Capítulo seis

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Não deveria estar aqui ━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━

Passei tanto tempo dormindo que logo o tédio me consumia por completo. Havia passado praticamente a noite inteira pensando, olhando para o teto e torcendo para que Nifa acordasse logo. O dia estava amanhecendo quando resolvi me levantar da cama e esticar minhas pernas. Antes que pudesse andar e ir em direção à porta, a mesma se abriu, revelando uma mulher alta.
- Rico! - Levantei meu olhar para o rosto da mulher, com um sorriso sincero, a mulher que não era muito mais alta que eu, apenas me olhou com sua expressão comum, entediada como se não acontecesse nada em sua vida. Sua aparência atraia meus olhos com uma certa frequência, seus cabelos loiros, olhos claros e óculos. A abracei imediatamente, levantando meu olhar em seguida.

- Você ainda tá viva, Raven Klein? - Ela curvou pouco de seus lábios para falar comigo, revelando um sorriso minúsculo, passando sua mão levemente em minha cabeça.

- Com sorte ou não, sim. Mas praticamente despedaçada. O que faz aqui? Ainda mais uma hora dessas. - Me afastei, ainda recebendo carinho, ela manteve sua mão em minha cabeça por alguns instantes.

- Vim checar se você estava bem, Hannes me contou do que aconteceu. Vim agora, antes de ir trabalhar. - Ela sorria, enquanto eu a observava com minha melhor expressão de boba. - Eu tenho tempo, até depois do café da manhã.

- O que aconteceu comigo? - Questionei, genuinamente confusa.

- Você desmaiou. Você não lembra, né? - Ela suspirava.

- Não... - Com uma expressão pensativa, fui em direção à cama em que estava novamente; a mulher seguindo atrás de mim, enquanto continuava falando.

- O Hannes que te trouxe pra cá, se não fosse por ele você provavelmente estaria com um roxo enorme no rosto. Ou ainda pior, quem sabe não teria sobrevivido.

- Eu não teria tanta sorte. - Respondi rindo de nervoso, enquanto Rico apenas me lançava um olhar amedrontador.

            Antes que pudesse continuar conversando com Rico, ouvi uma tosse vindo da cama ao meu lado. Era Nifa, que parecia estar engasgando. Eu não sabia o que fazer nessa situação então, me desesperei. Rico, por outro lado, parecia saber o que estava acontecendo e o que estava fazendo, mantendo tudo sob controle. Ela conseguiu me "acalmar", apenas gesticulando para que eu ficasse quieta, ela socorreu a menina, já que estava muito cedo e provavelmente demoraria para que algum médico ou algo do tipo chegasse até aqui.
            Ela levantou levemente a menina pelo tronco, apoiando a mesma em seu corpo, com a cabeça da menina apoiada em seu ombro, fazendo isso para que cessassem as tosses. Pouco depois de parar de tossir, a menina acordou com um suspiro de susto. Sem parecer ao menos saber onde está, ela me olhava confusa, até perceber as mãos que estavam envoltas em seu corpo. Rico parecia saber lidar com essas situações, talvez pelo fato de ela ser de um cargo respeitoso e por lidar com isso diariamente. Nifa, por outro lado, parecia não ter voltado à realidade ainda, apenas aparentando estar ainda mais enjoada, com barulhos estranhos saindo de sua garganta. Rico imediatamente percebeu que a menina estava passando por enjoos, provavelmente lutando contra o refluxo, a mulher sinalizou para que eu pegasse algo para que a menina não vomitasse no chão. Cheguei a me questionar o que ela vomitaria, já que estava desacordada, mas o corpo parecia estar preparado para todo acontecimento, com seus sinais e coisas do tipo. Antes que a menina sujasse o quarto, encontrei um recipiente vazio, parecia algum instrumento médico ou coisa do tipo. Rico permaneceu segurando a menina, tirando seu cabelo do caminho para que não sujasse.
- Eu... Tive um sonho... Um sonho muito estranho. Minha cabeça tá doendo, eu vou morrer? - A menina disse pausadamente, olhando para o chão após vomitar até o que não havia em seu estômago, os olhos dela pareciam os de uma pessoa alcoolizada, além de vermelhos, estavam cansados.

Sinfonia de batalha - Hange Zoë x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora