flecha rapidamente se fecha, como se fosse mágica - Droga! - diz Hakon, observando as duas criaturas atacarem os soldados com suas garras, os rasgando.

Uma das criaturas avança até o rapaz, que vai se afastando tentando descobrir algo que possa ser efetivo, mas a criatura o alcança sem ele ter pensado em nada, o agarra e o arremessa para dentro de uma casa, quebrando a janela, batendo em uma mesa e rolando no chão com alguns ferimentos. A criatura adentra a casa, golpeando Hakon com suas garras, sua força o fazendo ir em direção a uma lareira dentro da casa - Droga! Tenho que pensar em algo logo - diz o rapaz com um grande ferimento no peito, vendo a criatura avançando mais uma vez em sua direção.

Novamente a criatura golpeia com suas garras, mas Hakon consegue desviar do golpe e ir em direção ao lado direito do monstro, quando ele percebe que a criatura golpeou a lareira que estava ao seu lado, e no mesmo momento o fogo se espalhou por todo o seu braço, lhe causando uma grande queimadura, e diferente de quando ele atirou a flecha, este ferimento não se regenera - Você é bom forte, mas muito burro - o rapaz diz dando uma risada sarcástica, indo em direção a lareira que está a frente da criatura e pegando uma lasca de madeira que se partiu quando a criatura atacou e a incendiando com o fogo da lareira.

Hakon golpeia a cintura da criatura com uma de suas espadas e usando o fogo da lasca de madeira, ele impede que ela se regenere, a criatura dá alguns passos para trás, visivelmente assustada, o jovem usa essa oportunidade para cravar sua espada na barriga do monstro e usar sua força para fazer um grande ferimento no tronco da criatura e novamente usando a tocha improvisada para impedir a regeneração do monstro, a criatura então se ajoelha a frente de Hakon, muito fraca para continuar sustentando seu peso, e em uma última tentativa desesperada pela sobrevivência, golpeia o rapaz, mas sem sucesso, acertando somente o ar quando o jovem se abaixa para desviar do golpe, e com um último golpe em sua cabeça, Hakon mata o monstro, que cai aos seus pés.

O rapaz então, é surpreendido por um corpo de um guarda da cidade que é arremessado para dentro da casa, destruindo a lareira que estava ali, totalmente ensanguentado e com enormes marcas de garras por todo seu corpo, então, uma segunda criatura adentra o local, ela então, avança em direção a Hakon, e o golpeia com suas garras, fazendo mais dois grandes cortes em todo seu corpo, o rapaz é arremessado na parede, totalmente ensanguentado, sua visão começa a escurecer, o lugar parece ficar cada vez mais frio, a criatura vai caminhando lentamente até o corpo do rapaz - Então, é assim que vai terminar? Acho que valeu a pena no final de tudo - diz Hakon, com sua visão apagando totalmente, e ouvindo o som das garras da criatura sendo balançadas.

De repente, sua visão se clareia novamente, no mesmo instante em que um enorme e grosso raio dourado atinge o corpo da criatura a sua frente, criando uma aura cintilante ao redor de seu corpo, em seu peito no local onde o raio atingiu, está uma grande marca de queimadura - Precisando de ajuda Hakon? - uma voz vindo da entrada da casa, abaixo do batente da porta, há uma mulher, de cabelos e olhos azuis claros, uma pele branca e em vestes elegantes, muito familiar a Hakon - É muito bom vê-la novamente, Amis - diz Hakon, se levantando e dando um pequeno sorriso enquanto pega suas espadas, seus ferimentos quase completamente cicatrizados, uma pequena aura dourada cerca os locais onde antes havia sangue - Teremos tempo para conversar mais tarde, agora, temos que lidar com esse Troll - diz Amis, apontando um cajado com um cristal azul brilhante na ponta sendo segurado por um cabo feito de pedras - Que seja rápido então! - Hakon diz, avançando em direção ao monstro, o atacando enquanto ele ainda está atordoado devido ao ferimento em seu peito.

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