Capítulo dois

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Confusão
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Quando se tratava de dormir praticamente no chão de um quarto frio e relativamente desconhecido, era algo que me trazia uma certa experiência. Alguns dos momentos da madrugada foram destinados apenas a rodear a aura de uma pessoa em específico. A pessoa que eu nunca havia visto na vida, mesmo sendo a primeira vez, não parecia ter sido; o que era estranho para mim, essa sensação era estranha mas familiar, me levava a indagar meus próprios pensamentos. Naquele momento percebi que me esqueci do gato que fui atrás, questionei até mesmo se o mesmo era real ou um fruto da minha imaginação.

A luz da lua ainda entrava parcialmente no quarto, quando em contato com meus olhos acostumados com o escuro, senti uma dor intensa. Virei-me para o teto e agora encarando o mesmo, decidi tentar dormir, caso quisesse acordar amanhã em um horário considerável.

Virando de um lado para o outro, durante boa parte do tempo, resolvi que desistir de dormir era a melhor opção e certamente amanhã eu me viraria como desse para viver e executar as atividades necessárias. Levantei e me sentei em frente à janela. A lua já estava indo embora, ainda tinham as suas estrelas também, o tempo as vezes passa rápido demais quando penso demais. O céu começava a clarear, sempre gostei de admirar a beleza dos cenários naturais que se faziam em frente aos meus olhos.

Logo já estava na hora de todos levantarem e se prepararem para mais um dia sem felicidades. Observando agora o ambiente próximo, percebo o mesmo gato da noite passada, próximo a uma árvore, dormindo. De repente o mesmo é acordado pela mulher de ontem. Ela parecia ter água e algumas coisas para ele comer, por isso ele confiou nela ontem. Ela o levou para um local fora do meu campo de vista e longe de qualquer outra pessoa também, presumo. Tive a oportunidade de observá-la com mais atenção dessa vez, parecia ser cuidadosa com qualquer criatura ao seu redor, era de se esperar que ela exercesse sua liberdade dessa forma. No fundo eu invejava ao menos um pouco, pessoas corajosas me servem de inspiração como, ao mesmo tempo, me põe para pensar em qual local da minha vida estou errando. A luz e o calor do sol agora adentrava o quarto, senti o calor como um abraço do universo, me confortando de certa forma, ainda sentia tanta tensão em meu corpo que se quer percebi que estava pressionando meu maxilar de forma violenta, minhas unhas pressionadas na minha mão agora relaxaram. Era como um estado de transe. Era automático.

Me levantar acabou se tornando uma tarefa ainda mais difícil do que a anterior, no fim da noite, o sono me espancou. Mas, para minha sorte, um despertador natural não me deixaria ficar na cama, por mais que eu quisesse. Antes que pudesse responder que estava acordada, Nifa já havia andando por todo canto do meu "colchão" enquanto repetia palavras que mal faziam sentido, não na minha cabeça cansada.
- Você vai se atrasar e eu também. Anda logo! - Ela continuava a andar, pisando em muitos lugares que não deveria.

- Eu preferia quando você tava dormindo. - Bocejei sonolenta, esfregando meus olhos ainda deitada.

- Vamos! - Nifa disse quase gritando, puxando minha coberta ao qual eu estava abraçada e assim, me arrastou por alguns metros, até que eu batesse a cabeça no pé da cama.

- Filha da put... - Minha reação foi automática, xingando após colocar as mãos na cabeça devido a dor.

- Sem palavras más por aqui, mocinha. - Nifa praticamente apontou para meu rosto.

- Cala a porra da boca.

- Quer saber, fica aí. - Nifa se irritava enquanto vira-se de costas e saía de seu quarto. Assim, eu refleti bastante sobre o fato de ficar aqui ou seguir para onde eu deveria.

Sinfonia de batalha - Hange Zoë x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora