Capítulo 18: A Cidade Esmeralda

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     Todos olharam para Björn se levantando, Amis foi a primeira a abraçá-lo, seguida por todos os seus irmãos.
     — Gente, gente, eu já estou melhor — disse Björn, sendo sufocado pelo amontoado de pessoas o abraçando — O que aconteceu lá embaixo? E onde a gente tá? — questionou quando todos afrouxaram o abraço e afastaram-se.
      — Nós fomos atacados lá embaixo, felizmente, a Amis, o Amir e o Bentley conseguiram segurar os atacantes para termos tempo o suficiente para tirar você de lá — respondeu Dalibor — E agora, estamos na casa da Anília, uma… — Dragomir parou por um momento e pensou em suas próximas palavras — uma conhecida minha e do Dalibor — continuou.
     — Isso me lembra algo importante — disse Bentley com uma seriedade incomum em sua voz — Quem eram aquelas pessoas? E por quê elas nos atacaram? — questionou.
     — Era justamente isso o que eu estava conversando com Anília — respondeu Dragomir — O homem com as foices, responsável pelo ferimento de Björn, se chama Norton, também é conhecido como Lâmina Negra — continuou Dragomir.
     — Mas e aquela mulher? A que lutava usando o fogo? — questionou Bentley — Infelizmente, não encontramos nenhuma informação sobre esta mulher — respondeu Dragomir — Devemos nos preparar para possíveis encontros futuros com estes dois, eu estou saindo nesse exato momento para pegar minhas coisas — continuou.
     — Eu irei com você — disse Dalibor — Ótimo, é melhor os outros ficarem por aqui e cuidarem do Björn — respondeu Dragomir, erguendo o capuz de seu manto e atravessando a porta.

     Dragomir e Dalibor começaram a caminhar pelas ruas escuras da cidade, sendo acompanhados pelo silêncio e pelo receio de estarem sendo seguidos.
     — Ei, Dragomir — chamou Dalibor, quebrando o silêncio das ruas — Por que exatamente você está fazendo tudo isso? — questionou Dalibor, com desconfiança em sua voz — O que você quer dizer com isso? — respondeu Dragomir — Em questão de dias, você voltou a se relacionar com a Anília, abandonou seu posto dentro dos Cavaleiros de Prata, voltou a se aproximar de Bentley, mesmo sabendo de seu problema com bebidas, e pra completar, não está tentando me prender neste exato momento, por quê? — perguntou Dalibor. Dragomir parou e o encarou por alguns instantes, abriu a boca para dizer algo, mas apenas suspirou.
     — Olha, eu sei que não fui a melhor pessoa do mundo, eu praticamente abandonei todos vocês e me isolei no meu trabalho, eu sei bem disso, e estou tentando consertar tudo isso — respondeu Dragomir — Eu percebi, que durante todo esse tempo dentro dos Cavaleiros de Prata, diferente do que eu imaginava, eu não estava dando orgulho à vocês — continuou com pesar em sua voz.
     — Mas agora, eu prometo pela minha própria vida, que vou arrumar as coisas — disse Dragomir. Pela primeira vez, em muito tempo, Dragomir viu Dalibor sorrir para ele, e sentiu sinceridade no sorriso.
     — Ótimo, espero que cumpra o prometido, agora vamos, temos que buscar suas coisas logo — respondeu Dalibor, voltando a caminhar ao lado de seu irmão.

     Na casa de Anília, todos estavam reunidos na sala de estar, Björn havia se sentado para abrir espaço no sofá.
     — Precisamos discutir sobre essa viagem que faremos, Shuri fica no extremo norte, é uma viagem longa demais para se fazer caminhando — disse Bentley, sentado à esquerda de Björn.
     — Bentley está certo, se Norton e aquela mulher realmente estiverem caçando vocês, viajar uma longa distância assim será perigoso — disse Anília, encostada no corrimão da escada que levava ao segundo andar — Talvez vocês possam comprar uma carruagem, eu posso ajudar com o dinheiro — concluiu.
     — Apesar de encurtar uma viagem, uma carruagem nos deixaria ainda mais expostos, seríamos forçados a seguir pela estrada principal — disse Hakon, sentado à direita de Björn — Honestamente, acredito que estaríamos muito mais seguros caminhando por rotas alternativas a pé do que seguir pela estrada principal com uma carruagem — completou.
     — Bom, eu concordo com Hakon, alguém tem outra sugestão? — disse Bentley. Todos ficaram em silêncio, sem nenhuma outra alternativa.
     — Com isso decidido, temos outro fator a pensar — disse Amis, colocando uma de suas mãos à frente de seu queixo — Que rota tomaríamos? As florestas são perigosas, dragões, orcs, goblins e diversas outras criaturas hostis as habitam — completou Amis.
     A sala ficou silenciosa novamente, ninguém parecia conhecer uma rota segura que não fosse a estrada principal. Até que, Björn se levantou com dificuldade do sofá.
     — Eu conheço um lugar que talvez nos ofereça proteção — disse Björn, após um suspiro de alguns segundos — É uma cidade élfica, Iylvien, ou, A Cidade Esmeralda, um amigo meu mora lá, com a ajuda dele, talvez nós possamos entrar e quem sabe, receber abrigo temporário — concluiu Björn.
     — Uma cidade élfica? Aqui em Katch? Isso me parece novo — disse Amis, com curiosidade estampada em seu rosto — Ela sempre esteve escondida, fica ao Nordeste daqui, próximo à Floresta Carmesim — respondeu Björn.
     — Muito bem, parece que temos nosso caminho traçado então — disse Bentley, levantando-se e ajudando Björn a se sentar novamente.

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