Capítulo nove

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Ébria
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            Pensei tanto antes de dormir que acordei antes mesmo de minha colega de quarto, meu nervosismo era quase evidente. E lá estava ela, pacificamente dormindo, o que me fez ter ideias de vingança. Me levantei e comecei a chamar por seu nome repetidas vezes, enquanto cutucava seu ombro, seguido de sua cabeça e seu rosto também.
- Desde quando você acorda cedo? - Ela falou depois de um tempo, me empurrando de sua cama.

- Desde que eu preciso de atenção. - Respondi, voltando a encher seu saco. - Acorda aí eu quero conversar.

- O meio da madrugada não é o melhor dos horários pra isso, Raven.

- Mas eu preciso conversar, você sempre reclama que eu não falo com você e é assim que você age quando eu quero conversar? - Mal percebi que estava falando rápido, quase o suficiente para que ela não entendesse. - Além disso, não tá de madrugada.

- Não venha com esses seus dramas agora.

- Tudo bem, eu só queria conversar com minha melhor amiga, mas não tem problema. - Falei enquanto ia em direção à minha cama, me deitei e virei para a parede. - Não venha chorar no meu túmulo quando eu morrer, viu? Você que não quis ouvir.

- Pelo amor de qualquer coisa, cala a boca. - Pude ouvir a menina praticamente rosnar de agonia enquanto também ouvia ela se mexer na cama. - Vira pra cá.

- Não.

- Vira logo.

- Tá. - Me virei, logo podendo observar a menina com sua cabeça apoiada em sua mão, com o cotovelo pressionado contra a cama.

- Agora fala. - Ela disse quando me fiz confortável e, na mesma posição que ela, prossegui com meu drama.

- O que houve que a princesa quer me ouvir agora? - Falei sorrindo de forma sarcástica.

- Só fala antes que eu mude de ideia.

- Eu não sei por onde começar, na verdade eu só queria falar contigo porque me senti mal por ter te ignorado nos últimos dias. - Agora meu sarcasmo foi substituído por um sorriso amarelo.

- Você pode começar pelo... começo? - Ela respondeu, com um olhar confuso em seu rosto.

- Ajudou muito. - Depois de algum tempo pensando, cheguei a uma conclusão que talvez ajudaria o processo. - Você pode me perguntar as coisas, assim é mais fácil pra mim falar.

- Eu não quero interrogar ninguém. Mas tudo bem, você parece estar pensando demais. - Ela pausou por um momento, parecia pensar em algo para falar. - Hum, ok. Eu tenho uma pergunta.

- Diga. Qualquer coisa. Irei responder com sinceridade.

- O que você acha da Líder de Esquadrão? - Ela logo perguntou.

- Essa pergunta aí eu me vejo na obrigação de não responder.

- Você disse qualquer coisa. - Nifa apontava para mim, irritada.

- Isso não parece qualquer coisa pra mim.

- Você é muito difícil. - Ela perdia a paciência, segurando sua cabeça em agonia.

Sinfonia de batalha - Hange Zoë x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora