Capítulo dezesseis

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Clarão
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*Aviso de conteúdo sensível: violência explícita*

A esse ponto deveria questionar as situações que eu me coloco. Óbvio, senti toda essa movimentação e não me importei em abrir os olhos para verificar o que era; meio dormindo eu senti que estava abraçada a alguma coisa, essa coisa se mexia constantemente também, pude ouvir uma voz tão próxima quanto, tão próxima que sentia a vibração. Esse era um bom momento para questionar sim, porque toda vez que estou dormindo eu sinto uma necessidade interna de abraçar qualquer coisa que estivesse próximo? Não é atoa que meu travesseiro normalmente amanhece no chão. Abri lentamente meus olhos e a única coisa que conseguia ver era uma breve escuridão, seguido de uma pessoa que provavelmente era a dona do braço que estava entre os meus; falava como um tagarela empolgado. Logo essa pessoa foi avisada de que eu estava acordada, não consegui identificar ninguém, mas pude ouvir de longe. Em seguida, grandes olhos por trás de um par de óculos estavam próximos dos meus. Essa sensação junto com a visão que tive me fez formar um sorriso sincero, tentando ao máximo manter meus olhos abertos. Esse devaneio durou pouco quando finalmente percebi de quem se tratava ao meu lado, tão próximo a mim quanto nunca antes. Minha reação foi quase a de um susto, me afastei como um animal idiota e acuado; respirando de forma ofegante pelo susto.
- Ei! Tá tudo bem! Sou eu. Relaxa. - Ouvi a voz se direcionando a mim, com as mãos estendidas como quem chamava alguém de volta. Me situei na realidade. Estava em uma carroça em movimento. A pessoa que estava ao meu lado era a mesma que estava roncando na minha orelha há algumas horas atrás; havia uma capa envolta de meu corpo, assim me mantendo aquecida por todo esse tempo.

- Onde... Pra onde a gente tá indo? - Voltei para o lugar que estava anteriormente, mantendo meus braços e mãos juntos. Eve estava próxima então ela tomou partido e respondeu antes de qualquer um.

- Você tá numa carroça. Estamos indo pra uma igreja, porque a Líder de esquadrão Hanji tem uma pista de onde Eren e Historia podem estar.

- Ah, entendi. Acordei no meio de outra situação que vai provavelmente acabar com a minha vida em pouco tempo. - Respondi com falsa determinação.

- Exatamente.

- Da pior forma possível?

- Sim.

- Tô dentro. - Respondi enquanto ajeitava minha postura e apontava com os dedos indicadores para a menina. - Como eu vim parar aqui? - Perguntei para a mulher ao meu lado, falando baixo para que apenas ela ouvisse; sem sucesso.

- Ah! Ela te trouxe pra cá no colo, enquanto você abraçava ela e dizia coisas sem sentido repetidas vezes. - Irina se sentiu bem vinda na conversa, imediatamente fazendo suas importantes observações. Me causando uma quentura no rosto, ao qual imediatamente virei o rosto para não deixar evidente minha vergonha.

- Eu não tava falando com você, intrometida de meia tigela. - Falei para Irina enquanto virava meu rosto rapidamente para mostrar a língua como uma criança patética, com os braços cruzados em um estado de birra. Eve parecia decepcionada com o comentário da irmã, mas relevou. Antes que Irina pudesse abrir a boca novamente, chegamos ao destino.

A operação foi planejada por um tempo, com sorte consegui entender o que estava acontecendo e iria acontecer. Observamos por poucos instantes um barril enorme com pólvora ser jogado onde deveríamos entrar para enfrentar pessoas perigosas. Isso serviria para nos garantir tempo e um certo tipo de invisibilidade. Assim que o barril alcançou uma certa distância, todos entramos em ação e fomos em direção a uma escada, preparando os sinalizadores que auxiliariam ainda mais em prejudicar a visão do inimigo. Sasha então disparou a flecha que estava em chamas no barril, resultando na explosão imediata, o que causou uma fumaça densa, impedindo a visão até mesmo das pessoas do lado de cá. Em seguida, Levi e Mikasa foram os primeiros a se mostrarem, logo usamos os sinalizadores e dessa forma, conseguimos alcançar nosso primeiro objetivo. Faltam muitos objetivos mas, tudo bem. Era só medo e nervosismo. Nunca pensei que teria de lutar com pessoas de tamanho normal, agora estou aqui, depois de ouvir o capitão dizer "estão prontos para sujar suas mãos de sangue?". Acho que eram esses sacrifícios que o Comandante Erwin tanto falava.
- Trinta e cinco inimigos! Estão todos nos pilares na frente de vocês, bem no alto! Continuem com o plano! - Levi gritou de longe, indicando a todos que estava na hora de agir, de fato.

Sinfonia de batalha - Hange Zoë x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora