Capítulo 17: Torturados

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     Era uma câmara escura, ele sentia seus pulsos e calcanhares presos por algo metálico, seu corpo não encostava no chão, e ao seu lado, havia uma segunda figura, um meio-demônio alto, possuía uma pele escamosa vermelha, chifres curtos surgiam da sua testa e iam até a nuca, seu cabelo liso bagunçado cobria seu rosto.
     — Arkadi, acorde! — disse Tarin, sua voz ecoou pelo salão vazio e escuro, mas Arkadi não se moveu.
     — É inútil tentar, ele não pode te escutar — disse alguém em meio à escuridão — Desgraçado! — xingou Tarin — Liberte-nos imediatamente — ordenou. A pessoa escondida riu histericamente.
     — O que te faz pensar que você está em posição de ordenar alguém aqui? — respondeu a voz. Um brilho roxo surgiu em um canto do salão, revelando uma mão humana em meio à escuridão, Tarin ouviu palavras de um idioma antigo, muito mais antigo do que ele próprio. Tarin sentiu uma dor excruciante, seu corpo se revirava intensamente, como se algo dentro dele implorasse por um meio de escapar daquela dor, era impossível não gritar, Tarin sentiu seus ossos se quebrarem e se contorcer dentro de sua própria carne.
     — Logo, tudo estará pronto para a chegada deles — disse a figura, o brilho em sua mão sumindo, fazendo a dor de Tarin cessar.
     — Maldito — disse Tarin, ofegante — Eu vou te estraçalhar assim que eu sair daqui! — continuou.
     — Gostaria de vê-lo tentar, senhor Clawhell — respondeu a figura, ao abrir uma passagem que iluminou uma pequena parte da sala. Tarin conseguiu ver parte do rosto da figura, parecia ser um homem velho, seus cabelos grisalhos já não estavam por completo em sua cabeça, mas o que mais chamou a atenção de Tarin, estava ao redor dos olhos da figura. Ela possuía veias negras circulando seus olhos.
     A figura atravessou a passagem, que se fechou assim que ela atravessou. Tarin foi abandonado em meio à escuridão, junto de Arkadi.  

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