Capítulo 12: Chegada

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     Todo o grupo acordou na manhã seguinte, a noite foi dolorosa, mas o descanso foi recompensador. A primeira a acordar foi Amis, que apesar de ser Elfa, tem o costume de dormir como todas as outras raças — Bom dia gente — disse ela, olhando ao redor — Cadê o Hakon? — após dizer isso, ela escutou, acima de sua cabeça, em meio aos galhos da árvore no centro da clareira, o som de alguém roncando. Ao olhar para cima, ela viu o rapaz de pele roxa e cabelos brancos, escorado no tronco da árvore e sentado em um galho, dormindo.
     — Aí está ele — disse Amis. A jovem elfa se levantou e começou a preparar uma pequena refeição, usando de sua magia para reunir alguns alimentos e acender uma fogueira.
     Com o cheiro dos alimentos assando, Hakon despertou de seu sono, a tempo suficiente para se ajeitar no galho em que estava para não despencar da árvore. Com calma e cuidado, ele desceu e se aproximou de sua irmã — Bom dia Amis, vejo que não se demorou a preparar o café da manhã — disse Hakon, levando seu olhar para os alimentos próximos a fogueira, por ali encontravam-se algumas frutas, temperos e pequenos pedaços de pão. Amis utilizava de sua magia para levar os pães para perto do fogo, assando-os suavemente, então, triturava as frutas em pequenos pedaços, depois, cortava e abria os pães e inseria os pedaços das frutas dentro deles — Pegue, acredito que vá gostar — disse Amis, estendendo um dos pães para o irmão. Hakon pegou o alimento com certo receio, nunca tinha provado nada como aquilo, mordeu o pão recheado com partes de frutas e logo apreciou o trabalho de sua irmã, aquele alimento lhe causava uma mistura de diversos gostos diferentes em sua boca, era doce graças às frutas e macio pelo pão, os temperos realçaram ainda mais essas sensações.
     — Nossa, isso aqui tá muito bom — admitiu Hakon. Logo em seguida, se sentou ao lado da irmã, apreciando os sons da mata ao seu redor, pássaros cantavam e o vento uivava em seus ouvidos, enquanto o sol do amanhecer esquentava seu rosto.

   Após algum tempo, Amir e Björn se levantaram e, eventualmente, saborearam o alimento que Amis havia preparado, e assim como Hakon, apreciaram de imediato a qualidade do alimento. Björn ficou longos minutos exaltando a habilidade culinária da irmã, enquanto Amir, admitiu brevemente que aquilo era uma das melhores coisas que já havia comido.
     Mais um tempo se passou, e todo o grupo terminou de aprontar para continuar a viagem. Hakon, novamente, seguia a frente, guiando todos pela mata e garantindo que não passassem por nenhum perigo, Amis ia logo atrás, dessa vez, prestando atenção ao caminho e ao seu redor, apreciando a paisagem verdejante pela qual passavam.
     Amir e Björn estavam mais atrás, acompanhando os outros dois com certa distância — Ei, você sabe que não deveria ter se jogado na luta ontem não é? Imagine o que poderia ter acontecido — sussurrou Amor, recebem um olhar incrédulo de Björn — Meus irmãos estavam em perigo, o que você queria que eu fizesse? Ficasse apenas parado observando eles serem atacados? — respondeu Björn — Eu podia ter cuidado de tudo, eu já lhe disse, não há necessidade de se pôr em perigo quando estou por perto — disse Amir, parando o caminhar — Olha, você é fortão e grandão, intimidador e tudo mais, mas nem mesmo você pode cuidar de tudo, me deixa ajudar! — declarou Björn, parando também para olhar para Amir — Eu fiquei preocupado — sussurrou Amir. Björn sentiu seu rosto arder levemente, e riu — Isso é novo, obrigado, agora vamos logo, se demorarmos mais nós vamos perder os outros. A dupla retomou a caminhada e alcançaram os outros dois, surpreendentemente, eles não notaram a ausência deles, pois estavam conversando também.

     O grupo seguiu a viagem por mais uma seque de dias, por onde passaram por campos esmeraldas rodeado por belas árvores, grandes colinas onde habitavam várias aves, seguiram à beira do Valinen e encontraram diversos peixes pelo caminho, junto de outros animais que habitam as beiradas de rios e lagos. A viagem foi tranquila por todo o tempo, por vezes, encontravam alguma caravana de viajantes, e por algumas horas, conseguiam nova companhia, que também admiravam os dotes culinários de Amis.
     Por fim, ao entardecer de um dia ensolarado, finalmente avistaram prédios feitos de pedra, grandes portões de carvalho, uma longa muralha branca cercava a cidade, que seguia até beira mar, onde grandes navios estavam ancorados. Finalmente haviam chegado à Nova Zaradi, e após uma longa apreciação da bela cidade, o grupo continuou a caminhar na direção de seus portões abertos.
    

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